Às vezes gosto de conduzir de noite.
Sobretudo na zona entre Torres Vedras e Bombarral.
Os montes e vales, pontuados por pequenas e dispersas concentrações de luzes, como se estivesse a olhar para um grande tapete de Arraiolos em execução, onde ainda só os motivos amarelos estão bordados; até chegar à grande pêra, delineada por luzes, que se individualiza na paisagem, como um brilhante enfeite de Natal.
Na serra oestina, os moinhos alternativos substituem o rodar ventoso e o som das cabaças, as velas. Mas continua a haver algo de mágico no seu rodar, na sua luz intermitente, que acrescenta mais um brilho à paisagem nocturna. Que eu vou devorando com os olhos, ao mesmo tempo que o meu carro devora os kilómetros que me devolvem a casa.
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