terça-feira, 31 de maio de 2011

"Sou incrivelmente paciente, desde que acabe por conseguir o que quero"
Margaret Thatcher

segunda-feira, 30 de maio de 2011

fábula onomatopaica

"quando chovem cães e gatos, é melhor tirar o cavalinho da chuva
mesmo porque nem que a vaca tussa ou a formiga tenha catarro
se encana assim a perna à rã quando tem a pulga atrás da orelha.
não é nenhum bicho de sete cabeças quando a porca torce o rabo
e deitar-se com as galinhas é ser bode expiatório na morte da bezerra
que não era nenhum carapau de corrida e até não valia um caracol.
podem dizer cobras e lagartos mas, quando estamos com a mosca
ou não podemos com uma gata pelo rabo, pela boca morre o peixe
e fazer figura de urso é ter macaquinhos no sótão e comer gato por lebre."

josé luis, colhido em poedia

domingo, 29 de maio de 2011

Já não há charrettes em Sintra...

sábado, 28 de maio de 2011

Histórias de Vida - (Novas) Oportunidades

Tem sido muito falado o assunto das Novas Oportunidades. Ouvi dizer que entre facas e lágrimas a coisa tem sido falada na arruaça diária referida como campanha eleitoral.
Essa tenho evitado a todo o custo, se quero ainda ter energia para cumprir o meu dever no dia 5.
Mas, quanto às Novas Oportunidades, esta semana tive um contacto "por dentro".
Na quainta-feira após as aulas, voei por sobre os Km que me afastavam do Centro Novas Oportunidades onde uma das minhas irmãs ia apresentar/defender o seu trabalho e obter finalmente o seu diploma de 12ºano, repondo uma oportunidade que a vida lhe roubara há muitos anos.
Acompanhei a garra com que a minha irmã agarrou esta oportunidade. Todo o percurso me emocionou muito.
Eu, que tenho quase menos uma vintena de anos que ela, tive um percurso muito diferente: foi-me dada a possibilidade de estudar, como uma coisa natural. Ela, menina de outros tempos em que à função tradicional da mulher não mais era preciso que saber ler e escrever, começou cedo a trabalhar. Na idade em que eu não tinha um pingo de responsabilidade, já ela tratava da casa, de mim e se responsabilizava por projectos de trabalho com princípio, meio e fim.
"Eu não fugi da escola, a escola é que fugiu de mim", dizia ela, várias vezes, durante a empreitada que agora abraçou.
E fugiu mesmo: duas vezes.
Porque a garra da moça fê-la lutar pelo regresso à escola, já na casa dos 20's, numa escola para adultos, em que, depois do trabalho, ia aprender, valorizar-se, alimentar sonhos de outros voos.
E mais uma vez o destino a traiu. Com a morte do nosso pai e a família destroçada, qualquer projecto pessoal - para além de suprir as necessidades de reorganizar e aguentar uma família enlutada, com um negócio para gerir e crianças para criar, lutando diariamente com a estupidez de uma morte súbita, inesperada, incompreensível - pareceria uma futilidade.
E a vida foi seguindo. Com uma multiplicidade de experiências, que a vida é sempre rica para quem a sabe inquirir e ler.
Estabelecida na vida, mãe de filhos grandes e a uns anitos da reforma, resolveu agora, nas suas palavras, avaliar o que a vida lhe ensinou.
E abraçou este projecto com todo o seu ser: escreveu, recordou, reconstruiu, contextualizou, pesquisou, filosofou, abriu e fechou gavetas, sempre com um espírito positivo, que me maravilhou, me emocionou e me ensinou. Mais uma vez. E sempre.
Trabalhou muito, mesmo muito. Uma vida cheia, vertida para o papel e reflectida com a ajuda de bibliografia, pesquisa na internet, ilustração com imagens dos álbuns de família e fruto de buscas, que às vezes a levavam muito longe.
A equipa de professores corrigia, exigia, orientava, de facto.
O trabalho foi crescendo e está digno de ser publicado.
Eu queria muito, muito, estar na apresentação do trabalho da minha irmã.
E lá fui, prego a fundo, impulsionada pelo ritmo dos limpa-pára-brisas, que se apressavam a desimpedir a visão, ameaçada pela chuva abundante.
Cheguei a tempo e foi um momento de glória, como ela merecia!
Mas para além do trabalho dela assisti a mais dois e gostei muito de tudo o que vi. E agora tenho andado aqui a tentar defender as Novas Oportunidades em que deve, como em tudo, haver coisas boas e más.
E tenho andado a pensar mesmo neste conceito de «Novas Oportunidades», depois de ter assistido à apresentação de três percursos de vida muito diferentes mas com uma coisa em comum: a recusa de desistir, a procura de caminhos, mesmo que improváveis.
A minha irmã era a mais velha e a que apresentava um percurso mais variado, até em termos geográficos, pois inclui uma parte de vida fora da Europa. As outras duas tinham idades e percursos diferentes. E se a mais nova teve uma interrupção da escola por um motivo não tão inesperado assim (engravidou, constituiu família e regressa agora, ao fim de quase vinte anos, na procura também de um percurso profissional que pode beneficiar de mais qualificação), a outra tinha praticamente a minha idade e não tinha podido prosseguir estudos porque não havia como no lugar em que morava. Estudar para além do 9º ano implicaria deslocações que a família teria dificuldade em suportar e das quais também não percebia a necessidade...estudar, para quê?
Fiquei a pensar muito seriamente nas assimetrias do nosso país, nesta coisa das «oportunidades», dos percursos de vida tão diferentes, por circunstâncias que nos são alheias. Na mesma época aquela rapariga e eu nascemos em famílias e lugares diferentes e tivemos, por isso, percursos completamente diferentes.
Quedei-me a pensar nas diferenças dos nossos percursos de vida. Na garra de todas nós e nas condições que têm moldado as nossas vidas. Eu também me considero uma lutadora e uma pessoa com garra, mas o meu percurso tem sido linear. Tenho procurado melhorar sempre, mas sempre na mesma linha. Elas tiveram de abandonar vários percursos...
Fiquei a pensar se teria garra para recomeçar, para recuperar, tanto tempo e tantos desaires depois...Não sei...talvez tivesse...
Mas o que é certo, (procurando dar um remate a este post que se está a perder em divagações) é que aquelas três pessoas sabiam do que falavam, defenderam muito bem os seus trabalhos, a equipa de professres pareceu-me coesa e trabalhadora: fiquei com uma imagem muito boa das Novas Oportunidades e das pessoas que agarram verdadeiramente as oportunidades da vida.
E fiquei muito feliz por ter sido criada por uma pessoa assim, que sempre valorizou os meus esforços, que sempre me deu exemplos de luta e de tenacidade e de não quebrar com a vida: de aproveitar sempre as pedras para fazer degraus de uma escada.
Para esse tipo de pessoas, as oportunidades são mesmo oportunidades. Talvez as oportunidades dependam mais das condições internas que externas...como o provaram as três histórias de vida que tive o privilégio de conhecer esta semana. Talvez haja sempre oportunidades para quem se recusa a desistir!

Ocorrência

Os seguidores desapareceram dos blogues todos!
Será que existe alguma manifestação de seguidores e eles seguiram todos para lá?

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Imbatível!

"Invariavelmente o guarda guardava para o fim a «pérola» da visita.
Afastava a cortina de veludo carmim desbotada e dava passagem às visitas para a última sala.
Colocava-se no centro, olhava em redor, como quem detém um segredo muito importante...
Quando sentia que a audiência estava intrigava, disparava, apontando as peças em questão:
«E aqui, esramos perante as duas caveiras de D. Sebastião: esta, de quando ele era pequenino e esta de quando morreu em Alcácer-Quibir»."

quarta-feira, 25 de maio de 2011

"Estive duas semanas a remover cacos do organismo."

terça-feira, 24 de maio de 2011

Muito bem descrito...para quem conhece bem os felinos

"Alguma coisa com peso aterrou na sua cama. Um som ténue acompanhou-a. Como uma dobradiça a chiar.
Estendeu uma mão, acolhida por um ronronar de agrado.
- Anda cá, Billie - sussurou ao persa negro anafado.
Billie encostou-se à palma da sua mão e roçou a base do focinho pelos dedos de Safia, depois desmoronou simplesmente sobre as coxas dela como se os fios invisíveis que sustentavam o gato tivessem sido cortados."

James Rollins, A Cidade Perdida, p. 23

segunda-feira, 23 de maio de 2011

domingo, 22 de maio de 2011

"Quem morreu, deixou rasto de vida"

Ando aqui a «ruminar» um texto que ainda não está pronto, pensamentos revoltos e muitos, muitos sentimentos, que me fazem recorrentemente pensar na entrevista que vi (e aqui publiquei) com Lobo Antunes que falava «dos mortos que temos cá dentro».
Ontem foi um dia muito sentimental: um primo com que convivi muito na infância, estando aqui perto em «visita de estudo familiar», convidou-me para passar o dia com eles.
Foi um dia maravilhoso! Daqueles em que pensamos que a verdadeira amizade (nós éramos quase irmãos!) não regista afastamento. Ali estávamos nós, a conversar, a discutir ideias, como se não houvsse anos e anos de afastamento. Eu maravilhada pelo charme e educação dos gémeos de 7 anos, ele, falando comigo, discutindo ideias, como o fazíamos na infância e adolescência, como se soubéssmos o que pensávamos, como se não tivesse havido uma vida de crescimento autónomo.
Todo o dia me chamaram pelo diminuitivo de infância. E, curiosamente, não me soube mal. É que, normalmente, eu detesto o meu diminuitivo, sinto-me infantilizada, lutei muito pelo meu nome de adulta, mas ali, ontem...eu era mesmo a mesma menininnha de há muitos anos.
Tive receio que parecesse uma edição da RTPMemória ou um episódio do Conta-me como foi. Tenho um certo horror à nostalgia passadista que não nos impele para nada...mas, não...foi um dia muito, muito bom.
E o mais curioso que retenho de tudo isto é ter descoberto agora a forma como certas coisas da infância estão presentes na nossa vida de adultos e naquilo que queremos para o futuro dos nossos.
Diziam-me eles, perante o meu maravilhamento pelo interesse e atenção das crianças, que os levam a museus e passeios culturais desde muito novos, que lhes lêem e oferecem livros, pois consideram isso peças fundamentais na formação.
E diz-me o meu primo: "E isso devo-o muito à tua mãe; quando estava cá de férias ela sempre nos levava a visitar palácios, museus, exposições...é muito importante."
Senti uma comoção muito grande. Não sabia - e ela nunca soube - como tocou a vida daquele rapaz e como influenciou a vida dos filhos dele, que só remotamente ouvirão falar da prima Ana.
Fiquei a pensar como tudo isto é extraordinário.
O Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota - onde começámos ontem a jornada - tem uma apresentação dos acontecimentos históricos em peças de dominó que vão tombando umas sobre as outras - tudo o que aprendemos como a crise de 1383-85 - até conduzirem à Batalha de Aljubarrota. O filme (magnífico!) terminou com a abertura para os Descobrimentos que se seguiu a tudo isso...
A vida da minha mãe - que morreu numa tormentosa depressão e que considerava que nada tinha valido a pena na vida - tocou de uma forma tão significativa a vida do priminho lá da terra, do meu companheiro de férias, que ele hoje educa os filhos com uma componente que aprendeu com ela.
Talvez a morte não exista mesmo. Talvez a nossa vida seja uma sucessão de pequenas influências, voluntárias e involuntárias, que nos asseguram a eternidade: diluída, difusa, dispersa... por mínimos detalhes... que não permitem que nenhuma vida seja em vão!

sábado, 21 de maio de 2011

Poema sobre a recusa

"Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
nem na polpa dos meus dedos
se ter formado o afago
sem termos sido a cidade
nem termos rasgado pedras
sem descobrirmos a cor
nem o interior da erva.


Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
minha raiva de ternura
meu ódio de conhecer-te
minha alegria profunda."


Maria Teresa Horta

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Paráfrase

"Este poema começa por te comparar
com as constelações,
com os nomes mágicos
e desenhos precisos,
e depois
um jogo de palavras indica
que sem ti a astronomia
é uma ciência infeliz.
Em seguida, duas metáforas
introduzem o tema da luz
e dos contrastes
petrarquistas que existem
na mulher amada,
no refúgio triste da imaginação.

A segunda estrofe sugere
que a diversidade de seres vivos
prova a existência
de Deus
e a tua, ao mesmo tempo
que toma um por um
os atributos
que participam da tua natureza
e do espaço criador
do teu silêncio.


Uma hipérbole, finalmente,
diz que me fazes muita falta."


Pedro Mexia

terça-feira, 17 de maio de 2011

Uma imagem inspiradora

colhido em comer bem até aos 100

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Fui eu que escrevi, ou fui eu quem escreveu?...

A segunda rima; coisa de poeta...

Frase

"Na última semana beatificámos um papa, casámos um príncipe, fizemos uma cruzada e matámos um mouro.
Bem-vindos à Idade Média!" (Autor Desconhecido)

Só tenho pena de não ter sido eu a escrevê-la...
Espera! Não se conhece o autor...
Ah, basta de ser modesta: fui eu que escrevi!
(Afinal o que conta - pelo menos para os meus alunos - é o que está na net: então, a partir de agora, a frase é minha).

Oportunidades

Quando estou a trabalhar em alguma coisa, no computador, coloco sempre o documento no ambiente de trabalho. No fim arrumo-o numa pasta, num disco externo, ou, simplesmenta, apago-o. Esta solução é muitas vezes a usada para o que coloco aqui no blogue, pois o resultado final fica online.
Assim foi com a fotografia do post anterior.
Cortei algumas coisas para ficar com o enquadramento certinho do coração. E foi isso mesmo que lhe chamei: "Coração".
E quando terminei o trabalho fiquei um bocadinho perplexa com a pergunta do computador: "Deseja enviar 'Coração' para a Reciclagem?
Não foi uma decisão fácil...mas quem sabe não será isso mesmo que ele precisa?...

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Assembleia da República, Sala do Senado, 2 de Maio de 2011

No Coração de Portugal

Ele há coisas!...

«Ardem-me os olhos, o fígado está-me a matar e tenho uma dor insuportável nos testículos. É difícil ser um boneco vodu, mas pagam bem».


(Renato Guillén, Argentina, # Twitter)

terça-feira, 10 de maio de 2011

Chegámos àquela altura do ano

em que se anunciam várias vezes seguidas os produtos anti-celulite, a necessidade de emagrecer e temos até um programa televisivo (assinado por alguém que não deixa dúvidas quanto à qualidade) sobre processos e concursos para perder peso.
Eu estou naquela categoria que desencadeia observações mais delicadas ou mais rudes sobre a necessidade de «perder peso». Tenho peso a mais. E daí? Nunca ninguém me disse que tinha cultura a mais ou trabalho a mais, mas com o peso que tenho a mais gostam de implicar. E eu creio que ainda implicam mais porque eu não costumo alardear as minhas preocupações com o facto, que são poucas, aliás.
Mas, enfim, estou inscrita num ginásio que frequento de vez em quando e reconheço que me faz bem.
Ontem foi um dia desses...mas muito peculiar.
Lá me dirigi ao suadouro oficial disposta a esforçar-me um pouco, até porque estava com muitas dores nos ossos - particularmente numa coisa que já me explicaram que era a cervical - e continuar sentada ao computador não estava a ajudar.
E lá andava eu: passadeira, bicicleta, abdonimais e outras coisas mais.
Até que ouço o massagista do templo do esforço a dizer para outro atleta: "Se calhar vou fazer uma aula de spinning, não tenho nada marcado agora..."
E foi aí que eu, «pegando-lhe na palavra», pergunto se me poderia fazer uma massagem que aliviasse o problema da cervical, que eu já conheço o sintoma, hoje estaria de não me poder virar, tornando-me uma pessoa altiva e distante...
E ele podia.
E então (talvez seja maldade, mas deu-me tanto gozo) deitadinha na marquesa, ouvia os gritos de incentivo do professor de spinning e pressentia o pedalar esforçado dos atletas enquanto a minha coluna beneficiava da aplicação de uns calores que aliviaram as dores e depois de uma enérgica massagem que atirou para longe a tal sensação de não poder gesticular e movimentar-me com a energia que o dia de hoje me vai exigindo.
Acho que vou passar a ir mais vezes ao ginásio!
E também decidi que tenho de me forçar a passear todos os dias...criar um ritmo...talvez arranjar um animal de estimação ajude...
E como tenho sempre amigos atenciosos, recebi hoje mesmo esta imagem de incentivo:

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Ressurreição

Não sei se é só comigo, mas, de vez em quando, «mato» umas pessoas que afinal estão vivas, isto é, dou como mortas esta ou aquela figura pública que mais tarde descubro que ainda está viva.
Aconteceu agora mesmo perceber que a actriz Adelaide João está viva!
Tenho estado aqui a pensar porque me terei convencido da sua morte...talvez porque um dia alguém...talvez o Malato...lhe enviou um grande beijinho e disse que ela estava muito doente...e porque já é, de facto idosa (fui pesquisar e nasceu em 1927)...
Mas lá está ela, felizmente, no filme Águas Mil que estreia na próxima semana e que é capaz de ser uma boa aposta de fita.
Recordo particularmente a representação do Pranto da Maria Parda, de Gil Vicente, um monólogo cheio de força que me mostrou a qualidade de uma actriz que fica frequentemente encerrada em papéis secundários de criada em telenovelas.
E uma vez falei com ela e recebi bilhetes para o teatro, mas isso fica para outro dia...
Gostei muito de a saber viva!

Ainda o Vídeo

No fundo o recadito é simples e apoiado na secular sabedoria do povo, que há muito vai avisando:

"Não peças a quem pediu, nem sirvas a quem serviu"

domingo, 8 de maio de 2011

É a estrela do momento:



É bom. É mesmo muito bom. Sabe bem ver. Várias vezes...ao dia, até.

E, caramba, para quem é de História, está ali toda a importância do conhecimento do passado, das raízes, dos factos que fazem de nós o povo que somos.

Mas...depois de baixar a poeira levantada pelo orgulho de ser português, talvez não seja mau formular a pergunta cuja resposta poderá conduzir a um vídeo igualmente trabalhoso e possivelmente mais útil: E, ainda assim, como chegámos a esta situação?...

p.s.: Não consegui ajustar a dimensão do vídeo, mas provavelmente, isso é verdadeiramente compreensível devida ao facto de estar «inchado» de orgulho pátrio.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

quarta-feira, 4 de maio de 2011

"Benvindos à Casa da Democracia!" disse o deputado, e tenho a certeza que o disse em maiúsculas.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Parlamento dos Jovens 2011

Dias 2 e 3 de Maio de 2011 ficarão como dias de ouro na minha vida de professora.
Um parlamento cheio de jovens excepcionais, de esperança no nosso futuro, de tanto que vale a pena.
Obrigada aos alunos que me permitiram viver tão gratificante experiência.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Nem a poesia lhes escapa...

A pressão dos mercados

"Emprestem-me palavras para o poema; ou dêem-me
sílabas a crédito, para que as ponha a render
no mercado. Mas sobem-me a cotação da metáfora,
para que me limite a imagens simples, as mais
baratas, as que ninguém quer: uma flor? Um perfume
do campo? Aquelas ondas que rebentam, umas
atrás das outras, sem pedir juros a quem as vê?

É que as palavras estão caras. Folheio dicionários
em busca de palavras pequenas, as que custem
menos a pagar, para que não exijam reembolsos
se as meter, ao desbarato, no fim do verso. O
problema é que as rimas me irão custar o dobro,
e por muito que corra os mercados o que me
propõem está acima das minhas posses, sem recobro.

E quando me vierem pedir o que tenho de pagar,
a quantos por cento o terei de dar? Abro a carteira,
esvazio os bolsos, vou às contas, e tudo vazio: símbolos,
a zero; alegorias, esgotadas; metáforas, nem uma.
A quem recorrer? que fundo de emergência poética
me irá salvar? Então, no fim, resta-me uma sílaba – o ar –
ao menos com ela ninguém me impedirá de respirar."

Nuno Júdice

colhido em poedia

domingo, 1 de maio de 2011

Informação (e alguma reflexão e muita satisfação)

Nos dias 2 e 3 de Maio o Canal Parlamento (ARTV) transmite a Sessão Nacional do Parlamento dos Jovens (Ensino Básico) na qual vão participar 2 alunos meus, como deputados e um outro aluno da nossa escola, como jornalista.
Para mim é a primeira experiência com este projecto. Tem sido muito gratificante e um verdadeiro exercício de educação cívica para todos nós.
Por isso me atrevo a recomendar a emissão do canal parlamento nestes dias (as voltas que a vida dá!). Pode ser que lá esteja o futuro da Assembleia da República e era muito bom que fosse melhor que o presente.
A Esperança é afinal a Santa da Devoção dos Professores.
Às vezes parece que toda a minha vida se desenrola entre o «Conta-me como foi» e o «Mostra-me como poderá ser»...

Os filhos das mães (Um avesso dos dias)

Embirro um bocadinho com certos dias comemorativos. Sobretudo aqueles em que se comemora, por decreto, as questões afectivas e em que nos impingem imagens estereotipadas dos papéis socio-afectivos, que eu acho que podem ser até perigosas. Estão neste caso os dias do Pai, da Mãe, dos Namorados, da Criança...
Se no Dia de S. Valentim não me atrevo a escrever estas coisas, pois já sei que vão logo dizer que são opiniões de uma solteirona (ou qualquer coisa pior...) no Dia da Mãe apetece-me veicular o meu lamento e a minha preocupação. É mesmo mais uma preocupação. Não como mãe, mas como filha da mãe e como professora e formadora de alunos/garotos/jovens com situações muito diversas.
Este sentimento de embirração, preocupação e alarme por estes dias já me acompanha há muito tempo, mas foi ontem, enquanto deambulava por um grande centro comercial da capital, que ele ganhou força e vontade para se escrever como post de blogue.
Todas as montras estavam revestidas a elogios e néons a mães maravilhosas, fantásticas, dignas de veneração, frequentemente como «a melhor mãe do mundo». Fico a pensar em toda a gente que por ali passa e lê e vê e pensa e subjectiviza a questão. Como se sentirá se a sua mãe não for a melhor do mundo?...E tantas há que nem são boas, quanto mais as melhores do mundo e arredores!...Como se sentirão os filhos que não podem dizer estas coisas lindas e grandiosas das suas mães? Provavelmente sentir-se-ão desfavorecidos num mundo onde, se todas as mães são assim tão boas, porque lhe calhou a única que não prestava? Que o abandonou, ou que está lá só para o criticar, o enxovalhar, o comparar com tristeza com os filhos de outras mães, essas sim, afortunadas pelo destino que a ela lhe falhou?
Há mães assim! Não sei se são muitas, mas uma que fosse já seria um fardo grande demais para carregar, sobretudo num dia em que todo o mundo lembra - em luzes brilhantes - que Mãe é sinónimo de uma plêiade de qualidades.
Sei que não é politicamente correcto nada do que estou a escrever. Mas sei que este dia é muito pesado para muita gente, para muitas crianças e jovens que não desfrutam da sorte de ter uma mãe daquelas que se cultuam hoje.
E o fardo desses pesa-me sempre quando vejo que todo o mundo gosta de se orquestrar para glorificar os padrões, os ideais que nos vende e que por vezes contrastam (tanto!) com a realidade de muitos, que não precisam que lhes gritem a sua situação de desfavorecidos.
Não me intrepretem mal. Apesar de já não ter mãe ( e o nosso Dia da Mãe era só, como já por aqui disse, a 8 de Dezembro) até assinalei o dia com uma pequena prendinha para a mãe da família dos amigos com quem fui almoçar. Mas, talvez por ser professora, talvez por já ter integrado em tempos uma Comissão de Protecção de Menores, ou talvez só por ser eu, às vezes dá-me para ver o avesso dos dias comemorativos e pensar nas lágrimas de tristeza e na culpa que estes dias provocam nos que são, por diversas razões, desfavorecidos.