segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Ontem: Amália Hoje em Alcobaça


Património de frente para o Património!
O Mosteiro medieval, encarava o rosto de Amália original, tudo formando a moldura da reinvenção do fado pelos ritmos pop dos «Amália Hoje».






Sónia Tavares no seu melhor




Uma voz capaz de fazer vibrar as pedras do Mosteiro!




Uma emoção de menina, acolhida no colo da terra que a viu crescer, quando dizia «Obrigada» e a covinha na bochecha iluminava o rosto desta nova Amália.



E o público dançou


e cantou




e vibrou;



houve até quem deixasse



correr as lágrimas



(mas não me vou acusar)



25000pessoas estima o jornal


«Um mar de gente»,

sem dúvida.





Passado... Presente... Futuro...

Será que há mesmo uma divisão?

Eles não existiriam uns sem os outros

No presente

Para os presentes

Que sentiram que o tempo não existia....ali, naqueles momentos mágicos.

Obrigada, obrigada, obrigada!

Setembro é já amanhã

Não, não NÃO!
Não quero voltar à escola!
Não quero. Não posso não querer?
Amanhã vai ser um dia muito penoso: os beijinhos, as observações hipócritas sobre as férias e o «'tás mais magra?...», os olhares pelo canto do olho e o início do desfilar da burrocracia que vai matando - por envenenamento - o ofício de ensinar...
Esse verdadeiramente só começará no meio do mês, quando a escola volta a encher-se de vida, de gritos, de mochilas amontoadas aos cantos, do som dos passos corridos pelas escadas e das exclamações de alegria pelo toque de saída.
Mas nessa altura, já o entusiasmo e emoção com que escrevo estas palavras estará soterrado por muitos relatórios e planificações, por medições absurdas do que não se pode medir: o entusiasmo de aprender, o empenho de ensinar.
Fixados em múltiplas grelhas, os números frios não deixam vislumbrar o olhar interessado das crianças, que era tudo o que era importante antes de haver grelhas, estatísticas e objectivos internacionais de usar o ensino como arma de arremsso ou vestimenta política.
E porque sou professora, amanhã - que é Setembro - vou começar a afogar a minha utopia em grelhas e programas informáticos para fabricar os números que sairão nas estatísticas.
No meio do mês de Setembro - que dantes era um magnífico mês de férias neste jardim à beira-mar plantado; mas isso era antes dos pais trabalharem tantas horas por dia e os filhos terem tantas actividades curriculares e extra-curriculares neste caminho do estrelato estatístico em que entrámos há uns anos - encontrar-me-ei com os alunos e vou tentar, com muita força, recordar-me de que o meu ofício é ensinar, antes de tudo ensina-los que saber aprender é a coisa mais preciosa do mundo, que afasta a solidão e o tédio e nos permite criar projectos de vida, mesmo que não estejam na lista das profissões de 'top'.
E vou-lhes pedir que me acompanhem e que não me deixem esmorecer, neste mundo que endoidou na corrida para gravar a sua estrela no passeio da fama.
Amanhã é já Setembro.
Pensando melhor...não posso voltar só em Oitembro?

domingo, 30 de agosto de 2009

Último Domingo delas

As Férias

Deixei o anzol em casa
e a isca, nem tive tempo de pensar,
mas o dia tem uma brandura de asa
- vou pescar.

Pesca sem anzol nem isca.
Ter férias, tem, quem sente
a vida que mordisca
a linha negligente.

Ao pescador que se deixe
a tarefa de pescar.
Ter férias é deixar o peixe
ter suas férias no mar.

Hoje, a suavidade
da areia e do sol.
Amanhã, a cidade
E o anzol.


Sidónio Muralha

E o conjunto António Mafra?

"Eram praí sete e picos, oito e coisa, nove e tal."

sábado, 29 de agosto de 2009

Está um calor de ananases!

E agora? Como é que eu vou descascar o abacaxi do trabalho que tenho para fazer esta tarde?
A banda sonora escolhida é o ritmo cubano de CompaySegundo, mas...não-sei-não, estes ondulados são mais propícios a outras vontades que à de trabalhar...
Dançar...descalça...na sombra de uma árvore...

P'ra dores várias...

"Todo o remédio tem contra-indicação,
mas nem toda a contra-indicação tem remédio"


G. Najjar Jr.

O Poema Original

"Original é o poeta
que se origina a si mesmo
que numa sílaba é seta
noutra pasmo ou cataclismo
o que se atira ao poema
como se fosse ao abismo
e faz um filho às palavras
na cama do romantismo
Original é o poeta
capaz de escrever em sismo"


Ary dos Santos

Para ler, na íntegra, no comentário gentilmente colocado ao post anterior.

Encontrar quem soubesse

receber a minha alegria

- não com os braços abertos: demasiado amplo, nada consegue segurar
- não com os braços cruzados: recusa de participação
- não com os punhos fechados: da raiva, da inveja, da reclamação de injustiça,

com as mãos em concha

para que ela se aninhe,
para que possa beber dela em golos pequenos, como quem bebe a água de uma fonte do caminho

E sequei as lágrimas, afinal fúteis

"Sofremos demasiado pelo pouco que nos falta
e alegramo-nos pouco pelo muito que temos"

W. Shakespeare

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A Nossa Alegria

só deve ser distribuída por quem sabe alegrar-se. Caso contrário, é um desperdício...

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Dias Úteis

"Por pretextos, talvez fúteis, a alegria é o que nos torna os dias úteis"

Sérgio Godinho

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

"A saudade é a presença dos ausentes"

Olavo Bilac

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Amor Eterno

"Si tu mueres primero, yo te prometo,
escribiré la historia de nuestro amor
con toda el alma llena de sentimiento
la escribire con sangre,
con tinta sangre del corazón"

Nuestro Juramento (Benito de Jesus), interpretado por Leila Pinheiro em nos horizontes do mundo

Entre escritor e leitor

"Lembre-se sempre do poder das palavras:

Quem escreve constroi um castelo
e quem lê passa a habitá-lo."

Autor desconhecido; frase colhida na publicidade da editora brasileira Escala

Fico Até Adormeceres

"Deita fora as tuas pernas
P'la janela para o rio
Se quiseres eu fico apenas
Até ver se tu serenas
A proteger-te do frio

Fecha os olhos se quiseres
Que hoje tudo que disseres
Nunca sairá daqui"


Paulo Gonzo

Paulo Gonzo - Concerto em Alcobaça

Caramba! Não admira que o tenham escolhido para a campanha da EDP: Que energia! Que voz! Que homem!
Foi muito, muito bom o concerto, a encerrar as Festas de S. Bernardo.

Depois, chegar a casa, retirar do armário uma caneca que foi escolhida para mim em Londres (obrigada Sara!), enchê-la de leite branco e revigorante, sentar-me em frente à televisão e constatar que não há um único programa de jeito.

Executar Plano B: abrir o messenger e encontrar uma amiga que não «via» há tempos.

Tudo tem remédio, sobretudo quando estamos com o coração cheio de música!

domingo, 23 de agosto de 2009

Fim em grande estilo

"Cemitério: Sua última chance de morar num condomínio fechado"

Najjar Jr, Desaforismos

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

À escuta

Estar à escuta é uma coisa fantástica. Ficar assim, quieta, apenas atenta às conversas que giram à nossa volta, dá-nos por vezes motivos espantosos para sorrir.
Hoje é feriado cá na terra. É o nosso dia!
De manhã fui acordada pela banda dos bombeiros e apressei-me a estar pronta para poder ver de longe as cerimónias que decorreriam naquele magnífico espaço que se abre à frente do monumento.
Lá estavam os bombeiros a pontuar com trechos musicais momentos das cerimónias que envolviam comissões de outros países. Resolvi ficar de longe, apenas a ver o efeito geral, recolhida sob uma grande chapéu de sol de uma esplanada.
As pessoas discutiam a razão de ser das comemorações, pois, como constatei, muita gente - e de cá - não sabe em que dia é o feriado municipal.
Então aqui ficam duas pérolas escutadas, que demonstram o raciocínio de alguns cidadãos, (a quem, agora, já posso apelidar de pascácios):
Mesa A:
"- É o espectáculo «Amália Hoje», 'tou-vos a dizer!
Perante o cepticismo dos convivas, o homem insistia - Os bombeiros estão a anunciar o espectáculo «Amália hoje» que é hoje. Eu sabia que ia ser. É hoje."
Mesa B
"- Então? Já comprou? - inquiriu a rapariga sentada para a senhora que se aproximava.
- Não. 'Tá fechado. Hoje é o feriado de Abril; temos de voltar amanhã."

Pascácias, não temos!

Passei os últimos dias mergulhada em dicionários de Francês-Português e Português-Francês.
Traumatizada que ainda estou com a minha segura afirmação para um canadiano do Quebéc - "Ne vous incomodez pas!" - passei a ter o cuidado de verificar cada palavra antes de lhe atribuir uma correspondência «afrancesada» com uma parente portuguesa.
E foi assim, viajando à procura da tradução correcta de «passos», que eu descobri - ou melhor, recordei - a palavra «Pascácio».
Eu nem me lembro nunca de ter usado esta palavra. Não me era de todo desconhecida, evocando umas sonoridades camilianas ou queirosianas, (qualquer coisa para «os dezanoves»...), mas nem sabia bem o que era e achei muito engraçado ela estar contemplada no dicionário bilingue (onde não se encontra a Parafernália, devo informar).
Então aqui fica, para quem, como eu, quase desconheça a palavra, o seu significado:
a) em português: idiota, lorpa, indivíduo simplório, pacóvio
b) a tradução para francês: badaud, jocrisse, niais
É bom saber que não é só em Portugal que há pascácios. Que há muitos...como os chapéus, seu pascácio!
Mas pascácias não encontrei! E fiquei muito feliz. Como se tivesse visto «pascácias em flor».

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Aprender algo de novo

O mais engraçado é que não sei bem há quanto tempo tenho este CD. Talvez desde a passagem de ano de 2006/2007...Lembro-me de ter insistido para comprar algo de novo da música brasileira, pois fã que sou dos clássicos, nem sempre conheço as novas sonoridades.
Não me lembro se alguma vez ouvi o CD. Na realidade, se ouvi, não ouvi de facto.
As palavras da música sempre me exigem uma atenção a tempo inteiro, que implica ouvir, degustar e classificar em CD eleito para me fazer companhia preferencial ou apenas mais um na prateleira, para ouvir num dia qualquer, indiferente.
Hoje apetecia-me aprender algo de novo.
E depois esta frase não me parece muito bem...Eventualmente aprender implicará sempre algo de novo, mas...refiro-me ao assunto mesmo. Tenho aprendido muita coisa nova velha ultimamente. Sei que isto parece não fazer sentido. Tenho estudado muito e aprendido, mas sobre os assuntos que marcam normalmente a minha vida, a minha busca, o meu caminho habitual, que, mesmo recheado de coisas sempre novas e saborosas de descobrir, correspondem a uma busca encetada com vontade, no mesmo caminho onde já há muito elementos conhecidos.
Foi então hoje, para acompanhar o tempo de planear, de esquematizar, de começar (outra vez), que me apeteceu este aprender.
Olhei para o CD e pensei porque seria que ele não me dizia nada. Coloquei-o no prato (agora já não deve ser prato, esse era do gira-discos...) e lá accionei o botão.
A voz e música foram-me fazendo companhia aos textos que prescrutava no computador...até que fui arrancada da cadeira por um desejo muito grande de ouvir, ouvir mesmo as palavras e a música dela.
Dei então comigo sentada no sofá, com o livrinho das letras à minha frente, a beber tudo sofregamente: autores das letras, instrumentos de cada faixa, análise de palavras, embalambo-me nos sons.
Tão bom, a maneira como ela usa os sons e as palavras!
Duas e três vezes as mesmas músicas até perceber que gosto mesmo do CD: da voz, das letras, da sonoridade, da companhia que pode fazer-me.
Leila Pinheiro de seu nome. Bonita nas fotos a preto e branco, linda na voz e nas teclas. Mais bonita ainda depois de ler na Wikipédia que abandonou os estudos de medicina para se dedicar a sério à música. O que eu muito lhe agradeço, pois tenho menos hipóteses de ser tratada por um médico brasileiro, do que de poder desfrutar da companhia que ela me pode fazer assim; assim como agora, em que parece que a minha casa ondula nos seus ritmos.
Tão bom, aprender algo de novo!
Reproduzo aqui as palavras da música que me fez abandonar o computador e dedicar-me a aprender a Leila numa concentração a tempo inteiro. Todas as outras são muito boas também. O CD chama-se «nos horizontes do mundo», assim mesmo, com letras pequenas na capa para letras grandes lá dentro.

Minha Alma (A paz que eu não quero ter)

"A minha alma
está armada e apontada
para a cara do sossego
pois paz sem voz
não é paz, é medo

Às vezes eu falo com a vida
às vezes, é ela que diz
qual a paz que eu não quero conservar
pra tentar ser feliz

As grades do condomínio
são pra trazer protecção
mas também trazem a dúvida
se é você que está nessa prisão

Me abrace, me dê um beijo
faça um filho comigo
só não me deixe sentar na poltrona
num dia de domingo

Procurando novas drogas de aluguel nesse video, coagido pela paz
que eu não quero seguir admitindo"

Telepatia

"Telepatia
Silêncio calma
Feitiçaria
Da tua alma
Passo a passo
Sem ter medo
Abrimos, soltámos
O nosso segredo

E a sorrir
Devorámos o mundo
Num abraço
Tão profundo

Telepatia
Sem contratempo
Deixei-te um dia
Num desalento
E eu sonhava
Existia
Pra sempre pra sempre
Foi pura poesia

Sem pensar
Não vi-te, passavas
Pelo meu corpo
Não ficavas

Telepatia
(falado)
Minha querida eu soube sempre
Eu já sabia que te ia conhecer
Minha querida era fatal
Fiz tanta força
Para isto acontecer
És tão bonita meu amor
Eu não te queria perder
Já sei, adivinho
O que estás a pensar
Vim do outro lado do mar
Talvez um dia volte, não sei
Mas penso em ti, acredita
Adivinhei-te em segundos
Quando jurámos eternidade

E a sorrir
Devorámos o mundo
Num abraço
Tão profundo..."


Letra de Ana Zanatti e Nuno Rodrigues, cantada por Lara Li

O que será feito da Lara Li?

Recomeços

Hoje sinto-me um anúncio de «Pleno Tisanas»: à procura do meu equilíbrio.
Um CD calmo na aparelhagem, voltar a rechear o frigorífico, arrumar umas gavetas...
Olhar para a mesa livre dos livros citados no último trabalho e saber que esta tarde ela deve começar a ser preenchida com outros...
Para os próximos quinze dias, se tudo correr bem!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Concerto dos Xutos e Pontapés, nas Festas da Batalha

Fantástico!
Com 30 anos de palco, uma praça cheiiinha de gente a pular e a gritar.
Três gerações a cantar, a cantar...
"Vai quem já nada teme
vai o homem do leme"

"Ai, se ele cai, vai-se partir,
Meu coração"

"Se gostas de mim,
Se gosto de ti,
Se isto não chega
Tens o mundo ao contrário"

"Ai, meu amor
O que eu já chorei por ti"


Xutos, imparáveis!
(e, num comentário «perfeitamente galinácio»: enquanto que o Tim perdeu com a idade, o Zé Pedro ganhou um charme...)
Foi muito bom vê-los em palco!
E o Mosteiro em fundo, iluminado...
Agora mesmo. Acabadinha de chegar...

domingo, 16 de agosto de 2009

Ai quem me dera!

"Ai, quem me dera terminasse a espera
Retornasse o canto simples e sem fim
E ouvindo o canto se chorasse tanto
Que do mundo o pranto se estancasse enfim

Ai, quem me dera ver morrrer a fera
Ver nascer o anjo, ver brotar a flor
Ai, quem me dera uma manhã feliz
Ai, quem me dera uma estação de amor

Ah, se as pessoas se tornassem boas
E cantassem loas e tivessem paz
E pelas ruas se abraçassem nuas
E duas a duas fossem casais

Ai, quem me dera ao som de madrigais
Ver todo mundo para sempre afim
E a liberdade nunca ser demais
E não haver mais solidão ruim

Ai, quem me dera ouvir o nunca-mais
Dizer que a vida vai ser sempre assim
E, finda a espera, ouvir na primavera
Alguém chamar por mim"


Vinicius de Moraes

"O trabalho do pensamento

é como a água do poço, que se clarifica pouco a pouco"

Provérbio Chinês

sábado, 15 de agosto de 2009

Estou exausta!

"Eu só queria dançar contigo,
sem corpo visível
Dançar como amigo,
se fosse possível...
Dois pares de sapatos, levantando o pó,
Dançar como amigo só!"

Sérgio Godinho, Dancemos no Mundo

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Lisboa


Afinal havia uma foto do dia em que fomos, sem máquina, fazer turismo para Lisboa.
Os telemóveis também são máquinas fotográficas e esta chegou por email (obrigada, Rui!) depois do meu lamento.
Olhem lá Lisboa!

Nocturno

"Amor, não sei de coisa mais bonita
que ficar de noite à tua espera
é triste como uma manhã cinzenta
despindo o coração da Primavera.
E nada mais me importa, já não espero
aquela que enche a noite de alegria
Então, para dizer quanto te quero
Eu faço amor contigo até ser dia"

Inserido numa das Memórias do Espectáculo Só Nós Três (desconheço o autor)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

"Sempre Imaginei

que o Paraíso fosse uma espécie de Livraria"

Jorge Luis Borges

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Uma roupa para ler

No primeira vez que estive no Rio de Janeiro, topámos com uma banquinha de t-shirts para ler. Havia frases para todos os gostos.
Eram simples, cruas e incisivas. Escritas com letras grossas a preto, sobre algodão branco.
Por ali nos quedámos durante um tempo, comentando as frases, cobiçando o génio e o humor de quem as escrevera, escolhendo uma (tendo em atenção as que teríamos coragem e vontade de usar em público, para nos lerem).
Trouxe uma, que uso pouco, mas que já tem causado uns sorrisos:


Não adianta me sequestrar, tou duro, sou Professor


Mas ficou-me outra na ideia.
Recordo-a às vezes. Recordei-a agora.


Da próxima vez vou votar nas putas

Não estou gostando da atuação dos filhos


Aqui fica, pois, de memória, correndo o risco das palavras não serem exactamente as mesmas, mas o espírito era, de certeza!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Carisma: procura-se

Com os processos eleitorais em curso (ou pre-curso, ainda não percebi bem) o sonho de todos é encontrar alguém com carisma: os partidos procuram candidatos desse tipo e os eleitores adorariam encontrá-los nas listas e cartazes eleitorais, para poderem votar mais convencidos, menos do tipo «do mal, o menos».
Mas, na realidade, é muito difícil encontrar alguém com carisma.
Começa por ser difícil definir o que é carisma. É uma coisa tão subjectiva que não pode ser generalizada...quer dizer...há certos casos, em que não há dúvidas...muito raros...como o que nos é apresentado por Najjar Jr., em Desaforismos:

"Carisma tinha o mudo que foi eleito orador da turma"

Isso é que era!...
Nos casos que nos são dados apreciar, também não seria de todo insensato considerar carismático algum orador que adoptasse o mutismo como estratégia. Pelo menos não veria todas as suas palavras criticadas.
Evitar-se-iam muitos dislates!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Escrever

Por estes dias a minha relação com a escrita tem-me preocupado bastante.
Dedicada a tempo inteiro a um projecto que tem de ser vertido em escrita, preocupa-me a gestão do tempo, assaltam-me os sentimentos de culpa por não trabalhar «das 9 às 5», por não criar meticulosamente o tempo de ler e de escrever.
Os amigos dizem-me que escrever é diferente das outras coisas, que depende da inspiração, que não se acciona num botão...Mas eu, com a necessidade de me culpar, de me fustigar como negligente, clamo que é tudo uma questão de método, de dedicação, de criação de tempos e espaços de produção.
Insisto em levantar-me cedo para aproveitar as manhãs e infalivelmente só consigo trabalhar quando a fresca da tarde expulsa a luz excessiva e cria a atmosfera de recolhimento necessária à produção, que vai crescendo em volume e entusiasmo. Noite fora. Até os pássaros anunciarem aquela explosão de luz que me predispõe mais à extroversão ruidosa que à escrita.
"E lá dormi outra vez a manhã..."
"Pois, precisas de repor energias, se escreveste a noite toda..."
"Mas anteontem não escrevi...Devia conseguir fazer uma média de páginas por dia..."
"Mas tu achas que isto é como o forno do padeiro? Colocas a massa e os pães saem feitos?"
"E o que é que o meu trabalho é mais que o do padeiro?"
"Ai mulher! 'Tás impossível! Vai dar uma volta. Esta conversa é intragável!"
Vivo num desassossego, numa luta interna, num diálogo de «Olívia patroa e Olívia costureira», que vai fazendo de mim a minha pior inimiga.
Pedi socorro, demandei reforços, mas mesmo eles não se entendem, porque se um me diz que tudo é uma questão de inspiração, de acordo com a minha Olívia costureira, o outro fala-me de que não há entraves à produção, é só procurar; uma questão de método, de acordo com os argumentos da minha Olívia patroa.
Escutem-nos:
"É ao sabor da pena que se escrevem as mais extraordinárias narrativas e os mais fantásticos poemas. Mas a pena de pouco valia se não fosse a inspiração. Esse alento íntimo, esse impulso misterioso que se espalha pelo espírito e nos carrega de ideias, de sonhos e fantasias. Essa coisa tão mágica, que se chama inspiração, é a responsável por linhas e páginas de consolo, de fruição e de prazer." Oliveira, A.M. e Cannas, J., Admirável Mundo, p. 21
"Quem escreve não precisa de procurar coisa alguma. As coisas que procura é que se aproximam. Mesmo quando a cabeça parece vazia. Mesmo quando não tem «tema». Uma pessoa acorda. Sai à rua. E surgem trinta crónicas, empurradas pelo vento, como jornais desfolhados contra as calças. Entra num café. Ouve as conversas. As conversas existem para serem ouvidas. E aí está matéria para trezentos textos. (...) O mundo é um caleidoscópio, eternamente fazendo formas e contrastes e alucinações. Ainda que vivêssemos cem anos, nunca estava tudo visto, nunca o mundo se esgotava. O solestício. A gravidez. Um veado morto numa estrada. O soalho que range. A beringela. Um equívoco entre amigos. A loja de ferragens." Mexia, P. , O Tema in Primeira Pessoa, pp. 151-153
"E agora? Fazer o quê?... Se nem estes gajos, que são escritores, se entendem..."
"Começar a escrever, que o sol já não se vê deste lado do apartamento e a fresquinha está a trazer-me a inspiração."
Tenho de ir. Pelo sim, pelo não, não me telefonem amanhã de manhã, por favor!

domingo, 9 de agosto de 2009

«Es preferible rir que llorar»

Eu queria afastar-me do tema da morte, que me tem atormentado ultimamente, mas, hoje, é incontornável (como está na moda dizer) falar de Raul Solnado, precisamente porque se deu a sua morte física.
É que eu recordo - como creio que todos os portugueses - os discos do Solnado, que me lembro de ouvir no "Quando o Telefone Toca", à noitinha, já luz apagada, e com os quais me ria sempre, sempre.
A primeira peça de teatro que vi, ao vivo, numa sala de espectáculos (não me lembro qual) foi «Felizardo e Cª», protagonizada por Raul Solnado e Herman José (muito novinho...).
Era comum a utilização, lá em casa, de expressões criadas pelo Solnado: «Ranholas City e Vashington», «morrer com um ataque de caspa»; o cavalo com moscas e tudo; a Georgina, que dizia «pois», porque gostava muito de dizer coisas...E mesmo já cá em casa, quando para descrever o apartamento explico que «é preciso cortar as unhas dos pés para entrar na casa de banho».
Na realidade - descobri depois - a primeira vez que eu ouvi o Raul Solnado foi num disco que havia lá em casa, em que ele cantava em espanhol. Uma das canções (eram só duas: o lado A e o lado B) tinha como refrão a frase que serve de título a este 'post'.
Parece-me uma boa frase para recordar o Solnado, que tantas alegrias nos deu e que, no último programa que gravou para a RTP e que foi transmitido ontem, referia o Fialho Gouveia e acrescentava "De quem eu tenho saudades, todos os dias".
Agora também os amigos e o país poderão ter saudades de Raul Solnado, todos os dias.
Discreto, com ar tímido, uma fraca figura, marcou para sempre gerações em Portugal e influenciou muito do que hoje se faz (e ainda do que se devia fazer) na televisão portuguesa.
É sempre preferível rir que chorar e é quase impossível não misturar as duas atitudes ao saber da morte física do Raul Solnado.
Da morte física só, porque o Raul não morre, pelo menos enquanto o seu púbico estiver vivo.

sábado, 8 de agosto de 2009

«Só me apetece Miar!»

Quem mia assim não é gato!

Há gente com muito sentido de humor! Será que Rossini calculava que, tantos anos depois, haveria gente a pagar para ver pessoas a miar em seu nome? Será que ele de facto calculou isto ou não terá tudo passado de uma brincadeira levada a sério?

E eu que não sabia que havia tantos artistas a dedicarem-se aos felinos...aos felindos, que eu também os adoro. Ele é Odes, ele é Duetos, eu sei lá o que mais descobrirei. Mas prometo que ponho cá (se for bom).

Cliquem no link abaixo (reparem na linguagem técnica) e desfrutem do concerto.
Divirtam-se! (que o tom deste blogue, em termos de música, estava a arriscar-se a virar para o Requiem. Ufa! Felizmente já passou!)

YouTube - PCCB - Le duo des chats

Promessas Impossíveis

«-Promete que não morres. Mãe, promete que não vais morrer também.
- Está bem. Eu prometo. Não vou morrer. Pronto, estás mais descansada?»
Por quanto tempo será válida uma promessa?

O fim enunciado

No nosso ponto de observação habitual da esplanada, as conversas, hoje, são intercaladas por comentários a propósito das «cenas de vários casamentos».
Agosto, numa terra que conta com muitos filhos emigrantes, é o tempo dos casamentos. Quase que se instala como a época das sementeiras e das colheitas, a «época dos casamentos».
Falamos das roupas dos convidados, do fato da noiva (poucas vezes se comenta o noivo e, quando isso acontece, não é geralmente muito abonatório para o visado), o civismo das pessoas que «quase metem o carro dentro da igreja», a decoração das viaturas...
Invocam-se cenas de outros casamentos, vividos no altar ou no banco dos convidados e assim o tempo da conversa centra-se em festas e compromissos. Em exibições e em devoções, em tudo o que constitui a cerimónia de um casamento.
Já depois de nos separarmos ouço a loucura das buzinas, a zoeira alegre do anúncio ao mundo do enlace e não consigo deixar de pensar na frase lapidar: «Para o melhor e o pior, até que a morte os separe!»
E depois penso na separação, na morte.
Que morte os irá separar? A morte física, a morte dos sentimentos que os une agora ou a morte do tédio instalado de uma vida de rotinas em que os pequenos defeitos de cada um se tornam muros erguidos no meio da convivência?
Uma morte dessas vai separá-los, um dia.
Melhor que seja a morte do sentimento ou a do tédio instalado, pois viver a morte física de quem está ao nosso lado, ainda com o sentimento vivo, deve ser uma dor insuportável.
Quem consegue ultrapassar isso? Como se sobrevive a uma coisa assim? Como se conseguirá prosseguir a vida, suportar a sobrevivência, sem a companhia de quem escolhemos para amar e acompanhar? Como conseguir viver depois da morte súbita de quem se ama ou de acompanhar, lentamente, a morte anunciada, ao nosso lado, dia a dia, impotentes?
Melhor que a morte que os separe seja a do sentimento que os une. Por mútuo acordo. Melhor que tenham algo mau do outro para lhes suavizar as saudades, do que só o amor vivo a queimar o espaço de uma ausência definitiva.
Que Deus - que eles escolheram para lhes abençoar a união - os ajude a suportar a morte que, um dia, lhes marcar a separação...anunciada, desde o dia do compromisso: «até que a morte os separe!»

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Lembrando Pedro e Inês

"Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte."


Alexandre O'Neill, Há Palavras que nos Beijam

Negação da Cultura Livresca

"Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doura
Sem literatura.
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa.

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca..."


Fernando Pessoa,Liberdade

Saudades da Minha Avó

Estava para aqui a ler como a escola mudou, como hoje a escola tem de se substituir aos pais na tarefa da educação, para além da tradicional instrução escolar e deu-me umas saudades da minha avó...
A minha avó teve imensa importância na minha educação.
Não era muito beijoqueira nem de fazer carinhos rasgados e abertos, mas era uma fortaleza! Sabíamos que podíamos contar com ela.
Calma, sem gritos nem desesperos, era firme nas suas decisões e não precisava de dizer as coisas mais de uma vez ou de encontrar longas explicações para uma regra.
Um dia lembrei-me de a tratar por tu:
"- Ó avó, tu sabes...
- Como? - interrompeu como se não tivesse ouvido bem
- A avozinha sabe...
- Ah! - e recuperou o interesse na conversa"
Não foi preciso nenhuma explicação ou punição. Estava percebida a tentativa e a interdição.
Um dia, muito pequena, insistia em mexer na água do tanque e ela deu-me uma pequena palmada na mão. Acto contínuo, levantei-lhe a mão. Ela bateu-me. Nunca me lembro de mais nenhuma vez em que me tenha batido.
Fechei-me na casa de banho a chorar, a gritar alto a minha desdita, estratégia que costumava dar resultado no outro lado da família, com um certo cunho italiano e propensão para gritos, lamúrias e longas e palavrosas discussões.
Ao fim de um bocado saí da casa de banho, fungona e dirigi-me a ela. - Eu gosto muito de si. - declarei entre soluços, esperando a misericórdia e reconciliação, que também costumavam ser efusivos do outro lado da família.
- Eu também gosto muito de ti - disse tranquilamente, olhando-me nos olhos - mas se mais alguma vez me levantas a mão, arriscas-te a qiue te parta o braço.
Estávamos entendidas. Para sempre.
Se ela viveu atormentada, com sentimentos de culpa, por poder ter-me traumatizado? Não creio. Ela sabia que eu havia de compreender assim, o que estava certo e errado na nossa relação, que ela tinha a autoridade e eu tinha de a respeitar ou sofreria as consequências. Que ela decidiria. Sem ir perguntar a ninguém se estava certo ou errado. Claro que estava certo. Ela sabia-o.
A relação foi sempre de respeito e de amor, embora não anunciado aos quatro ventos.
E muito instrutiva também.
Antes da National Geographic me ter explicado o que era uma preguiça já a minha avó mo tinha explicado, depois de, para me criticar por ser preguiçosa, ter aplicado uma das suas morais em verso:
"A preguiça a muito custo
Fez a cama e se deitou,
Pra nunca mais a fazer
Nunca mais se levantou"
Entre o defeito que eu - como qualquer adolescente, penso - parecia evidenciar e o bicho que «pede licença a uma pata para mexer a outra», a explicação estava certa.
Penso muitas vezes nos versos da minha avó. Pouco escolarizada, como era uso da época, creio que as rimas lhe serviam para fixar as coisas e pontuar o seu quotidiano:
"Senta-te perna, cá anda quem te governa" - dizia ao sentar-se
"Ai, ai, grande casa tem meu pai" - suspirava durante o dia
Já para não falar nas rimas associadas a cada nome - como o "Magalhães, esfola-gatos, mata-cães" - que muito me tem ecoado ao ouvido, perante a actual loucura nacional com o Magalhães.
E muitas, muitas rimas me marcaram a educação e instrução adquirida no lar da minha avó, que nunca leu um manual de pedagogia, mas que ainda hoje me serve de recurso em situações do meu quotidiano profissional. Sobretudo porque era uma pessoa segura e de bom-senso.
Será que é isso que nos vai faltando agora?

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Verão em Portugal

Hoje lá experimentei eu a arte portuguesa do «desenrasca».
Eu queria muito, mesmo muito, explicar ao visitante americano uma série de coisas da História de Portugal - ele estava tão interessado e eu tinha tantas coisas para contar...Só me faltava o vocabulário.
Como este «encontro de culturas» já tinha começado ontem e eu não perco uma oportunidade de ter público (isso e o orgulho nacional, que me faz, às vezes, parecer demais com o José Hermano Saraiva) hoje de manhã fui munida com uns livros com muitas imagens para lhe explicar as etapas da formação de Portugal, o processo da Reconquista, a jogada política que foi a doação do Mosteiro de Alcobaça e o facto de sermos o país com as fronteiras mais estáveis da Europa.
Pequeno almoço e almoço e as explicações iam fluindo mais ou menos, com a dificuldade que é falar de reis com o mesmo nome, (Pedro I, o de D. Inês, Pedro IV, o liberal e o que tornou o Brasil independente) ou de coisas que explicadas de forma simples não têm sentido - se D. Constança também era espanhola e casou com D. Pedro, porque é que a D. Inês teve de ser assassinada para afastar a União Ibérica?
Pronto, lá vamos nós, História de Portugal acima, História de Portugal abaixo, lutando eu com a falta de léxico e quase amaldiçoando o carácter rebuscado do vocabulário usado nas narrativas históricas. Bem dizem os putos: é complicado de compreender!...
Santuário de Nossa Senhora da Nazaré: "Claro que vamos entrar! Está tão bonito, devido ao restauro, ainda em curso."
E agora? Era um desperdício só olhar. E eu tão danadinha para explicar tudo, com as palavras a correrem para a boca, mas sem tradutor simultâneo...Barroco, pois... enfim...este estilo artístico. Impossível não falar da talha dourada e do azulejo, ali mesmo a olhar para nós e a pedir para ser enaltecidos como as características específicas do nosso barroco. E eu a olhar para os azulejos, para os paineis - figura avulsa, lá se percebeu e...e os paineis historiados? Eu tinha de explicar. Lá vou puxando pelo meu inglês desarticulado, entre as memórias da escola e o treino das séries do AXN, até que ele (dava-lhe a nota para o meu melhor aluno!) consegue, não só perceber, como fazer um trocadilho em inglês: tiles tell tales.
Não é um mimo?
Vou fazer um sucesso quando disser isto aos miúdos. Dito por um americano genuíno, uma forma de aprender História de Arte com ar de Funky Town: Tiles tell tales! A minha nova versão de paineis historiados. Quase dá vontade de fazer um rap: Tiles-tell-tales.
Isto é que é desenvolver competências!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Zeca Afonso

Só agora soube que se assinalaram, no dia 2, 80 anos do nascimento de Zeca Afonso.
Como estou desatenta de toda a comunicação social, não sei se foi devidamente assinalado.
Mas eu tenho de dizer aqui alguma coisa. Não vale a pena dar informações sobre o Zeca, pois elas estão acessíveis por todo o lado, também não vale a pena tentar descrever a grandeza e importância dele, pois não seria capaz.
O que eu tenho mesmo é de pedir perdão ao Zeca.
"Perdão por, naquela noite em que foste à Faculdade de Letras, ter ficado mais impressionada com o teu aspecto de doente do que com o facto de estares ali, por nós, para nós, que não sabíamos nada.
Mas, sobretudo pedir-te perdão por não seguir sempre, como devia, o teu conselho: Lutem sempre; nunca deixem de lutar!
Tu foste ali, doente, com dificuldade, deixar-nos esta mensagem durante a nossa greve; encorajar a nossa luta, que sabias justa. E nós que fizemos? Abanámos o rabinho quando o Governo nos deu uma das saídas profissionais que pedíamos e hoje estamos sentadinhos nos nossos empregos a achar que somos felizes.
Desculpa Zeca. Tu merecias muito mais. Tu merecias um Portugal diferente! Tu merecias o Portugal por que lutaste.
E eu, que te ouvi, ali tão perto, tinha a obrigação de cumprir: Lutar sempre!
Mas, na maior parte das vezes, é tão solitário lutar, que é mais fácil amuar, desmotivar...mas não lutar.
Perdão.Vou tentar ser melhor.
Só tenho, a meu favor, dizer-te que verifico sempre, todos os anos, que os garotos sabem quem tu és, que a tua voz é ainda - e sempre - a voz da Liberdade!"

Paraísos Artificiais

Parapeito de Cidade

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Vivendo - Definições ou Reflexões

"Vida - Quem poupa não tem
Quase - Quem quase morreu continua vivo, mas quem quase viveu continua morto
Viagem - Viver é uma viagem por via das dúvidas"

Georges Najjar Jr. Desaforismos

sábado, 1 de agosto de 2009

Foi a Sílvia Alberto, na RTP1,

que disse a palavra Diáspora.
E eu lembrei-me de como gosto desta palavra, que sabe sempre a viagens, tons e cheiros diferentes...a aventura.
E eu facilmente imagino a palavra «Diáspora» casada com o «Dióspiro».
Seria uma boda saborosa, colorida e exótica.
E a lua-de-mel seria em Damasco.
Com certeza!

A Uniformização demonstra a Escassez de Recursos?

"Quando o único instrumento que se tem é um martelo, todos os problemas que aparecem são tratados como pregos."

Mark Twain



Tradução para meios onde os bichos não são carpinteiros:

Quem dispõe do poder como único argumento, trata todos os outros como subalternos.