terça-feira, 30 de agosto de 2011

Rom-rom/rom-rom/rom-rom...


Difícil, nas férias, foi aguentar as saudades desta amiga!




segunda-feira, 22 de agosto de 2011

The Story Tailler

Alcobaça, 19/8/2011





Avisem o sol e a praia que, nos próximos dias, os quero - só a eles - por companhia.

Deixo por aqui um "postal" que tem várias história para contar.

Talvez lá para Setembro...

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

"A Gordura Localizada não tem qualquer problema, desde que esteja localizada no corpo de outra pessoa."

Protecção Civil de Liliput




"A costureira de Gulliver está cada vez mais senil! É a segunda vez esta semana que temos um problema de trânsito por causa dela deixar cair para a rua um dos seus carrinhos de linhas" pensa o pequeno homem de colete amarelo, enquanto se senta na praça, aborrecido por ter sido destacado para resolver a situação.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

"A lucidez é insuportável, não é?"

disse na novela das sete, a louca, internada num hospício, que morre de pena dos sãos que a visitam e que vão comentando as decisões difíceis que tomam e o custo de cada uma delas.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Revelação

Avistada na Calle de Alcalá

sábado, 13 de agosto de 2011

O Chato do Querubim

Madrid
Pormenor da Porta de Alcalá
"Quando nasci veio um anjo safado
O chato do querubim
E decretou que eu estava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim
"inda" garoto deixei de ir à escola
Cassaram meu boletim
Não sou ladrão , eu não sou bom de bola
Nem posso ouvir clarim
Um bom futuro é o que jamais me esperou
Mas vou até o fim
Eu bem que tenho ensaiado um progresso
Virei cantor de festim
Mamãe contou que eu faço um bruto sucesso
Em quixeramobim
Não sei como o maracatu começou
Mas vou até o fim
Por conta de umas questões paralelas
Quebraram meu bandolim
Não querem mais ouvir as minhas mazelas
E a minha voz chinfrim
Criei barriga, a minha mula empacou
Mas vou até o fim
Não tem cigarro acabou minha renda
Deu praga no meu capim
Minha mulher fugiu com o dono da venda
O que será de mim ?
Eu já nem lembro "pronde" mesmo que eu vou
Mas vou até o fim
Como já disse era um anjo safado
O chato dum querubim
Que decretou que eu estava predestinado
A ser todo ruim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim"

Chico Buarque, Até ao Fim

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O Relógio

Madrid
Passa, tempo, tic-tac
Tic-tac, passa, hora
Chega logo, tic-tac
Tic-tac, e vai-te embora
Passa, tempo
Bem depressa
Não atrasa
Não demora
Que já estou
Muito cansado
Já perdi
Toda a alegria
De fazer
Meu tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
Tic-tac
Tic-tac
Tic-tac . . .

Vinicius de Moraes

Uma Torre de Vigia

Madrid

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A Dupla


Rui Veloso e Carlos Tê


Bairro do Oriente



"Tenho uma lamparina
Que trouxe das arábias
Para te amar à luz do azeite
Num kama-sutra de noites sábias..."

Compromisso

     "Após a fase do «a toda a hora e mais que houvesse», foram dois anos, inteirinhos, naquela luta, naquele desacerto, de desejo frustrado para ambos.
     Ela, à noite, deslizando qual pantera sobre os lençóis e o corpo dele, libertando tanto calor que quase provocaria uma explosão de gás, para esbarrar com o sono dele, que a atendia, por vezes com uma certa condescendência, e que, por mais de uma vez, adormeceu quando, de facto, não devia…não podia.
     Ele, acordando, rijo e energético, manhã cedo a amaciar-lhe a pele, a apalpar-lhe as carnes, a explodir desejo antes mesmo de ela acordar e a queixar-se mais tarde da falta de entusiasmo dela, que acordava, realmente, tarde demais.
     Decidindo terminar com o suplício, por manifesta incompatibilidade, escolheram a hora do meio-dia para assinar o divórcio."

terça-feira, 2 de agosto de 2011

A propósito do nada

"sou
para o outro
este corpo esta
voz
sou o que digo
e faço
enquanto posso


mas
para mim
só sou
se penso que sou
enfim
se sou
a consciência
de mim

e quando
vinda a morte
ela se apague
serei o que alguém acaso
salve
do olvido

já que
para mim
(lume apagado)
nunca terei existido"

Ferreira Gullar

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A Verdade

Eça de Queirós e a Verdade
Lisboa
(Réplica da estátua original de Teixeira Lopes)
"A porta da verdade estava aberta,
Mas só deixava passar
Meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
Porque a meia pessoa que entrava
Só trazia o perfil de meia verdade,
E a sua segunda metade
Voltava igualmente com meios perfis
E os meios perfis não coincidiam verdade...
Arrebentaram a porta.
Derrubaram a porta,
Chegaram ao lugar luminoso
Onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
Diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual
a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela
E carecia optar.
Cada um optou conforme
Seu capricho,
sua ilusão,
sua miopia."

Carlos Drummond de Andrade