terça-feira, 30 de junho de 2009

Já estão marcadas as DUAS DATAS das DUAS próximas ELEIÇÔES

"Sem que o discurso eu pedisse,
Ele falou; e eu escutei,
Gostei do que ele não disse,
Do que disse não gostei."

António Aleixo

Hoje

De manhã a rua cheirava bem. Como se no dia que o calendário lhe dedica, S. Pedro, tivesse querido lançar, com as chuvas da noite, um novo amaciador.
A mim amaciou-me o dia, com o aroma doce e fresco da terra agradecida.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Afirmações do Amor

"Quando o Céu quer salvar um homem
Dá-lhe a Afeição para o proteger"

Provérbio Chinês

"(...) Este é o poema do amor.

O poema que o poeta propositadamente escreveu
só para falar de amor,
de amor,
de amor,
de amor,
para repetir muitas vezes amor,
amor,
amor,
amor.
Para que um dia, quando o Cérebro Electrónico
contar as palavras que o poeta escreveu,
tantos que,
tantos se,
tantos lhe,
tantos tu,
tantos ela,
tantos eu,
conclua que a palavra que o poeta mais vezes escreveu
foi amor,
amor,
amor.
Este é o poema do amor."

António Gedeão

sábado, 27 de junho de 2009

Pórtico de um Sonho


Todos temos fantasias!


Depoimento:
"Na realidade eu sou uma pantera negra, mas estou temporariamente presa no corpo desta gata doméstica e não posso rebelar-me contra as manifestações de dedicação da minha «dona», como fotografar-me de forma contínua com a sua máquina nova.
Sem dúvida patético, embora com uma dose - não completamente desprezível - de ternura..."

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Público Ingrato

Só nos lembramos deles quando desaparecem! Eu, pelo menos, sou assim. E sinto que é uma injustiça perante quem nos marcou as vidas, os sonhos e os posters do quarto de adolescente.
Há uns tempos, quando um dos meus sobrinhos me perguntou pelas personagens da música e do cinema que marcaram a minha adolescência, só me lembrei do Travolta e da Guerra das Estrelas. A criança - indignada face à pobreza do panorama idolar da minha juventude - disse "Só?", mas nada mais me ocorreu.
Hoje, ao ver as notícias das mortes de Michael Jackson e Farra Fawcet (não sei como se escreve e não me apetece ir ver), senti que sou muito injusta. Ambos marcaram a minha juventude: ela, o padrão de beleza que tentávamos copiar, pelo menos na moldura de rosto feita pelos caracois do cabelo (que dava uma trabalheira), ele, pelo fascínio de uma música que não sei classificar, mas sei reconhecer e pelo tipo de dança, que ocupava muita gente a ver, a tentar, a aplaudir...
E, de facto, de ontem para hoje, reconheci e perdi dois ícones da minha geração, para os quais tenho sido um público ingrato.

Atenção às Praias da Linha de Sintra

Com a morte de Michael Jackson penso que deverá iniciar-se um movimento louco-esotérico do tipo do que afirma a persistência da saúde de Elvis Presley, neste mundo ou num paralelo.
Dada a informação, recentemente vinda a lume num anúncio da Galp, de que "Elvis está vivo no Magoito", aconselho o reforço da vigilância de outras praias da Linha de Sintra e Estoril, face à provável aparição/retiro desta nova personagem de vivacidade ambígua.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

À Primeira Vista

dir-se-ia que ainda não fiz nada hoje.
Mas, para quem trabalha com memórias de uma cidade, o tempo passado no café, no centro de saúde e à conversa com os vizinhos, pode bem ser considerado um conjunto de partes de uma jornada de recolha de dados.
E não é uma desculpa. Tem sido um dia de uma riqueza extraordinária!

Aquela Magia

"De que sonho feito mar
Ou de que mar não sonhado
Vieste tu, feiticeira
Aninhar-te ao meu lado"


Feiticeira, Luis Represas

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Se..

"Ai se eu pudesse
ter a paz
para te dar
um pouco do céu,
um pouco do sonho,

um pouco de paz...
Sem outra razão, já valia a pena..."


Razão de Ser (e valer a pena), Ala dos Namorados (Album Cristal)

Quero ler-te?

"Eu quero entrar
no teu enredo
mas tenho medo
de não conseguir passar
do prefácio"

Ponto Zero, Letra de Carlos Tê para os Clã (Album Cintura)

terça-feira, 23 de junho de 2009

Definições Politicamente Pensadas

"Transplante - A grande esperança do futuro é o transplante de órgãos públicos.
Visão - A falta de visão periférica do governo está na menina dos olhos tristes da periferia."

Georges Najjar Jr., Desaforismos

segunda-feira, 22 de junho de 2009

E esta, hem?

Sabendo do meu interesse pelas iniciativas, informaram-me pessoalmente dos índices de participação:
22000 no Pic-Nic, 150 na corrida de saltos altos.
Estranha esta diferença de participação, pois na segunda iniciativa era possível, caso se tornasse o vencedor, receber um prémio de 1000 € e no Pic-Nic não se ganhava nada (digo eu que sou certamente uma alma materialista...)

domingo, 21 de junho de 2009

Jornalista: "Que é feito da nossa utopia?"

Fernando Dacosta: "O grande problema neste momento é que não temos utopia. Os grandes vultos da cultura desapareceram. Na parte política estão todos a querer remendar um sistema que já está completamente desfeito. Há que retirar tudo e criar outro novo. (...) Os quatro pilares de toda a cultura, segundo Agostinho da Silva, são o comer decente, vestir confortável, habitar seguro e pensar livre."

Palco às Escuras

De vez em quando volto a constatar, com tristeza, que não passa teatro na televisão.
Recordo muitas peças de teatro que via na televisão quando era pequena, logo a seguir ao 25 de Abril. Algumas eram duras e muito pesadas, outras tinham referências muito explícitas a questões sexuais, (que eu percebia mais pela perturbação e indignação da minha avó do que pelo teor das cenas, verdadeiramente) e havia teatro para crianças...
Não sei que idade teria quando vi "A Morte do Caixeiro Viajante", interpretada pelo António Montês, mas sei que me marcou muito, pois fixei o nome do actor e tenho por ele muito carinho. Vi "A Mãe Coragem" e outros. Também havia teatro cómico, como a famosa "Maluquinha de Arroios" ou "A Vizinha do Lado", que vi várias vezes, com muito agrado.
E o teatro da televisão motivava para ir ao teatro a sério (a emoção que senti quando vi, ao vivo, no Teatro Nacional, a Eunice Munoz/Mãe Coragem e a Irene Cruz/Filha!).
Lembro-me também de ter visto no canal 2 uma excelente série documental sobre a História do Teatro - mas essa era estrangeira.
E lia-se teatro!
Comprei livros de teatro para ler. Lia-os alto, treinando, pois na altura sonhava ser actriz.
E fui-me lembrar disto tudo, agora, porquê? Porque há poucos dias um amigo que gosta de teatro e desenvolve projectos de teatro numa escola fez anos. E eu aproveitei a ocasião para lhe comprar um livro sobre teatro e, pensava eu, actualizar o meu repertório sobre leituras de teatro, que penso voltar a empreender um dia. Qual não é o meu espanto quando na Bertrand - a original, a velhinha do Chiado, onde sempre me sinto em casa - a escolha não era muita; e era sobretudo de teatro estrangeiro, particularmente brasileiro. Fiquei um pouco apreensiva, mas não tive muito tempo para pensar sobre o assunto.
Ontem aninhei-me a ler uma entrevista de Fernando Dacosta no jornal da Sociedade Portuguesa de Autores. Eu adoro o Fernando Dacosta e ele é, precisamente, um dos autores que eu li também em teatro. E leio isto: "(...) tinha uma peça d teatro que escrevi, mas meti-a na gaveta e nem sequer a publico. Porque não há teatro português. Todos os responsáveis por grupos de teatro, ainda por cima a receberem subsídios, olham-no com sobranceria e com desdém."
Pois é, temos o palco às escuras. Porquê?

sábado, 20 de junho de 2009

Pedido de Socorro

Não sei o que terá acontecido aos membros do PSD que publicaram por todo o País mega-cartazes com a frase enigmática "Nunca baixamos os braços".
Eu bem sei o que isso é, porque uma vez, quando era muito novinha, resolvi depilar as axilas com um creme, mas não li bem as instruções e deixei o creme na pele por tempo demais. Depois fiquei assim, também, sem poder baixar os braços durante um tempo.
Na altura, só disse a duas amigas (tinha até vergonha do incidente), mas, já que o PSD resolveu corajosamente divulgar o seu problema, eu, em solidariedade, conto aqui publicamente este "pedaço de biografia", prestando-lhes toda a minha compreensão.
Espero que passe depressa!

Francamente

Será que o País "idiotou" de vez?
Ouçam lá: isto são iniciativas que se publicitem? Um Mega Pic-Nic com Tony Carreira e Uma Corrida de Saltos Altos?!?
Nos próximos dias...suponho, que a não perder p'ra muita gente.

Alguém

devia ter dito ao Verão que ele só chegava amanhã!...

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Estados de espírito

"Chamei o meu ser que pensa
Para ralhar com o que sente"

(Flores de Cera)

"Uma emoção pequenina
me vem do lado de lá.
Rompe através da cortina
que envolve o mundo de cá.

(...)

Gota de som, dedilhada
em fios de Sol, chispando
espirros de luz irisada
como guizos tilintando."

(Melodia Proibida)

Só os Poetas escrevem assim!
É António Gedeão a fazer-me companhia...

terça-feira, 16 de junho de 2009

Partir...para chegar

"(...)
Foi, sem mais nem menos,
que me deu para abalar, sem destino nenhum...
(...)
Sem pendura, que a vida já me foi dura
p'ra insistir na companhia
(...)
Talvez um dia me encontre
Assim, talvez me encontre
(...)"

125 Azul, Trovante

segunda-feira, 15 de junho de 2009

A Florista da Vida e da Morte

A primeira vez que entrei naquela florista quase não conseguia falar devido ao choro pela morte de uma amiga.
Precisava de flores...Hoje não sei para que precisava de flores naquela altura. Era uma necessidade premente, uma urgência, muito mais que uma convenção social que tinha de cumprir...Precisava de umas flores que mostrassem a minha amizade, no fundo, que me apaziguassem pelo desespero de não poder fazer nada perante o fim daquela vida...injustamente jovem, com muitas tarefas por acabar: ser mãe, ser esposa, ser filha...
Comprei um arranjo enorme, estupidamente bonito e escrevi-lhe uma mensagem, mesmo sabendo que ela nunca mais poderia ler nada que eu escrevesse.
Depositei-o junto do caixão, como se esse acto pudesse continuar a nossa amizade...

Hoje entrei na mesma florista, por duas vezes, com muita alegria, para comprar arranjos bonitos, que entreguei às famílias que me envolveram nos seus recentes crescimentos.
Estava muito feliz e emocionada por poder partilhar estes momentos de felicidade, estes inícios de vida!

Depois, dei comigo a pensar na dualidade da vida e da morte: na oposição e na semelhança, no impacto que têm em mim...assinalado com lágrimas e com flores. De sinal contrário. Compradas na mesma florista.

Prioridades

Ultimamente têm nascido muitos bébés à minha volta.
Emociono-me sempre muito com o nascimento de cada nova vida. É o avançar da História, é uma perspectiva de futuro...e, acima de tudo, no imediato, é uma coisinha fôfa e amorosa, ali, à nossa frente, a despertar todos os instintos cuidadores, coisas da feminilidade, ou talvez comuns a todos.
Mas ultimamente emociono-me mais ainda. Fico quase em lágrimas e não sei explicar bem porquê...
Será a questão do relógio biológico? Será uma forma de libertar algumas questões - que sempre se põem - sobre termos, ou não, feito as escolhas certas na vida?
De repente chega uma vontade muito grande de acreditar na vivência de várias vidas, para poder ter outra oportunidade...para acreditar que não desisti de nada...que ainda poderei fazer (noutra vida) o que não fiz nesta...
E entretanto, talvez seja melhor regressar ao trabalho, não vá desperdiçar mesmo aquilo que, claramente, tomei como prioridade nesta vida!

Auto-Recado

De regresso a casa!
E lá se passaram as eleições, os resultados, as discussões...
E uma semana de viagem de trabalho, que trouxe consigo mais perspectivas de trabalho, como a pilha de livros em francês e espanhol, que estou muito feliz por ter adquirido, mas que não trazem consigo o tempo necessário para os ler...
Tenho de me organizar: Mãos à obra!