segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Avaliação Externa

Terá dito um dia, D. Pedro II, Imperador do Brasil:
"Se eu não fosse Imperador, desejaria ser Professor. Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro."

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Em torno das palavras

Tenho a televisão sintonizada na RTP2 e estou, com uma atenção média, a seguir o Câmara Clara, que hoje conta com a presença de Joaquim Furtado e Adriano Moreira para falar sobre a Guerra Colonial.
Quando 'zapei' para aqui (e foi esse o motivo porque aqui fiquei) falava-se do título do trabalho de Joaquim Furtado - A Guerra: Colonial; do Ultramar; de Libertação.
Justificou o jornalista que as três designações foram usadas para expressar posições diferentes:
- colonial, pelos que se opunham, para marcar a situação obsoleta e condenada pela ONU de Portugal manter um Império Colonial
- do Ultramar, pelos que oficialmente tratavam do assunto, enfatizando a designação de 'Províncias Ultramarinas' para os territórios de além-mar. Esta designação era uma resposta estratégica às objecções da ONU.
- de libertação pelos que lutavam contra o domínio português.
Adriano Moreira comentou que a semântica não era uma questão de somenos importância e dissertou sobre os aspectos culturais, a importância dos conceitos absorvidos em épocas de formação e, claro, as questões geracionais, ligadas a diversos conceitos.

Estas questões, obviamente, fascinam-me; eu, que me arvoro em guardadora de palavras, porque me intrigam e desafiam pelos conceitos que escondem e de que, muitas vezes as pessoas não têm consciência.

Recentemente tive oportunidade de pedir explicações a um entendido sobre a questão da designação do Estado Novo como 2ª República. O esclarecimento - verdadeiramente esclarecedor, passo a redundância - lá foi ter aos conceitos, às questões ideológicas e à identificação dos utilizadores das expressões com determinadas orientações político-ideológicas.
Desde então tenho reparado com muito mais cuidado que a questão é cuidadosamente evitada.

Lembrei-me que, esta semana, numa aula de substituição de 8º ano, coloquei aos alunos a questão da designação de 'Descobrimentos' ou 'Expansão' para caracterizar a diáspora ibérica que marca a modernidade da Europa. Lá estavam o pendor europeísta e 'colonizador' da expressão Descobrimentos, a que se opõe uma designação - para mim mais justa - de Expansão, mais ampla e que não choca com o argumento que ouvi uma vez a uma brasileira: "Que Descobrimento, que quê? Nós lá carecia ser descoberto?"

Os alunos reagiram bem e foi - certamente - mais uma conversa enriquecedora. Em torno das palavras...que nunca, nunca são inocentes. Por vezes são mais culpadas que quem as profere...

No mínimo, interessante!

Este fim de semana descobri os mini contos de Sílvio Vasconcelos, brasileiro, autor de Fractais.
Tinha já adicionado o blog Miniminimos aos meus favoritos numa noite de navegação livre, com o astrolábio quebrado. Ontem, resolvi explorar o porto a que aportara nessa viagem. Adentrei pelos posts e vou lendo aqui e ali, sem ligar a autores. Selecciono um ou outro que mais me agrada e descubro depois um padrão (como diriam os senhores das Mentes Criminosas quando procuram traçar um perfil). Seguindo a dica policial, comparei as provas e descobri o culpado: Silvio Vasconcelos.
Aqui fica um dos fragmentos, de que ele mesmo se confessa culpado:

"Encontraram-se num bar, depois do chat.
Ela Martíni, ele, cerveja.
Ela sorria, ele falava.
Ela falava, ele não ouvia.
"Que mulher!" - pensou ele.
"Que porre!" - disse ela antes pegar a bolsa e dar um ctrl+alt+del naquele encontro."

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Em poucos dias o silêncio me custou tanto como hoje...

"Ternura

Desvio dos teus ombros o lençol,
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do sol,
quando depois do sol não vem mais nada...

Olho a roupa no chão: que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
onde uma tempestade sobreveio...

Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...

Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!"

David Mourão-Ferreira

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

"Nem tudo o que reluz é oiro!"

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Sede de Versos

"De bruços me debruço mais ainda
até sentir os olhos tumefactos
para saber até que ponto é linda
a intrigante cor desses sapatos


que às tuas pernas dão um brilho tal
e uma leveza tal ao teu andar,
que eu penso (embora aches anormal)
que nunca te devias descalçar.


Também porquê, se já não há verdura
nem tu és Leonor para correr
descalça, no poema, à aventura?

O mais difícil, hoje, é antever
quem é que vai à fonte em literatura
e que água dá aos versos a beber."

Joaquim Pessoa
colhido em poedia.blogspot.com

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Ave César! Os que vão reunir te saúdam...

Já por aqui tenho falado da «solitude», expressão que associo a um isolamento voluntário, a um prazer (por vezes uma necessidade), que tem de ser separada da pesada solidão, quase sempre pronunciada em tom tristonho, lamentada, arrastando o «ão» da coisa.
Estou a preparar-me para estar em duas reuniões intercalares. Creio que dizer «preparar-me» é um eufemismo, uma figura de estilo, um chavão de autocomiseração por ter de deixar todas as tarefas agradáveis e desagradáveis que poderia desenvolver sozinha, para cohabitar durante longas horas, com um grupo de pessoas bem intencionadas e sobretudo amestradas, que têm de cumprir trâmites burocráticos e sobretudo - e esta é a parte que me custa mais - que aparentemente acreditam que os alunos sujeitos a «planos de recuperação» melhoram por causa disso. Preenchemos então um calvário de cruzes, assinalando as dificuldades socio-afectivas e cognitivas de cada petiz, desdobrando-nos em estratégias motivadoras que visam levar o aluno a desfrutar da beleza que é a escola, quando, na maioria das vezes, o puto se está a portar de acordo com a idade dele e a aproveitar-se de uma sociedade que vive do facilitismo e da desculpabilização.
Mas lá estamos nós: durante três intensas semanas, prolongamos o dia de aulas em reuniões intercalares, às quais sujeitamos também dois representantes de Encarregados de Educação e doias alunos.
Dou graças a Deus por, no meu tempo de estudante, ter tido bons e maus professores, alguns que me brindaram com um interesse genuíno, mas que penso que pouco terão escarafunchado a minha vida e perdido longas horas para saber porque é que naquele dia eu teria sido brusca com determinado docente ou teria mesmo evidenciado atitudes agressivas para com um outro jovem borbulhento da minha idade.
Bem, estava eu então a remoer tudo isto, quando, numa atitude desesperada de manter as minhas funções intelectuais a um nível superior ao da literatura de formulário, desfolhei a Ler e encontrei uma magnífica crónica que - agora tenho a certeza - Luis Nunes Vicente escreveu para eu ler no dia de hoje:
"Os cidadãos que partilham a arte são olhados de soslaio, como se fossem honestos, anacoretas, inteligentes, eruditos, Herculanos, doidos. Há de tudo. (...)
A vontade de isolamento, no que me diz respeito, é um acto de sociabilidade. (...)
Ora, se é um prazer, não pode ser uma depressão. (...) como pode ser depressivo querer estar bem, fazer as coisas de que gostamos, viver ao nosso ritmo? O ruído de humanos não escolhidos para serem nossos parceiros de interacção deve ser dos piores suplícios que existem (...) isolado, habitante de uma ilha imaginada, não faço mal a ninguém."

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Eficácia

"Ele lhe deu vários socos.
Ela, comedida, revidou com apenas um tiro."

colhido em
http://miniminimos.blogspot.com/search?updated-max=2010-09-03T11%3A45%3A00-03%3A00&max-results=15
"Perguntei por mim,
quis saber de nós,
mas o mar
não me traz
tua voz"

Letra de José Niza, cantada por Paulo de Carvalho

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Muito ruído

não nos deixa pensar. Atordoa.
Sinto cada vez mais necessidade de desligar as informações omnipresentes, as piadas, a voz dos locutores e dos comentadores que me indicam o que e como devo pensar, para reflectir.
Temo, aliás, que o verbo reflectir esteja a perder o sentido, como algo que se fazia quando havia tempo de sobra, quando não havia a urgência da informação e da disponibilização total.
Hoje fui ver o mar - assustador, que ele estava - e agora Marcelo Rebelo de Sousa gesticula sem som na televisão.
Amanhã vai começar mais uma semana e preciso de saber reflectir, para poder, com propriedade, exigir aos alunos que tomem decisões reflectidas.
Amanhã vou obriga-los a corrigir o teste, sozinhos, a compreender o que fizeram de mal. Mas sei que esta estratégia não terá o sucesso de outros tempos. Estas «paragens» não lhes parecem bem: Para a frente é que é o caminho e, de preferência, em velocidade furiosa, temperada com sons à altura. 

Hoje estive no SPA

Massagem com envolvimentos:

Massagem ao Ego, com Envolvimentos em Afectos de Amigos

SPA: Sempre Pelos Amigos

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Crise

Da maneira que as coisas estão, há mais pessoas com medo de ver chegar o fim do mês que o fim do mundo.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

"A freira que tinha uma página no facebook foi expulsa do convento" noticiaram na RTP1.

Era freira de clausura.
E penso:
Será necessário redefinir o conceito de clausura?
Haverá uma clausura global?
Poderão os eremitas estar em rede?...

Guerra dos Sexos

Como combinado, regressei às 18 h para ir buscar o carro, com o vidro novo.
Paguei, recebi a factura, a garantia e quando me preparava para ir buscar o carro, o rapaz disse:
- Só um bocadinho...vou tirar as fitas.
Segui-o e aguardei.
Antes de entregar o carro, ele disse: - Agora, durante uns dois dias, não convém lavá-lo.
- Está a chover...
- Não, a chuva não tem problema. É a força dos jactos de água que não convém...
- Não percebeu: se está a chover, porque é que eu havia de lavar o carro?
Ele fez aquele ar condescendente, que caracteriza o meu estereotipo masculino em cenas relativas a veículos ou ferramentas em geral. (Era bem apessoado, o moço; pena que ostentava ter metade da minha idade...)
- Então bom fim de semana para a senhora. - encerrou ele a conversa, calando a vontade de dizer que poderia talvez haver alguém com responsabilidade cá por casa.
Meti-me no carro, enfrentei a chuva do fim de tarde e fiquei a reflectir no sorriso do moço. Devia ser parecido com o meu quando penso que alguém pode lavar religiosamente o carro, fazendo sol ou chuva.
Recordei um livro que a minha irmã leu há uns tempos: Os homens são de Marte, as mulheres de Vénus!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

"A aula estava a terminar. Era preciso escrever a formalidade do sumário.
A professora foi recuando até ao «seu lugar», atrás da secretária e abriu o «livro de ponto».
- Hoje falámos de tanta coisa...Já viram o que nós passeámos? Uma canseira!
Olhou satisfeita para os alunos.
- O que escrevemos no sumário? A primeira coisa foi o trabalho de casa...e, a seguir...falámos de tanta coisa...podemos escrever...
- Passeio intelectual pela Grécia!
A professora olhou para a aluna maravilhada.  - Caramba! Isso foi...ena...foi...a minha coroa de louros!
A aluna sorriu, sentindo-se também premiada."

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Acabei de ver os testes: há seis positivas!

"No que concerne à utilidade da escola nas nossas vidas as opiniões dividem-se entre quem entende que «a escola é essencial» e os que proclamam que «a iscola é dispençável».
Associada à segunda corrente doutrinal há ainda os que defendem que a «escola é dispensável» por saberem utilizar adequadamente o corrector ortográfico do word. É aqui que orgulhosamente me incluo."

http://maildeumlouco.blogspot.com/2010/12/o-que-nao-aprendi-na-escola.html onde o texto (muito bem escrito) pode ser lido na íntegra.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Notas Dissonantes

Cheguei a casa aborrecida e preocupada com os resultados do teste de 7º ano; aquele, que eu gostei tanto de fazer...Estava tão aborrecida por mais uma vez os alunos considerarem que uma palavra pode ser uma resposta num teste de História e por não pensarem quando estão a resolver coisas simples como um crucigrama ou uma sopa de letras: desde que a palavra caiba, não interessa nada que não se relacione com a matérias estudada! Quase desesperada, por ver que os meus esforços continuados não têm eco e que, mesmo o teste que eu considerava fácil - estamos a falar de "sopas de letras" e "crucigramas", coisas que eu considerava 'giras' para treino mental, mas que só desde o ano passado é que coloco nos testes... - sentei-me aqui a ponderar a hipótese de anular o teste e mandar fazer outro para eles perceberem, definitivamente, que a disciplina de História exige trabalho.
Mas estas decisões são complicadas. Sobretudo porque, cada vez mais, eu tenho a noção de que os alunos não conseguem compreender o que eu digo, que é necessário trabalhar...para eles, olhar para uma folha, ler a legenda de uma imagem ou escrever uma palavra é um esforço notável! Vejo nas caras deles a frustração, de não terem conseguido agradar, de eu considerar que eles não se esforçaram...Isto preocupa-me. Pois se eles, genuinamente, não percebem o que devem fazer, como poderão corresponder às expectativas? Onde é que isto começou a ficar assim? Desde quando é que os alunos não percebem que na questão "Relaciona as actividades económicas desenvolvidas na Grécia com as características geográficas do território" é necessário relacionar duas coisas e não responder com a 'lista' das características geográficas ou das actividades económicas? Como proceder? Se a maioria dos alunos não compreende isto o erro deve vir de trás e significar algo de muito mais grave.
Não sou eu que tenho de baixar o nível de exigência até a palavra deixar de fazer sentido. Não posso! É a negação da minha função e das funções da Escola! Onde é que isto começou? Como se poderá inverter? O que se passa?...
Para melhor lidar com estas e outras questões, antes de me lançar nas grelhas que me darão o resultado final daquilo que a minha caneta vermelha já evidenciou que está longe de corresponder às expectativas, resolvi fazer uma ronda por alguns blogues.Entre os habituais está o De Rerum Natura, onde aprendo muito sobre ciência, filosofia, e encontro textos interessantes sobre educação. O último post de Carlos Fiolhais atingiu-me em cheio. Se por um lado me fez sentir acompanhada nas minhas preocupações, por outro lado matou as minhas esperanças de que isto possa ter uma solução. Recomendo-vos que leiam o post mesmo, mas, só para contextualizar, o autor nota que no teste intermédio de Física de 11º ano estão 4 linhas de um texto seu, de um livro intitulado Física Divertida (que, logo pelo título se vê ser coisa difícil de destrinçar e, por isso, os autores do teste colocaram o texto adaptado), em relação ao qual se exige (!) que os alunos façam uma transcrição de uma parte. Alunos de 11º ano! Grau de exigência do Ministério de Educação!
Já está decidido: eu não vou fazer mais um teste, que me dá trabalho a mim, aumenta a frustração dos alunos e minha e não vai ter qualquer resultado prático, pois o facilitismo está instalado. Não sei onde começou, mas já percebi que não vai acabar tão cedo. E poderia até parecer algo de politicamente incorrecto dizer aos alunos que têm de trabalhar no início do 3º ciclo. Sabemos lá os efeitos nefastos que isso poderá vir a ter no desenvolvimento das suas personalidadezinhas!
Está feito. E nos próximos crucigramas talvez seja melhor dar a primeira e a última letra de cada palavra...para além da do meio, claro. E aceitar qualquer palavra que demonstre que o aluno contou os quadradinhos. Sempre é um esforço, caramba; ter de relacionar a palavra com o assunto em estudo poderá ser efectivamente esgotante.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Eu escolheria este...

"Busque Amor novas artes


Busque Amor novas artes, novo engenho
Para matar-me, e novas esquivanças,
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.


Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.


Mas, enquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê,

 Que dias há que na alma tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como e dói não sei porquê;"



Luís Vaz de Camões (1524-1580)

Valentim a favor da Leitura

Ontem fui a Lisboa e, dado o evidente tempo impróprio para passeios ao ar livre, alonguei-me pelas superfícies comerciais cobertas.
Os derradeiros saldos tinham sido abafados pelos milhares de corações melosos, que escorregavam em cor-de-rosa pelas muitas montras de domingo. Ursos de peluche, frases lamechas e setas cupídicas, coravam de vergonha perante a lascívia das montras de lingerie, infalivelmente vermelha, rendada, tórrida-quase-pornográfica, com que se assinalavam as compras impostas pelo «Dia dos Namorados».
Santo António foi definitivamente destronado pelo colega de carreira Valentim. Numa apoteótica e duvidosa subida de escalão por avaliação de desempenho, a lingerie vermelha e rendada, exibe-se perante o branco e pesado vestido da pureza e da entrega.
Entregas, sim senhor, mas ao domicílio, em vários domicílios, que isso da «mulher de um homem só», soa a slogan de publicidade desprovida de sentido por falta de concorrência.
Já no Brasil se diz que Santo António não é o Santo do Amor, mas o dos desesperados. Por isso assinala o êxito com um inapelável acto contractual «até que a morte os separe».
Valentim permite jogos, entregas faseadas, parcelamento de prestações e, sobretudo, tem o apelativo cartaz da diversificação dos investimentos, embora não consiga eliminar os riscos para o investidor.
Valentim não, coitado, que o Santo está isento de tais culpas, mártir que foi do Império Romano, empenhado em unir pela lei de Deus os que se amavam e tendo sido condenado por isso, nos tempos pré-cristãos.
O arquinho e balão já poucos cativa, mas as 'anjas' (ou Cupidas?) que hoje entregavam os poemas de amor na minha escola, enfrentavam o frio com a intrepidez com que os namorados devem estar preparados para as intempéries das relações.
Temos de nos adaptar aos novos tempos e, numa descarada investida a favor dos 'hábitos de leitura', o Clube da Poesia ofereceu o serviço inovador de fornecer um catálogo de poemas e frases de amor de autores consagrados e assegurar a sua entrega, no dia certo, de forma anónima, se assim o entendesse o declarante. O êxito foi total! As inscrições excederam as expectativas e foram entregues mais de duas centenas de poemas a alunos, professores e funcionários, escolhidos em nome de Valentim. Foi assim um dia de afectos, de amizade e amor, de frases feitas, colhidas pelos alunos na biblioteca da escola, fruto de uma escolha (primeiro nossa, depois deles) que se fez - sem dúvida - de leitura, pensamento e ponderação de palavras.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Amanhã começa mais uma semana...

(Afinal, quem terá sido o Monsieur de La Palisse?)

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Ossos do Ofício

Que bonito está o meu novo teste sobre a Civilização Grega!
Estive toda a tarde a trabalhar nele. Ficou pronto agora.
É incrível como os alunos desconhecem o trabalho que estas coisas dão. Eu também desconhecia...até ter de os fazer.
Construir um teste é uma tarefa que me dá muito gozo. Já corrigi-los...nem por isso: é chato, é monótono, mesmo quando estão bons e é desesperante quando estão maus.
Enfim...

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Conclusão

«Alimentar, meu caro Watson!»

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Dizem que é nos momentos difíceis que descobrimos os verdadeiros amigos...mas, cada vez mais vou crendo que é nos momentos felizes que descobrimos as almas puras e livres, as que não invejam, as que celebram a felicidade por si só...mesmo que não seja a própria.
A capacidade de se alegrar com as alegrias alheias é uma qualidade que considero extraordinária, para a qual desconheço uma designação precisa, mas que celebro de forma adequada quando descubro a existência desta característica em mais um ser humano excepcional.

Moção de Censura

"Tal como a outros governos que o precederam, demos a este o benefício da dúvida e ele deu-nos o malefício da dívida." Carlos Fiolhais in http://dererummundi.blogspot.com/

De facto

"As opções são circunstanciais, mas as circunstâncias não são opcionais"

Georges Najjar Jr., Desaforismos, p. 94

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Eu sabia

que não podia tirar férias. Estava mentalizadíssima para isso, tinha tudo planeado: o que deveria fazer durante esta semana, em cada dia...
Mas as minhas energias foram de férias.
Assim: sem autorização, ausentaram-se.
E agora, tendo tanto para escrever, não tenho energia para o fazer.
Por sorte confio plenamente nas energias renováveis.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Júlio Verne faria hoje anos

"O mar é o veículo de uma existência sobrenatural e prodigiosa. É movimento e amor. É o infinito vivo, como afirmou um dos seus poetas. Nele reina a suprema tranqüilidade. O mar não pertence aos déspotas. Ah! o senhor professor deveria viver no seio dos mares! Só aí há independência. Aí não reconheço amos! Sou livre!"   Júlio Verne, 20000 Léguas Submarinas

Júlio Verne, escritor dos meus primeiros, criador de tantos mundos...

"A verdadeira diferença entre a construção e a criação é esta: uma coisa construída só pode ser amada depois de construída, mas uma coisa criada ama-se mesmo antes de existir."


Charles Dickens

citações colhidas em http://belasmensagens.zip.net/index.html

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Quebra

Quando se termina algo em que se investiu muito a sensação é estranha...
Quase parece que temos uma urgência de preencher um vazio.
Sexta e sábado andei frenética pelas tabacarias e livrarias, com vontade de comprar tudo, de me atulhar de letras para ler e escrever, comentar, investigar...
A determinada altura zanguei-me comigo: porque não posso eu gozar de um tempo que conquistei? Porquê esta ansiedade, quase medo, de não encontrar rapidamente algo em que consumir as energias extra?
Afinal, agora, penso que deve ser uma reacção normal...
Vou mas é lá fora gozar o sol da tarde, antes que seja tarde demais...e não estou a falar só do dia de hoje!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Regresso Triunfal

Se eu fosse Napoleão
(ou até mesmo a Josefina)
mandava fazer um Arco do Triunfo
no cimo de uma colina

:-)