quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Está Frio!

Todos os anos é a mesma coisa: Que este ano está mais frio...que antigamente não era assim; que o frio chegou mais cedo este ano...
Às vezes não tenho a mínima paciência para estas conversas. São conversas de quem não tem o que conversar.
Todos os anos o Inverno traz o frio. O Inverno é frio por definição!
E hoje existem "mecanismos de resistência" muito mais apurados. Sim, que eu lembro-me de há muitos anos atrás, na casa onde nasci, preparar o pijama, abri-lo sobre a cama e quase "mergulhar" para dentro dele, enquanto mexia freneticamente os braços e as pernas, deslizando para debaixo dos muitos cobertores (alguns de "papa", lembram-se do que era?) e ficar muito quieta, toda tapada a ver se o calor chegava.
O calorífero era "de varetas", só dava calor estando lá perto, não devia ficar ligado de noite e o frio esgueirava-se pelas frinchas das janelas, muito altas, e com portadas de madeira.
Saudosismos, só se for mais lá para o Verão, que eu gosto dos novos sistemas de aquecimento e não sei se este ano está mais ou menos frio que no ano anterior. Acho que nem me apetece discutir a questão, nem acho que seja uma questão, só um tópico de relacionamento social...que sempre me irrita, por sinal.
Está frio, estamos no Inverno, é normal. Pronto!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Tributo a Carlos do Carmo

"Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza"

Ary dos Santos

domingo, 23 de novembro de 2008

Rústicos pelo epicurismo


Que bela colecção de sinónimos sobre o último momento da nossa vida!
Estes gajos são doidos, mas ainda bem que enveredaram por este caminho, porque depois há os outros, bem mais sisudos e que querem mandar em nós.
Regozijem-se

Amor em ricochete

"Gosto de ti, desde aqui até à lua
Gosto de ti, desde a lua até aqui."

André Sardet, Mundo de Cartão, 2008

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Violência Doméstica

Lembram-se de uma canção, suave, fácil de entoar, que até podia ser usada para embalar?...assim:

"O mar enrola na areia
ninguém sabe o que ele diz
bate na areia e desmaia
porque se sente feliz"

Bonitinha, não era? O mar...a areia...ambiente de praia...inocente...
Até chegarmos à humanização dos elementos da Natureza...assim:

"Também o mar é casado, ó-ai
também o mar tem mulher
é casado com a areia, ó-ai
bate nela quando quer"

OH-Ai!!!!

E esta?
"Onde há galos não cantam galinhas!" e "Entre marido e mulher, não metas a colher"
Tudo ensinado de pequenino, com música de embalar e tudo...
Se quisermos ainda acrescentar umas afirmaçõezinhas de senso comum, do género "Se o marido lhe bateu, foi porque ela fez alguma!...",compreendemos porque é que a violência doméstica tem ainda os números assustadores que tem.
E bem podemos congratular-nos de que se mudem os tempos e as vontades. E de que hoje se insista na necessidade de não compactuar com estas situações e no dever de as denunciar e de ajudar as vítimas a libertarem-se.
Esta foi uma das mensagens da Conferência que o ex-Ministro da Justiça, Laborinho Lúcio, proferiu em Coimbra, no dia 4 de Novembro, com o título "Violência Doméstica: Crime Público e Dever de Justiça", e que me fez pensar em tudo isto.
Tantas vezes que cantei os versos da canção sobre o mar e nunca me apercebi da carga que transportavam!...
As palavras nunca são inocentes!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Baloiço

"Tão balalão
Cabeça de cão
Orelha de gato
não tem coração..."

Limite

"Nós aguentamos tudo o que Deus manda, e esperemos que Ele não mande tudo o que tem lá para mandar." (dizia muitas vezes a minha avó, sobre a resistência à dor)

Sabes lá!

"Eu não aguentava!"

domingo, 16 de novembro de 2008

Povo

Quando eu era pequenina "Povo" era a palavra maior que eu conhecia; cabíamos lá todos! Agora, tem tantos degraus, que saiu da minha definição.

sábado, 15 de novembro de 2008

Palavras Esquecidas

"O povo unido jamais será vencido"

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Desamor

Será o contrário do amor...
Será? Acho que o contrário do amor é o ódio e não me parece que o desamor seja nada de tão forte como o ódio.
O dicionário define como "inimizade, desprezo, aborrecimento, falta de amor", mas, para mim, desamor é assim...não estar lá...ser indiferente, não se importar.
Existe muito desamor por aí!
Sabem aquelas pessoas para quem dizermos que fomos assaltados ou que fomos aumentados é a mesma coisa? Estão a vê-las? São imensas, não são? Conseguem dizer "Coitada" e "Parabéns" exactamente com o mesmo tom de voz, com a mesma inexpressão.
Assusta! Não por nós, que continuaremos a viver a nossa tristeza ou alegria com a mesma intensidade, mas por elas, por essas pessoas, que não têm capacidade de se descentrar de si mesmas para sentir os outros, para se alegrar ou entristecer por eles...Se saíssem de si mesmas um bocadinho para se dedicarem aos outros, talvez quando "voltassem" se reencontrassem diferentes, se redescobrissem (até por aquilo que aprenderam com os outros, que descobriram nos outros).
Não sei se são egoístas ou hipócritas, mas suspeito que não podem ser felizes, porque não conseguem dar e receber emoções...partilhar.
Hoje vieram contar-me uma novidade, algo muito importante para a vida da pessoa que estava à minha frente, a falar comigo. E no fim rematou: "Vim dizer-lhe, porque sabia que ia ficar contente, que ia gostar de saber!"
E eu pensei: "Quanto desamor já terá esta pessoa enfrentado para escolher as pessoas a quem dá uma boa novidade!..."
E voltei para o meu "pequeno mundo" mais satisfeita, porque tinha conseguido viver uma experiência de...de...do contrário do desamor, que também não é o amor...talvez a empatia...não sei, as definições não importam, o que importa são as trocas de emoções, é a ausência de indiferença, que consegue por momentos iluminar os nossos pequenos mundos e torna-los mais claros...como a lua cheia, magnífica, que brilha hoje no céu.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Amor

"É que o amor
Seja lá o que isso for
é sempre uma mistura
de feitiço e de ternura
com um pouco de suor"

Quem não amou, Filarmónica Gil, 2005

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Hermenêutica

Palavra certamente motivadora para colocar como nome a uma menina recém-nascida (estou a brincar: prefiro definitivamente Hermengarda ou Cunegundes) esta é também uma palavra cativa num código línguístico restrito. Faz parte de um vocabulário – mais do que isso, de um aparelho conceptual – específico de um certo ramo das ciências. Das ciências do espírito, diriam alguns.
A Hermenêutica é a técnica de interpretar os textos, à procura da verdade. (Logo à partida se percebe que não é tarefa fácil, pois isto de escrever coisas para “tentar enrolar” os outros não é um procedimento muito recente. É aliás uma prática milenar que se vem perpetuando no tempo, diriam alguns, até, com vários melhoramentos e requintes.)
A Hermenêutica surgiu primeiramente ligada à análise e interpretação dos textos bíblicos, estendeu-se, sem grande sobressalto a todos os textos de cariz filosófico (com especial destaque para os textos jurídicos) e é actualmente uma metodologia necessária a todos os que se dedicam à História. Pela sua especificidade a interpretação dos textos bíblicos designa-se actualmentre sobretudo por Exegese, sendo o termo Hermenêutica aplicado à análise de documentos em geral, designando especialmente a interpretação que procura extrair deles “a verdade”.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

A Coima

Há palavras que vivem cativas em certos locais. Em códigos específicos, por exemplo.
Hoje tropecei na palavra “Coima” escrita num cartaz que proibia “jogos de bola”. Fiquei a pensar que este palavra, apesar de fazer parte da língua portuguesa, de se encontrar no Dicionário e de (penso eu) a maior parte dos portugueses saber o seu significado, quase não se utiliza. Pelo menos em situações comuns...
Bem, se pensarmos um pouco, a coima também não se refere a situações comuns, mas sim a situações que rompem com o comum, que o violam não respeitando uma regra qualquer...Ninguém leva uma coima por bom comportamento!
Mas porque é que na linguagem comum não entrou a palavra coima e se generalizou a palavra multa? Que supremacia é esta da multa sobre a coima? Que subserviência estranha assumiu a coima, fechada em códigos de advogados e advertências de agentes de autoridade?
Nem sequer sabemos se a coima tem diminuitivos ou aumentativos. É toda aquela rigidez de palavra que não se aproxima, que não se vulgariza, que não confratreniza...e, por isso, não podemos tratar com um certo a-vontade. Como à sua parente multa. Esta, além de fazer parte do nosso quotidiano – bem, mais de uns que de outros – está presente na nossa linguagem comum. “De quanto é a multa?”; “Já apanhei aqui uma multa”; “Fiquei aliviado porque foi uma multita”; “Ainda estou a recuperar de uma valente multa” ou, numa linguagem mais vernácula “Enquanto me lembrar da puta da multa não estaciono mais ali”, são tudo expressões que já ouvimos ou já usámos...Mas, recordem-se lá de quando disseram coima...pois, não se recordam. Ela não convive connosco.
Rebusco na memória e encontro uma aviso de um polícia que se perfilou ao meu lado quando eu estacionava o carro para me avisar que conduzir sem cinto era um procedimento sujeito a coima, de uma que tive de pagar por deixar passar o tempo do talão do parquímetro sem “renovar a minha assinatura” e ...mais nada.
Mas, pensando bem, fico até agradada com este afastamento da palavra da linguagem comum, pois teria sido muito estranha a conversa de solidariedade e consternação da minha família, naquele verão, em torno do papel da multa de estacionamento. Creio que não seria nada agradável ver todos os meus sobrinhos a dissertar sobre “a coima da tia”.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Seminário

Abri o jornal e li "Mulheres empresárias reuniram-se num Seminário com o tema..." e pensei "Não terá sido perturbador para os padres?"

Cor-de-Rosa

Se existem rosas de tantas cores porque é que existe uma cor que é de rosa?

domingo, 2 de novembro de 2008

Palavras Vãs 2

Se fosse comigo, era muito diferente; podes crer!

Palavras Vãs 1

Se eu pudesse, trocava de lugar contigo!