quinta-feira, 31 de março de 2011

Última Hora 2

Mas que grande 31!...
Vejam lá se ele não escolheu bem a data para declarar/aceitar isto tudo?
E ainda inventando uma curiosa expressão: falsas utopias...
Sim, porque todos sabemos que as utopias verdadeiras são muito melhores...
Lá no Cavaquistão, claro.

Última Hora

Então agora, que eu tinha conseguido obter um lugar - legítimo e democrático - para ir com os alunos à Assembleia da República, nos dias 2 e 3 de Maio, dissolvem a AR até Junho?
E a reacção (decepção, certamente) dos futuros eleitores, que estão neste momento nos bancos da Escola, não preocupa os políticos?...
E eu nem tenho a certeza que eles sejam possíveis de dissolver em água...provavelmente ainda teremos de gastar uma parte do orçamento a comprar detergentes ou ácidos...
«But it's an injustice, it is...»

Boa noite...

Wish you're here...

quarta-feira, 30 de março de 2011

Hoje, em Coimbra

Lula da Silva, de borla e capelo.

terça-feira, 29 de março de 2011

Voltes ou não voltes

"Tenho um decote pousado no vestido e não sei se voltas,
mas as palavras estão prontas sobre os lábios como
segredos imperfeitos ou gomos de água guardados para o verão.
E, se de noite as repito em surdina, no silêncio
do quarto, antes de adormecer, é como se de repente
as aves tivessem chegado já ao sul e tu voltasses
em busca desses antigos recados levados pelo tempo:

Vamos para casa? O sol adormece nos telhados ao domingo
e há um intenso cheiro a linho derramado nas camas.
Podemos virar os sonhos do avesso, dormir dentro da tarde
e deixar que o tempo se ocupe dos gestos mais pequenos.

Vamos para casa. Deixei um livro partido ao meio no chão
do quarto, estão sozinhos na caixa os retratos antigos
do avô, havia as tuas mãos apertadas com força, aquela
música que costumávamos ouvir no inverno. E eu quero rever
as nuvens recortadas nas janelas vermelhas do crepúsculo;
e quero ir outra vez para casa. Como das outras vezes.

Assim me faço ao sono, noite após noite, desfiando a lenta
meada dos dias para descontar a espera. E, quando as crias
afastarem finalmente as asas da quilha no seu primeiro voo,
por certo estarei ainda aqui, mas poderei dizer que, pelo
menos uma ou outra vez, já mandei os recados, já da minha
boca ouvi estas palavras, voltes ou não voltes."


Maria do Rosário Pedreira
colhido em poedia
Passou-se a segunda-feira sem que eu pudesse registar nada por aqui...
Aulas, chuva e viagens longas, que adiam o meu registo de hoje para amanhã. Ou seja, sendo ainda hoje, aquilo que agora escrevo, ficará na História como tendo sido escrito amanhã, que aqui declaro, que ainda é hoje.
Boa noite!

domingo, 27 de março de 2011

Pura Inveja


A tarde já vai longa, encurtando sem apelo o fim de semana... Faço uma pausa na correcção dos TIH (sigla que bem poderia identificar "Testes Intermináveis de História", mas em que o I, afinal, significa Intermédios). Encontrei esta foto e deu-me uma imensa nostalgia... Por não poder estar no Porto (ou em Gaia), a namorar nesta tarde de chuva, fazendo da exiguidade do espaço coberto um pretexto para um aconchego afectuoso...
Aqui fica, pois, o móbil da inveja, colhida no blog A Devida Comédia.

sábado, 26 de março de 2011

Mas para fazer isto deve ser preciso gostar


de Matemática, claro.

recolhido em De Rerum Natura, alunos engraçados

sexta-feira, 25 de março de 2011

quinta-feira, 24 de março de 2011

Sem energia para escrever

Queria poder escrever, escrever muito, pois as coisas andam em turbilhão à minha volta, ou talvez seja eu que ando num turbilhão pelas coisas...
Os momentos de crise são sempre momentos de crescimento, ou serão os momentos de crescimento que são sempre de crise?

quarta-feira, 23 de março de 2011

terça-feira, 22 de março de 2011

E quando

nos sentimos traídos pela vida?
Temos de procurar ter calma e, sobretudo, sermos fiéis aos nossos princípios.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Dia Mundial da Poesia

Num país de poetas, numa escola de pequenos poetas, um recital que nos fez - a nós, professoras - sentir umas rainhas.

Um dia que foi um verdadeiro Poema...

domingo, 20 de março de 2011

Há mails que vêm por bem...

Não sou grande cozinheira

mas há um prato que me dá gosto servir: Vingança (fria, claro).

sábado, 19 de março de 2011

Para
Amar
Incondicionalmente

Variedades

“O professor medíocre diz, o bom professor explica, o professor superior demonstra e o grande professor inspira” (William Arthur Ward, 1921-1994).

quinta-feira, 17 de março de 2011

Dizia dantes o povo...

"Quanto mais a gente se abaixa, mais o cu lhe aparece"

quarta-feira, 16 de março de 2011

É sempre cedo...

A morte é sempre triste!
Se quando toca à porta dos novos parece injusta, também não é muito mais aceitável quando marca o fim de uma vida longa e cheia.
Poucos pensamos chegar aos 100...será uma meta atingida por poucos...mas, como não encarar com muita pena uma pessoa que morre na véspera de fazer 100 anos?
Foi assim, aqui perto, com uma velhinha maravilhosa, adorável, linda, que me disse - exactamente há um ano atrás - faço hoje 99 anos, minha menina.
Foi uma alegria (faz hoje um ano) quando a velhinha que eu tinha dado por morta quando deixara de a ver na rua, veio visitar os vizinhos no dia dos seus 99 anos, porque estava, afinal, num lar. A sua entrada para o lar teve como objectivos manter uma vida mais calma para ela e para a família que, morando longe, vivia sempre preocupada com a eventualidade de algum acontecimento lamentável, pois a velhinha vivia sozinha.
Quando vi a notícia da sua morte ontem, recordei os seus 99 anos. Foi-me assegurado por pessoas próximas que ela estava lúcida e muito animada com a enorme festa que lhe tinham prometido para o centenário.
Não sei de que morreu. Claro que, com 100 anos menos um dia, sabemos que a morte estava próxima, mas custa, pensar que, aquela doce senhora, ficou assim, à porta do centenário. Assim, ainda parece cedo...

Chá

Às vezes faço um chá só para chamar a memória dos odores da minha infância.
Naquele tempo não havia Ambi Pur (pelo menos eu não me lembro de nada dessas coisas enfiadas nas tomadas, a não ser umas protecções para não metermos lá os dedinhos inadvertidamente) e as casas eram arejadas e perfumadas com frequência por métodos naturais, mais holísticos e mais baratos.
As casas da minha infância eram mais habitadas que as casas que vou conhecendo hoje. Nas casas da minha infância havia sempre uma mulher, viúva, que preenchia constantemente a casa com a lida doméstica, os suspiros por um passado mais feliz e os costumados resmungos por umas dores "da idade" ou "do tempo" (ou do hábito mesmo).
Muito frequentemente qualquer uma das casas da minha infância tinha cheiros quentes e frescos de ervas do campo ao lume. Na casa da avó Mila era sobretudo o cheiro da erva de S. Roberto, chá da sua preferência, que marcava amiúde os lanches da tarde ou as noites mais frias. Na casa onde nasci havia frequentemente múltiplas ervas juntas numa cafeteira, de onde saíam chás ricos e confusos que associavam o conforto da bebida quente aos vários efeitos curativos, preventivos ou de manutenção de cada um dos componentes, explicados com requintes de pormenor pela minha mãe. Depois havia também os defumos, sobretudo de eucalipto, com uma explicação mais complexa: se por um lado sabíamos que facilitava a purificação do ar, proporcionado um bom ambiente e evitando problemas respiratórios, por outro lado (este menos confessado) as crenças populares atribuíam-lhe o afastamento da inveja e outros males quejandos e...caramba, mal não fazia!
Hoje dei comigo a pensar em tudo isto, enquanto as cascas do limão se juntavam à erva de Ginko Biloba, na cafeteira de água fervente e o perfume quente e fresco da minha infância invadia as minhas memórias e os meus sentidos.
Foi com este conforto de alma que me aqueci por dentro com o chá, recordando tempos de janelas de madeira, em que os ventos conviviam com os nossos serões e as mãos abraçavam a caneca com carinho, aquecendo corpo e espírito, aspirando os aromas e saborendo a experiência de um chá, quente e fresco, reconfortante para todos os sentidos.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Vitória

Uma vitória sabe sempre bem! Não há volta a dar.
Os alunos foram para casa e eu recomendei-lhes que não ficassem demasiado «inchados».
Mas agora - aqui para nós que poucos nos «ouvem» - estou babadérrima com a retumbante vitória dos «jovens deputados» da minha escola, na sessão distrital do Parlamento dos Jovens, que escolheu - por clara maioria - os representantes jovens à experiência de dois dias no Parlamento, em Lisboa. Terão de defender e convencer os verdadeiros deputados da justeza das suas recomendações perante o problema da violência em meio escolar.
Foi um processo trabalhoso, complexo, extraordinariamente enriquecedor como desenvolvimento do sentido e das práticas da cidadania, da democracia.
Hoje desenvolvemos todos muitas competências. Hoje aprendemos todos muito. Hoje crescemos todos.
Como quase sempre sinto-me afortunada pelas pessoas que vão colorindo os meus dias, pela partilha da experiência de ensinar e aprender.
Hoje é dia de vitória!

domingo, 13 de março de 2011

Passagem

"Trovejava agora. O tempo tinha ensurdecido em cinzento com o findar da tarde. A luz das lâmpadas piscava, ameaçando uma escuridão total. As cordas de chuva nas janelas davam uma sensação de «scary moovie»: o cenário estava montado para uma cena de crime ou fantasmagoria.
Como se estivesse a observar-se a si mesma estranhou continuar calma. Dir-se-ia que antecipara aquele momento: o barulho, os clarões, a ausência do costumado medo; sabia que hoje não iria sentir medo.
Desde manhã que se sentia observadora de si mesma, interrogando(-se) sobre as razões dos seus actos: A mudança de visual, cabelo, roupa... e até as compras no supermercado apelavam a um lado criativo que não reconhecia. Algo de muito inquietante se passava desde manhã...
Arrumava agora, meticulosamente, os armários da cozinha, confundindo o barulho da chuva com a água que ia enchendo a banheira para o banho de espuma.
Sentia-se inquieta, por dentro, e agia, por fora, como se cumprisse um guião.Sentia-se protagonista de qualquer coisa...
A banheira estava quase cheia. Tropeçou o olhar nas velas coloridas que adornavam a casa de banho.
Acendeu várias à volta da banheira. Pequenas chamas dançando inseguras na borda de um caldeirão fumegante.
Observou a imagem do espelho: desfocada pelo vapor, poderia ser qualquer uma.
Agradou-lhe a perspectiva e foi deixando escorregar a roupa, observando as sombras no espelho e nas paredes. Sentia-se ruborizada. Talvez alguma vergonha por aquela actuação, talvez do calor do ambiente, talvez da taça de vinho que deixara quase vazia na cozinha...
A luz das lâmpadas foi-se com o último relâmpago.
Ao som do trovão, que fugia, deixou-se mergulhar, lentamente, na água, nos reflexos, no fumo, no mistério de toda aquela encenação.
No momento que que o seu corpo pousou sobre as brilhantes estrelas do mar, soube que a sua segunda vida tinha começado."

quarta-feira, 9 de março de 2011

Preocupação

Poderá ser sintomático (qui çá, premonitório) que o homem tome posse no dia do enterro do Entrudo?...

terça-feira, 8 de março de 2011

No Dia da Mulher...


"Limpar a imagem" da maçã, associada à Mulher, na alegoria do pecado original.
Vozes da reacção...
Gostam pouco, gostam...Está bem, nós assumimos a culpa!
Quem nunca pecou que atire a primeira dentada. Está provado que faz bem a muita coisa...e também que afasta a obesidade!
Sim, continuo a falar da maçã, claro. What else?...

Hoje é Dia da Mulher

Confessava-me hoje a minha manicure que não achava nada lógico haver um Dia da Mulher. E que as manifestações todas que se têm feito cá por estas bandas - com nazarenas malucas a atirarem-se às tangas dos 'streepers' - eram uma vergonha.
Tive de concordar com ela no aspecto da vergonha que sentimos por uma celebração louca e depravada da condição feminina.
Mas não pude deixar de me recordar da reflexão que tive de fazer, há muitos anos - quando eu era jovem e tinha a certeza da igualdade como um direito adquirido - quando me convidaram para dar o meu depoimento no jornal do MDM sobre o Dia da Mulher, enquanto dirigente de uma associação cultural.
Com todas as minhas certezas da igualdade quase me sentia ofendida com a existência de uma Dia da Mulher: Porquê? Não era isso mais um acto de paternalismo de uma sociedade outrora machista?
Como sempre tentei perceber a forma de pensar dos outros e sobretudo não ferir os sentimentos de quem actua por convicções, dediquei-me, com muito cuidado, às palavras que teria de escrever. Sei que isso me ocupou o espírito durante uns tempos e que foi responsável por eu concluir, como depois escrevi, que a melhor forma de homenagear todas as mulheres que lutaram pela igualdade era a dúvida que se instalava (no meu espírito jovem e cheio de cerezas e direitos de quem cresceu no pós-25 de Abril) da razão de ser de um Dia da Mulher.
Foi assim que passei a explicar este dia aos meus alunos. Nos outros anos, quando não coincidem com a 3ª feira de Carnaval e com a ditosa pausa que tais entusiastas tem.

Um outro Poema de Amor

"No fundo, as relações entre mim e ti
cabem na palma da mão:
onde o teu corpo se esconde e
de onde,
quando sopro por entre os dedos,
foge como fumo
um pequeno pássaro,
ou um simples segredo
que guardávamos para a noite."

Nuno Júdice
colhido em poedia

sexta-feira, 4 de março de 2011

Pausadamente

Até ao meio-dia e meio os portões estiveram fechados, como se os decisores não tivessem confiança no cumprimento da alegria geral por eles decretada.
Havia muita animação no ar, muitos mascarados...outros resistiam pacificamente, como «o muro» de alunos de 9º ano encostados a uma parede do bar, equipados com os seus portáteis, a desenvolver a manhã de jogos que tinham decidido entre eles. Alguns faltaram.
Com o entusiasmo do público dos concursos, destroçámos as fileiras da alegria ao meio-dia em ponto.
Estamos em pausa. No dia em que na Assembleia da República se pede a cessação da decisão do Governo de terminar com a Área-Escola, o Estudo Acompanhado e a leccionação de EVT por dois professores.
Parece-me que poderiam ter evitado tudo isto se, em vez dos jogos políticos em que se entretêm tivessem pensado em alunos e professores cuja vida decorre cada vez mais penosamente por entre as normas e obrigações que são deitadas cá para fora aos sacões, aos arranques de vómito do monstro que é o Ministério da Educação, tentando acertar o passo com o monstro disforme que é o Governo.
Nada me parece pausado nesta pausa. Parece-me mais uma fuga...fugaz, que ela é, para o que precisávamos: estabilidade e credibilidade. E espaço para desenvolver aquilo para que nos formámos: ensinar...

quinta-feira, 3 de março de 2011

Alegria por decreto

É amanhã. A escola estará fremente de actividades, a maior parte das pessoas vai mascarada porque gosta  de Carnaval.
Eu estou estoirada e não consigo perceber esta obcessão por festejos duvidosos e uma aparente envolvência da escola em actividades para «inglês ver». Foi tudo decidido pelas chefias e não houve uma ténue tentativa de motivar os professores. São obrigados a estar lá, por uma escala de serviço obrigatório que não deixa dúvidas e espera-se que estejam de acordo com o ambiente: alegres; porque é Carnaval, ninguém leva a mal.
Dentro do espírito e não ousando (Deus nos livre!) contrariar a alegria decretada e por todos partilhada, respondo pontualmente e com um soriiso à pergunta recorrente:
- Vai-se mascarar, s'tôra?
- Sim.
- De quê?
- De professora satisfeita. É uma homenagem ao Carnaval como inversão da realidade quotidiana.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Humor rima com Terror?


Os que me conhecem mais de perto percebem o quão significativa (e dramática) é esta «piada» que encontrei num blogue sobre nutrição.
(O facto de eu estar a fazer pesquisa já demonstra boa vontade. Talvez um dia pratique a atitude radical de colocar esta imagem no ambiente de trabalho...)
Eu sei, eu sei, se estivesse no ginásio perdia mais calorias que aqui a escrever. Que inferno!
A propósito, a imagem (juntamente com bons conselhos) foi colhida em
Comer bem até aos 100...: HUMOR; A DIETA DO MONSTRO DAS BOLACHAS

terça-feira, 1 de março de 2011

Ufa!

Ontem fui ao ginásio. Lá me esforcei alguma coisa. De olho no gasto de calorias indicado, lá ia pedalando, pedalando, caminhando, caminhando...
Hoje pesei-me: nem vestígios dos efeitos do esforço!
Pensei então que as calorias são semelhantes ao ordenado, mas ao contrário (acho que se chamava qualquer coisa como «inversamente proporcional» nos conteúdos de Matemática do meu 3º ciclo): esfalfamo-nos para ganhar a massa, que se esvai num instante; acumulamos alegre e rapidamente calorias que temos de nos esfalfar para gastar, lentamente.
Uma injustiça!