segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Para Escrever o Poema

"O poeta quer escrever sobre um pássaro:
e o pássaro foge-lhe do verso.
O poeta quer escrever sobre a maçã:
e a maçã cai-lhe do ramo onde a pousou.


O poeta quer escrever sobre uma flor:
e a flor murcha no jarro da estrofe.


Então, o poeta faz uma gaiola de palavras
para o pássaro não fugir.


Então, o poeta chama pela serpente
para que ela convença Eva a morder a maçã.
Então, o poeta põe água na estrofe
para que a flor não murche.


Mas um pássaro não canta
quando o fecham na gaiola.


A serpente não sai da terra
porque Eva tem medo de serpentes.


E a água que devia manter viva a flor
escorre por entre os versos.


E quando o poeta pousou a caneta,
o pássaro começou a voar,
Eva correu por entre as macieiras
e todas as flores nasceram da terra.
O poeta voltou a pegar na caneta,
escreveu o que tinha visto,
e o poema ficou feito."

Nuno Júdice
O mimo faz tão bem!...

sábado, 29 de outubro de 2011

2011: Ano Europeu do Voluntariado

"- (...) Também foram os monumentos religiosos que chegaram até nós, porque as pessoas cuidam do que é religioso, porque é importante para elas. Por exemplo, o Mosteiro de Alcobaça é um monumento (património mundial, até) mas é um espaço religioso activo: as pessoas vão lá à missa, à catequese e há lá cerimónias como casamentos, baptizados e funerais.
- Acho que funerais...
- Funerais não!
- Há sim - insisti - Mas são só funerais de pessoas muito importantes...
- Pois foi. Saiu de lá também aquele bombeiro que morreu...
- Mas o bombeiro não era importante. Eu até o conhecia...
Gerou-se uma pequena discussão àcerca da morte e funeral do bombeiro, que eu deixei seguir, como um espaço de descompressão em que vários podiam participar. De súbito emergiu das vozes a frase - Tu não vês que um bombeiro é sempre importante? Um bombeiro é voluntário!
Fez-se silêncio em torno da voz dele.
Aproveitei e falei do carácter humanitário dos bombeiros, da importância do voluntariado e de que um bombeiro morto em serviço representa toda a corporação.
Enquanto explicava, retomando as rédeas da aula, reparei melhor no autor da afirmação: o puto reguila do ano anterior é agora um jovem com voz forte e uma cova no queixo que lhe dá um ar seguro e convencido. Que impõe respeito e admiração.
A minha já tem!"

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

As Regras

E dizia-lhe eu, a propósito de uma qualquer contestação:
- Mas tu não vês que tens de cumprir as regras? As regras são para cumprir. Podemos discordar delas, mas não podemos deixar de as cumprir, sob pena de perdermos a razão...
Olhou-me nos olhos, com a expressão desafiadora de um jovem de 15 anos. Tinha crescido muito nestes três anos que vinha sendo meu aluno!
- Olhe, por acaso eu acho que tenho aprendido consigo é que muitos dos que foram importantes e mudaram isto para melhor, foram os que decidiram não cumprir as regras.

Discutimos sobre as diferenças entre Ditaduras e Democracias, do papel do correcto cumprimento das regras nas sociedades democráticas...mas o estrago estava feito: ele tinha atingido profundamente o meu coração porque me provou
  • que tinha aprendido algo comigo;
  • que percebera o que eu penso da História e dos momentos de ruptura e dos seus protagonistas.
Tínhamos dado as Revoluções Liberais no princípio do ano e, pelos vistos, o fim do Antigo Regime tinha sido compreendido como a fundação da contemporaneidade, com tudo o que isso teve de transformação para as sociedades ocidentais.

E não sabia ele (ou saberia sem saber?) que um dos problemas que eu coloquei aos formadores de Desenvolvimento Pessoal e Social foi: "Como é que acham que eu os vou convencer da necessidade absoluta de cumprir as regras e as ordens, se, de facto, os meus heróis são os que não se deixaram iludir por regras injustas e pensaram pelas suas cabeças, pelos seus critérios? Como lhes posso negar a grandiosidade da condição de proscrito de Robin dos Bosques?

Se calhar não posso mesmo!

Não fiquei convencida com a resposta "politicamente correcta" dos meus formadores. Nunca me atrevi a falar de Robin dos Bosques nas aulas. Mas duvido agora que os meus heróis não espreitem por cima do meu ombro durante as aulas e façam sinais aos meus alunos. A alguns, claro.

O que eles me ensinam

Pensei em criar outro blogue dada a importância do tema. Mas, sejamos sinceros, eu já nem vou tendo muito tempo para este...de que me serviria criar outro? Seria um passo mais para a desmotivação, o sentimento de culpa por não estar a cumprir os meus objectivos e poderia até dispersar os fãs :-)
Mas o tema é de facto muito importante, ou vai sendo cada vez mais importante para mim, como uma bóia de salvação nas águas agitadas de uma profissão docente que se afunda em estatísticas e burocracias, para tentar responder aos ditames de uma crise criada e alimentada pelo capitalismo...Tudo isto tão contrário ao espírito das Ciências Sociais e Humanas, o barco em que eu ingressei nesta viagem, há muitos anos atrás e que vais sendo desconsiderado nesta corrida pelo lugar nos rankings de critérios que não interessam «nem ao Menino Jesus».
(Usava-se muito esta expressão lá em casa e eu nunca percebi se era porque, sendo o Menino Jesus uma criança e como tal curiosa, se não lhe interessava a Ele não interessaria a ninguém ou se, dada a inteligência de Jesus, se não lhe interessava a Ele não seria de todo interessante para nós, seus seguidores).
Surgiu-me a expressão como adequada pois que também do que interessa aos meninos, ou de uma visão muito particular dos jovens e das crianças, trata este "subtema" que quero introduzir por aqui: o que os alunos me vêm ensinando!
Sabemos que circulam pela Internet - e até já em livros publicados - as asneiradas dos alunos, mas onde estão as palavras deles que nos admiram? ou nos fazem admirá-los?
Dia a dia encontro bálsamo para a vida nas horas lectivas. Vale a pena ensinar! Não tenho a menor dúvida. Mas o que me fascina, me encante, me enternece, me espanta e me cativa, é o que vou aprendendo e recordando com eles.
Por vezes penso que os professores encontraram a tão procurada fonte da juventude. Nós - se quisermos, e só se o soubermos fazer - estamos sempre a aprender (ou a não esquecer) o que é ser jovem.
A indignação, a ingenuidade, a genuinidade dos sentimentos, está ali, à nossa frente, a interagir connosco, a lembrar-nos que, apesar de nós estarmos a ficar velhos, a juventude continua a fluir incessantemente no mundo, com as suas inquietações, as suas urgências, os seus desesperos e a sua vontade intrépida (e crédula) de mudar o mundo.
A hipótese de mudança, de redenção, de salvação, de continuidade, está ali sentada, à nossa frente, e tem voz e ideias e interrogações que precisam ser respondidas.
É mais fácil fazer perguntas que dar respostas e esse, penso eu, é o maior desafio da Educação. Ensiná-los a fazer perguntas e ajudá-los a procurar as respostas.
Mas, algumas vezes (e não são muitas, não, mas por isso é que é preciso guardá-las por aqui) são eles que nos dão as respostas, que nos mostram os caminhos, que nos mantêm viva a esperança.
A ideia então - numa nova etiqueta deste blogue que guarda palavras - é assinalar aqui as palavras dos alunos que se vão constituindo bálsamos e ensinamentos para a minha vida e por vezes o leme que me recorda por que entrei neste barco e porque vale a pena mantê-lo a navegar.
"Palavra de Aluno" é então a nova etiqueta deste blogue. Espero que não resvale para o cinismo nem para a piada fácil de anunciar as suas asneiras e erros grosseiros, mas que mantenha o rumo de guardar as palavras excepcionais geradas nas novas gerações, que encaro como faróis de esperança na actual borrasca mundial.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O Jogo

"Eu, sabendo que te amo,
e como as coisas do amor são difíceis,
preparo em silêncio a mesa
do jogo, estendo as peças
sobre o tabuleiro, disponho os lugares
necessários para que tudo
comece: as cadeiras
uma em frente da outra, embora saiba
que as mãos não se podem tocar,
e que para além das dificuldades,
hesitações, recuos
ou avanços possíveis, só os olhos
transportam, talvez, uma hipótese
de entendimento. É então que chegas,
e como se um vento do norte
entrasse por uma janela aberta,
o jogo inteiro voa pelos ares,
o frio enche-te os olhos de lágrimas,
e empurras-me para dentro, onde
o fogo consome o que resta
do nosso quebra-cabeças."


Nuno Júdice

domingo, 16 de outubro de 2011

Na RTP,

canal do Estado, apresentaram há pouco uma longa reportagem sobre todos os subsídios que o cidadão tem direito a receber em Portugal. Terminava com a frase "a ajuda do Estado, presente do primeiro ao último dia."
Tenho pena de ter estado distraída quando disseram tudo o que o cidadão descontava para o Estado. Mas nem quero crer que não tenham dito...devo ter estado um bocadinho distraída.

À saúde da Memória!

Tenho andado triste e preocupada com o que se está a passar em Portugal, na Europa, no Mundo.
Até aqui não parece uma grande declaração, pois o espanto ou a originalidade seria o contrário.
Mas por dever de ofício e por sentido de missão, e por um qualquer juramento de Heródoto que inconscientemente fiz há muito tempo, tenho andado particularmente preocupada com o ensino da História, com o futuro da memória das novas gerações.
Isto tem sido de tal forma grave que frequentemente ao fim do dia receio sucumbir aos maus pensamentos e ao desânimo, temo tornar-me fria e cínica neste ofício de educar consciências.
Hoje, à hora do noticiário, foi um desses momentos: sentada confortavelmente no sofá absorvia as notícias sobre as manifestações dos indignados, fustigando-me mentalmente por não ter participado, por estar quase a abandonar a esperança na força do povo, das massas, da democracia.
Hesitei, após o jantar, sobre ir ou não, ao Armazém das Artes assistir ao espectáculo intitulado “Rondó da Carpideira: Tributo aos registos etnográficos «Povo que canta» de Michel Giacometti.” Por fim lá fui, considerando que o meu apoio como telespectadora aos indignados não beneficiava ninguém.
A sala não estava muito cheia ao princípio, mas o ambiente foi-se compondo. Por fim instala-se aquela quietude que antecede «o momento». Mestre José Aurélio, o anfitrião, apresentou o espectáculo, situando-o na sua qualidade de tributo ao etnólogo italiano, que conhecera pessoalmente, que se dedicou à recolha empenhada do património etnográfico e antropológico português e cujo pretexto para o evento de hoje era a sua chegada a Portugal, há 52 anos atrás.
O Mestre abandona o palco, os músicos instalam-se, as imagens a preto e branco dos registos cinematográficos surgem projectadas nos écrans e no próprio piano. A partir daí tudo foi magia e emoção, num “espectáculo multi-disciplinar (…) servindo o vídeo como base estrutural para um concerto em que a interacção entre os músicos e os intervenientes do filme de Giacometti é primordial.”
O tempo voou a toque de emoção, pelo momento, pelo espaço, pelas evocações, pela presença do povo português todo, ali assim, convocado com firmeza pelo espantoso José Aurélio, que a dada altura do espectáculo se sentou na cadeira mesmo ao meu lado. A força que emanou daquela vizinhança restaurou-me a esperança, a capacidade de me emocionar, de acreditar…
O espectáculo terminou. Os jovens que rodearam os músicos no final (muitos deles também artistas) não conheceram Michel Giacometti, pois só o meu e mais um ou dois comentários salientaram, para além da excelência da música, a beleza da homenagem.
Dirigi-me ao bar, sozinha. Pedi uma ginja de Alcobaça e brindei, mentalmente, à saúde da memória, “que nos há-de guiar à vitória”.

Notas adicionais: As citações são do programa das actividades do Armazém das Artes para o último trimestre deste ano; parte da recolha de Michel Giacometti (sobretudo a que se refere a alfaias agrícolas) pode ser vista no Museu do Trabalho Michel Giacometti, em Setúbal.

sábado, 15 de outubro de 2011

Até ao fim

"Mas é assim o poema: construído devagar,
palavra a palavra, e mesmo verso a verso,
até ao fim. O que não sei é
como acabá-lo; ou, até, se
o poema quer acabar. Então, peço-te ajuda:
puxo o teu corpo
para o meio dele, deito-o na cama
da estrofe, dispo-o de frases
e de adjectivos até te ver,
tu,
o mais nu dos pronomes. Ficamos
assim. Para trás, palavras e versos,
e tudo o que
não é preciso dizer:
eu e tu, chamando o amor
para que o poema acabe."

Nuno Júdice

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O leite «achocolatado» é um bem essencial?

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A Verdade Histórica

"A minha filha partiu uma tigela
na cozinha.
E eu que me apetecia escrever
sobre o evento,
tive que pôr de lado inspiração e lápis,
pegar numa vassoura e varrer
a cozinha.


A cozinha varrida de tigela
ficou diferente da cozinha
de tigela intacta:
local propício a escavação e estudo,
curto mapa arqueológico
num futuro remoto.

Uma tigela de louça branca
com flores,
restos de cereais tratados
em embalagem estanque
espalhados pelo chão.

Não eram grãos de trigo de Pompeia,
mas eram respeitosos cereais
de qualquer forma.
E a tigela, mesmo não sendo da dinastia Ming,
mas das Caldas,
daqui a cinco ou dez mil anos
devia ter estatuto admirativo.

Mas a hecatombe
deu-se.
E escorregada de pequeninas mãos,
ficou esquecida de famas e proveitos,
varrida de vassouras e memórias.



Por mísero e cruel balde de lixo
azul
em plástico moderno

(indestrutível)"

Ana Luisa Amaral, Minha Senhora de Quê, Quetzal Editores, Lisboa, 1999: 46, 47

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Endless Jobs

Ficção: O Primeiro Queixinhas

"Segunda-feira

Este novo ser de cabelo longo é um valente impecilho. Anda sempre à minha volta e segue-me para todo o lado.Não gosto disto; não estou habituado a ter companhia. Preferia que ficasse com os outros animais. (...) Está enevoado hoje, vento de Este; acho que nós ainda vamos ter chuva. (...) NÓS? Onde apanhei esta palavra? - o novo ser usa-a amiúde." (p. 9)

Twain, Mark, Excertos dos Diários de Adão e Eva, Lisboa, Cavalo de Ferro Editores, 2007 (2ª edição)

domingo, 9 de outubro de 2011

Homo familiaris queixinhas

"Há milénios que o homem anda a inventar maneiras de salvar o Homem. Cristianismo, islamismo, hinduísmo, judaísmo, espiritismo, comunismo e mais uma longa fila de qualquercoisismos têm infindáveis propostas para elevar ao céu, ao nirvana, ao estado operário, ou ao que quer que seja, o Homem, com H grande. Já com a salvação do homem, com h minúsculo, ninguém parece estar preocupado. 
(...)
O homem moderno, caro leitor - e, sobretudo, cara leitora -, precisa de ajuda e salvação. o homem moderno precisa de mimo como nunca precisou desde que o primeiro australopiteco mostrou o nariz ao planeta, vai para quatro milhões de anos. O homem moderno precisa de um livro como este: orgulhosamente queixinhas, que a gente não é de ferro."

Tavares, João Miguel, Os homens precisam de mimo: como sobreviver a uma família e ser feliz, Lisboa, A Esfera dos Livros, Agosto de 2011 (3ª edição), pp. 9-11

Uma abordagem dos mais recentes desenvolvimentos do processo de hominização. :-)

sábado, 8 de outubro de 2011

Blow up

Tenho fotografias que provam

que nunca exististe

Pedro Mexia, colhido em http://poediapoedia.blogspot.com/

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Morreu Steve Jobs

“Ninguém quer morrer. Mesmo as pessoas que querem chegar ao Paraíso não querem morrer pra estar lá. Mas, apesar disso, a morte é um destino de todos nós. Ninguém nunca escapou. E deve ser assim, porque a morte é provavelmente a maior invenção da vida. É o agente de transformação da vida. Ela elimina os antigos e abre caminho para os novos”. Jobs, Steve (2005)

Homenageado de forma universal - até do espaço chegaram mensagens - Jobs foi comparado a Leonardo Da Vinci pelo seu carácter genial. Receia-se que seja insubstituível. Leonardo também é.

De vez em quando surgem personalidades deste calibre, por causa de quem, como disse um dia António Gedeão, "o mundo pula e avança, como bola colorida entre as mãos de uma criança".

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Alice

Acordei com o leve tossicar do coelho de peluche. Estava de pé, junto à cabeceira da minha cama, apontava com a patita para o despertador e tinha uma pequena ruga de preocupação no focinho.
- Não precisas de te levantar?
- Não, não preciso. Hoje não preciso de nada. Hoje nada é preciso! - e dei uma gargalhada ruidosa que encheu o quarto de feriado.

Um Bálsamo para a Alma

Estou a chegar do cinema. Fui ver o último filme de Woody Allen  - Midnight Paris - e venho encantada. Procurei algumas palavras para caracterizar o filme e encontrei estas:
"Thierry Frémaux, director do festival [de Cannes], considera o filme de Allen “uma maravilhosa carta de amor a Paris” e acrescenta que este “é um filme em que Woody Allen aprofunda as questões tratadas nos seus filmes anteriores: a nossa relação com a história, a arte, o prazer e a vida.”
retirado do Jornal de Notícias de 2 de Fevereiro de 2011.
Para uma geração ou duas específicas este filme é imperdível!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

A nossa Língua

"A língua singular é outra desvantagem para um conhecimento mais íntimo de Portugal. Se viajarem pela Europa, as pessoas não conseguem identificar a língua que estão a falar e muito menos o que estão a dizer. (...)
Por outro lado, esta ignorância irrita. Cerca de 220 milhões de pessoas por todo o mundo falam o português como língua nativa. Se mais pessoas falam português como primeira língua do que francês, alemão, italiano ou japonês, como é que pode ser considerada «menor»? A grande quantidade de falantes do português reside no império desaparecido: o Brasil e as cinco antigas colónias portuguesas em África, mais Timor-Leste, na Ásia. Por outro lado, os portugueses acham esta incompreensão linguística lisongeira. Fá-los sentirem-se especiais. Têm grande respeito por uma famosa frase de Fernando Pessoa: «A língua portuguesa é a minha pátria.» Adoram a forma como os estrangeiros a acham tão difícil de falar bem. Descrevem com ternura a sua língua como «traiçoeira». Tal com outros povos com línguas menos conhecidas, os portugueses desenvolveram um jeito especial para falar outras línguas. Um visitante estrangeiro safa-se bem, em geral, com o inglês, o francês ou o espanhol."
Hatton, Barry, Os Portugueses, p. 28

Novo acordo ortopédico

Hoje foi dia de preparar a caracterização da turma de que sou directora.
Processos individuais e os inquéritos que os alunos preencheram no primeiro dia são as fontes principais.
Um dos itens a analisar é o das doenças que as crianças têm.
Entre muitas dores de cabeça e faltas de vista lá estavam elas, as inesperadas, as que utilizam uma grafia nova de um qualquer acordo do foro médico. Tenho assim uma crianças com hasma e outra com imperactividade. E se a primeira se  enquadra perfeitamente num problema respiratório, quanto à segunda é imperativo que saibamos como proceder.
Assim vai este país...

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Da próxima vez

que me sentir frustrada no meu trabalho, considerando que não foi para muitas das coisas que tenho de fazer que tirei o curso e escolhi a profissão, vou pensar na Bárbara Guimarães, que depois de ter feito «Duetos Imprevistos» com o Maestro Victorino de Almeida está ali a apresentar o programa dos gordos.
Para além de uma despromoção para ela é uma suprema maldade para com os concorrentes obesos!

domingo, 2 de outubro de 2011

Será que alguma história acaba verdadeiramente?

" (...)
Alguns anos passaram sobre
a nossa história que não acabou.
A tarde envelhece e escrevo isto
sem saber porquê."

Isabel de Sá (colhido em http://poediapoedia.blogspot.com/)