Será que as palavras ficam presas no tempo?
Terão as palavras alguma coisa a ver com a moda, efémera e volátil?
Evocações do passado também poderão ser palavras que, outrora, marcaram tanto o nosso quotidiano como o som do chiar do baloiço, o pregão da “língua da sogra” na praia ou o cheiro do cozido à portuguesa ao domingo?...
Procurar e (re)contextualizar palavras, embalarmo-nos nelas, divagar sobre elas, são alguns dos objectivos deste projecto.
Por puro prazer!
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Nem sempre uma escrivaninha tem o que escrever...
(Sé de Lisboa)
Se ter o que dizer não garante audiência, ter audiência nem sempre garante a verve.
5 comentários:
... :)
(mas por vezes até garante. olhe que quando antónio vieira falou para uma audiência de peixes, verve não lhe faltou...)
Nem sempre é preciso um discurso...
Vir à janela, mesmo fechada, e acenar à multidão, acalma a impaciência dos fãs.
As melhoras.
Discurso
E aqui estou, cantando.
Um poeta é sempre irmão do vento e da água:
deixa seu ritmo onde passa.
Venho de longe e vou para longe:
mas procurei pelo chão os sinais do meu caminho
e não vi nada, porque as ervas cresceram e as serpentes andaram.
Também procurei no céu a indicação de uma trajetória,
mas houve sempre muitas nuvens.
E suicidaram-se os operários de Babel.
Pois aqui estou, cantando.
Se eu nem sei onde estou,
como posso esperar que algum ouvido me escute?
Ah! se eu nem sei quem sou,
como posso esperar que algum ouvido me escute?
Ah! se eu nem sei quem sou,
como posso esperar que venha alguém gostar de mim?
Cecília Meireles
Dizem os nossos «irmãos brasileiros» nestas ocasiões: "Ah!Fico sem jeito..."
Outro discurso:
http://www.youtube.com/watch?v=EBF59A4_oVs
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