segunda-feira, 30 de novembro de 2009

«Mea Culpa»

"O mal de quase todos nós é que preferimos ser arruinados pelo elogio a ser salvos pela crítica."

Norman Vincent Peale

colhido em Cives et Polis

domingo, 29 de novembro de 2009

"Escrevo em branco pelas linhas de uma folha de água a cores..."

colhido em O Pilha Blogues, 31 de Julho de 2009

sábado, 28 de novembro de 2009

Aviso à Navegação Neste Blogue

Apesar da existência (saudada) de novos comentadores, a ausência dos anteriores não deixa de ser sentida com pesar.
Agradecemos a vossa compreensão.

Ponte para o Infinito


(Porto)

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

"E fazia o quê, se fosse mesmo ele?"

"- Boa tarde. Eu sou a Escrivaninha, salvo seja.
O homem, grisalho, levantou os olhos do livro de poesia estrangeira que folheava e olhou (entre o receoso e o interrogativo) para mim.
- Desculpe, confundi-o com outra pessoa...
Estuguei o passo até à escada rolante.
Creio que não respirei até me encontrar na rua, até sentir o frio do Chiado, onde o sol desmaiava.
Só então ousei fazer-me a pergunta..."

A primeira vez que li o Jornal Metro

Não resisto a citar um pouquinho de um texto, muito bem escrito, alinhadinho numa coluna discreta ao lado direito, ao fundo de uma página.

"De que cor é o Bolero de Ravel, ao ritmo de chapadas, gritaria, chutos, pontapés e todo o tipo de agressões?"

Paulo Anes, sobre a Violência Doméstica, no texto Casais Ventosos, 26/11/09

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O que é racional, se calhar não é bom...

"O homem não sabe mais que os outros animais; sabe menos.
Eles sabem o que precisam saber. Nós não."

Fernando Pessoa

Fintar a morte...

"A escrita é a fixação gráfica do pensamento, da palavra, forma de linguagem silenciosa e solitária, arma imbatível da memória de povos e do ser humano contra o esquecimento. A escrita não exige a presença material dos participantes no acto da comunicação, que se estabelece à distância entre quem escreve e quem lê e se mantém através dos tempos, ignorando quaisquer limites temporais. À efemeridade da comunicação oral opõe a escrita a sua perdurabilidade intrínseca. Cada vez que alguém a lê, a palavra escrira, "ressuscita" aquele que a escreveu, no momento em que a escreveu (...)"

Maria Alice Vila Fabião, O Tempo e as Palavras, Revista Tempo Livre (Inatel), nº 209, Novembro de 2009

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

domingo, 22 de novembro de 2009

«Professor», definido por Jô Soares

"O material escolar mais barato que existe na praça é o professor!

É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um pobre coitado.
Tem automóvel, chora de "barriga cheia".
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta ao colégio, é um "Adesivo".
Precisa faltar, é um "turista".
Conversa com os outros professores, está "malhando" nos alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó do aluno.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama a atenção, é um grosso.
Não chama a atenção, não se sabe impor.
A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as hipóteses do aluno.
Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala correctamente, ninguém entende.
Fala a "língua" do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.
O aluno é retido, é perseguição.
O aluno é aprovado, deitou "água-benta".

É! O professor está sempre errado, mas, se conseguiu ler até aqui,
agradeça a ele."

(Recebido por e-mail. Obrigada SG - quase apetece dizer Gigante...)

sábado, 21 de novembro de 2009

Escrevinhando-me assim

É curioso como nos contradizemos a nós mesmos nas nossas acções do quotidiano...
Hoje, ao ouvir a chuva que caía ritmada, depois do «caseiro pensamento» - "Bolas! Para que é que pus ontem a máquina a lavar? Não vou poder secar nada hoje... - pensei: "Credo! Será que eu vou conseguir sair com tanta chuva? Em casa é que eu não fico..."
De imediato, acusei-me de falta de coerência: "- Pois! Se fosse num dia de trabalho dirias: «Que chatice ter de ir trabalhar! Num dia como hoje o ideal era não sair de casa o dia todo!»"
Fiz uma careta a mim mesma e virei-me as costas, levantando-me da cama.
Alguma coisa se havia de arranjar: café, uma comprinha de supermercado, a pretexto de recolher a gatinha siamesa que lambia o pêlo cada vez mais molhado, toquei à porta da vizinha que ontem viu partir o companheiro de cerca de 50 anos e lá falámos um pouquinho, disfarçando as lágrimas o melhor que podíamos. A viuvez sempre me deixa assim: por me lembrar da minha mãe, da minha avó, de alguns amigos e amigas, da incompreensão da solidão que marca o fim de muitas vidas...da saudade-tristeza que enche os olhos de muitos dos nossos idosos, sem esperança.
Subir a escada, sacudir as gotas de chuva, despir a roupa molhada.
Enfiar-me naquelas calças de fato de treino antiquadas, com pêlo por dentro, que marcam o conforto até às pantufas, lembrando o tempo em que as casas não tinham ar condicionado, nem aquecimentos centrais...tínhamos frio no Inverno - essa era a principal marca da estação!
Olhar em volta: as gavetas a pedir arrumação, uma pilha de livros para decidir o destino, as publicações que chegaram pelo correio ainda envoltas em plástico...
"Está um dia bom para este tipo de coisas...- murmuro"
"Como se houvesse dias bons para estas chatices - resmungo - para as inutilidades que se dispensariam se tivéssemos o dom daquela feiticeira que realizava tudo só por torcer o nariz..."
Troço de mim mesma e das fantasias cinéfilas que me preenchem a vida.
E, sem dar por isso, refugio-me na imagem de um escritor sentado numa poltrona vitoriana, soltando baforadas de fumo do seu cachimbo, que coincidem com os laivos de inspiração que alinha no papel branco, sem linhas, numa letra miudinha e certa, impecável...prenúncio de um bom romance.
De repente sou um Shakespeare ou um Sherlock Holmes ou um Sh qualquer, prefixo de genialidade com sotaque britânico...
Por fim concluo que o trabalho não se fará sozinho e, com fantasias literárias ou não, estou condenada a passar o sábado a trabalhar, ao som da chuva, na minha cela decorada a gosto, sentindo o aconchego da roupa de Inverno e o cheiro da erva-doce a anunciar que as castanhas estão cozidas.

Integração

De manhã, participei num funeral;
à noite estive numa festa de aniversário.
Não tive dúvidas que pertenço, de facto, a esta comunidade.

E

lá foi vencida mais uma etapa da minha empreitada!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Precisa de um serviço que não falha?...

Bruxas, Fadas (Madrinhas ou não), Duendes, Vampiros e outros seres com poderes sobrenaturais, mas com dificuldades de desempenho dos mesmos, podem, agora, dirigir-se
ao CENTRO NOVAS OPORTUNIDADES da respectiva área de residência
e adquirir novas competências.

Saiba como terminar este feitiço!
(Créditos fotográficos: A foto foi tirada pela P.P., as perninhas são da M. O uso da foto foi devidamente autorizado por todos, menos pelo sapo, que já não consegui encontrar, talvez porque tenha sido engolido num dos últimos actos eleitorais...)

domingo, 15 de novembro de 2009

Uma Escrivaninha na Capital do Móvel

Por dever de profissão estive este fim de semana em Paços de Ferreira e senti-me...no berço (que também é peça de mobília e também de madeira). Pois, de facto, Paços de Ferreira está para uma Escrivaninha como Guimarães para qualquer português.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Júlio Pereira está no Jornal 2

Dá um concerto amanhã no CCB.
Que delícia ouvi-lo falar outra vez. Tão ele!...
Não me tinha apercebido que tinha tantas saudades dele!...E com ele de tantas coisas que vivi na adolescência, concertos, músicas, vivências, tão...
Só a descontração tão dele - tão daquele tempo - de responder às perguntas: "Porque tu sentes a pressão dos amigos e familiares..." Não sei explicar...Foi aquele "tu sabes...", tão arredores de Lisboa no pós-25 de Abril.
(Pós mesmo pós, porque no pós continuamos, mas a poeira foi baixando e já se notam poucos pós daquele tempo).
Querido Júlio Pereira!

Invernias e Miopias


Vejam lá o que faz o Inverno...e as Saudades...
Ao olhar para esta foto que o josé luis tinha no seu blog, a preto e branco, só me veio à lembrança as «filhoses de forma» que a minha avó fazia no Natal!
A foto é dos jardins da Gulbenkian, mas, como diz o Gedeão, na sua Impressão Digital: «Vê moinhos? São moinhos. Vê gigantes? São gigantes.» Certamente terá um paralelo em «Vê filhoses? São filhoses!»
Obrigada josé luis, pelo envio da foto a cores e pela paciência para estas "invernias e miopias".

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Ministra recebeu os sindicalistas com dois beijinhos

é um dos subtítulos da notícia de página dupla do DN sobre as negociações na Educação.

Faço ideia da cara da Milú perante esta promiscuidade.
E a Gripe A? Não será uma inconsciência expôr-se a apanhar uma gripe vinda das bases do ensino ou a infectar os representantes dos professores?..

Hum! Aqui há marosca!
«Tão amigos que nós éramos...»

(isto para não questionar o tipo de jornalismo que «destaca» os beijinhos da Ministra...)

"Precisamos que os professores invistam o seu esforço na sala de aula."

disse a Ministra da Educação

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Wegue! Wegue!

http://www.youtube.com/watch?v=ZgyLfBMOoEQ

Eh, pá! Pois será publicidade ao Modelo, será...será apelo ao consumismo, sei lá...mas numa época em que os ícones da moda «enformam as criancinhas» com flausinas como a Barbie...é tão refrescante ver a Popota.
Viva a Popota!
(mesmo que seja um estratagema para as menos «Barbies» desenbolsarem a massa nos brinquedos, encantadas com a hipopótama sexy). Assumo perfeitamente esse papel.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Mensagem da Popota para o Tony Carreira


Last Christmas, I gave you my heart
But the very next day, You gave it away
This year, to save me from tears
I'll give it to someone special


Wegue! Wegue!

Hoje, ao espelho

«De colônia é o leite
que você deve de usar
Leite de colônia
pra beleza realçar»

domingo, 8 de novembro de 2009

Um Dia de Domingo

"(...)Já não dá mais prá viver
Um sentimento sem sentido
Eu preciso descobrir
A emoção de estar contigo...

Ver o sol amanhecer
E ver a vida acontecer
Como um dia de domingo...(...)"


Gal Costa

sábado, 7 de novembro de 2009

Perplexidade

Se existem, nos supermercados, produtos próprios para os que são intolerantes a diversas substâncias - como o glúten ou a lactose - porque é que não existem nos locais de trabalho, chefias próprias para os que são intolerantes à estupidez e à prepotência?

Porque Hoje é Sábado

"(...)
Por todas essas razões deverias ter sido riscado do Livro das Origens, ó Sexto Dia da Criação.
(...)
Seria a indizível beleza e harmonia do plano verde das terras e das águas em núpcias
A paz e o poder maior das plantas e dos astros em colóquio
A pureza maior do instinto dos peixes, das aves e dos animais em cópula.
(...)
Tudo isso porque o Senhor cismou em não descansar no Sexto Dia e sim no Sétimo
(...)
Porque era sábado."


O Dia da Criação, Vinicius de Moraes

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Os Pandas são uma chatice!

Resistência

"(...)
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
(...)
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
(...)
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!"


José Régio, Cântico Negro

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Olhar o Céu



Sem preencher grelhas de observação...

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Morreu Claude Lévy-Strauss

Fundador da Antropologia Estruturalista, Lévy-Strauss era o único membro centenário da Academia Francesa - nasceu em 1908 e morreu em 2009.
Lévy-Strauss é um nome que eu tenho por referência desde o Liceu.
Numa época em que não havia «estudo acompanhado», eu estudei sozinha o Livro Raça e História de Claude Lévy-Strauss. Bem...sozinha, não. Foi a professora de Antropologia que me despertou o interesse pelo tema; pelo tema da Antropologia em geral, pelo autor em especial.
É muito bom, hoje, poder recordar uma boa professora, pois, atacados como estão os professores actualmente, parece que não haveria dos bons. Eu tive. Alguns foram de uma importância extraordinária na minha vida. Por vezes, na altura, não dei grande importância ao que alguns disseram, mas hoje reconheço como foi fundamental, como se reflecte na minha personalidade e na minha profissão.
O gosto pelo francês e por tudo o que diz respeito à cultura francesa também deve ter vindo do Liceu e depois foi muito aprofundada na Universidade, com muitos professores formados na Sorbonne.Eram os ecos do Maio de 68, quase 20 anos depois, nos corredores e nas bibliografias da Faculdade de Letras!
A Lévy-Strauss, nas minhas leituras, juntou-se André Leroi-Gourhan- que eu sempre confundo, talvez pelo som, pela grafia, pela afinidade de alguns temas antropológicos - que estudei nas aulas de Pré-História, na análise das gravuras rupestres.
A morte de Lévy-Strauss trouxe-me os ecos de épocas povoadas pelo prazer de aprender, pela descoberta e pela investigação, que foi tão bom recordar agora quando sinto a minha competência posta em causa por sistemas de avaliação burocratizados, pelo preenchimento de muitos e muitos formulários que procuram esmiúçar em múltiplos itens as trocas todas que se dão num grupo de aprendizagem.
Foi bom, muito bom, recordar o tempo em que eu estudava porque queria aprender; mais tarde em que eu aprendia porque queria ensinar e em que eu ensinava porque queria nunca parar de aprender...
Saudades da Liberdade de Aprender! Com pensadores como Lévy-Strauss; que nos deixou agora, mas ficará sempre na sua obra.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Como Dois Pagãos...

"(...)
Se nós, nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir

Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu

Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato ainda pisa no teu

Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios ainda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair

(...)"


Eu Te Amo!;Tom Jobim/Chico Buarque, 1980

domingo, 1 de novembro de 2009

Um Doce e uma Traquinice

Pensamento para um domingo chuvoso:
«Os Chocolates são Nossos Amigos»

De Santos e Bruxas

Eu fui comprar os doces para dar aos meninos amanhã, que a minha tradição é a portuguesa e enjeito firmente a «bruxinhoquice americana» que invadiu a minha escola.
Mas, se calhar, andam mesmo as bruxas à solta esta noite, porque, só por magia, se pode explicar aquela vontade grande, grande, que eu tive de comer hoje os doces que eram para os meninos amanhã...
(ainda sobraram muitos!)