quinta-feira, 13 de maio de 2010

Medievalidade

(Castelo de Almourol)

2 comentários:

Ninguém.pt disse...


Ser como o rio que flui


Ser como o rio que flui
silencioso no meio da noite.
Não temer as trevas da noite.
Se há estrelas no céu, reflecti-las.
E se os céus se pejam de nuvens
– Como o rio, as nuvens são água –
Reflecti-las também sem mágoa
Nas profundidades tranquilas.


Manoel Bandeira

Ninguém.pt disse...


Mea culpa


Não duvido que o mundo no seu eixo
Gire suspenso e volva em harmonia;
Que o homem suba e vá da noite ao dia,
E o homem vá subindo insecto o seixo.

Não chamo a Deus tirano, nem me queixo,
Nem chamo ao céu da vida noite fria;
Não chamo à existência hora sombria;
Acaso, à ordem; nem à lei desleixo.

A Natureza é minha mãe ainda...
É minha mãe... Ah, se eu à face linda
Não sei sorrir: se estou desesperado;

Se nada há que me aqueça esta frieza;
Se estou cheio de fel e de tristeza...
É de crer que só eu seja o culpado!


Antero de Quental