quinta-feira, 27 de maio de 2010

Girassol


A Flor tentou-me:
"Eu sou Gira e loira como o Sol...
Tira, tira!"
e eu tirei.

4 comentários:

Ninguém.pt disse...

Não quero ser desmancha-prazeres, mas esta florzinha armada em girassol faz-me lembrar o malmequer do Solnado:

Português, ó malmequer

Português, ó malmequer
Em que terra foste semeado?
Português, ó malmequer
Cada vez andas mais desfolhado

Malmequer é branco branco
Que outra cor querem que escolha
Se te querem ver bonito
Por que te arrancam as folhas?

Por muito humilde que sejas
Malmequer ó meu amigo
Lá vem o dia da espiga
Em que tens honras de trigo

(Refrão)

Malmequer tens pouca flor
Mesmo assim és um valente
Antes ser dez réis de flor
Do que ser dez réis de gente

És uma flor do povo
Vem do povo a tua força
Estás bem agarrado à terra
Não há vento que te torça

(Refrão)

Malmequer ou bem-me-quer
És a flor mais desprezada
Uns com muito, outros com pouco
E a maioria sem nada

És branco da cor da paz
Mas seja lá por que for
Há para aí uns malmequeres
Que andam a mudar de cor

(Refrão)

Regam-te a seiva com esperança
Mesmo assim não és feliz
Há muitas ervas daninhas
Que te atacam a raiz

Malmequer se fores regado
Num dia de muito sol
Cresce, cresce, cresce, cresce
Para seres um girassol

(Refrão)


(Desconheço o autor, mas é letra de uma canção interpretada pelo grande artista, grande homem e grande cidadão que dava pelo nome de Raul Solnado.)

Escrivaninha disse...

Ah! Não conhecia este malmequer! E isto é de quando? Também tem umas belas mensagens para o povo. É do tempo em que ele se achava unido ou do proibido?

Eu só conhecia a canção:
"Desfolhei um malmequer
num lindo jardim de Santarém
Mal-me-quer, bem-me-quer, muito longe está quem me quer bem."
que eu achava que era da Tonicha, mas disse-me agora a Internet que era da Amália. Fiquei um pouco chocada de as ter trocado! Rasteiras da memória...

Ninguém.pt disse...

Por acaso isto é do tempo em que as palavras eram sindicadas ao milímetro e que dizê-las era arriscar o pêlo...

Como pode ler nesta entrevista

http://www.spautores.pt/page.aspx?idCat=141&idMasterCat=67&contentID=243&idLayout=8&idLang=1

isto foi cantado pelo Solnado numa revista no Monumental (a Escrivaninha ainda conheceu o Teatro Monumental?) em 1972 (tive o prazer de a ter visto duas vezes).

E não é que regaram o malmequer e ele cresceu, cresceu, cresceu e deu um lindo girassol lá pelos longínquos tempos de Abril!

O que aconteceu depois pertence ao ramo da História... mas acho que foi sol a mais que fez murchar o girassol.

Não encontrei vídeo com esta interpretação, mas iria jurar que tenho a música em mp3 – se estiver interessada posso confirmar à noite.

Escrivaninha disse...

Lembro-me da polémica sobre a destruição do Monumental, mas não tenho ideia de ter ido alguma vez a esse teatro.

Teatro de Revista vi no Parque Mayer, com a minha família, em especial com a minha avó, que gostava muito de teatro e era «muito fina» a perceber as piadas todas.

A primeira peça de teatro que vi, não era revista, mas era uma comédia com o Raul Solnado. Chamava-se Felizardo e Companhia e entrava o Herman José, ainda muito novo e quase desconhecido. Ouvi sempre muitos discos do Raúl Solnado que havia lá em casa. Singles. 33/5 rotações?

Se me puder enviar a música para o mail gostaria muito de conhecer, sim.

Obrigada.