«Foi exactamente este» (estas palavras estão a ser ditas com o mesmo tom empregue por José Hermano Saraiva nos seus programas de encantamento popular) o candeeiro que protagonizou a famosa cena do cinema português. Contracenava com Vasco Santana e manifestava-se indiferente à comunicação com o ébrio personagem.
Fomos encontrá-lo no jardim que circunda o Centro de Interpretação da Batalha do Vimeiro, na zona de Torres Vedras, onde permanece todas as tardes após o almoço.
Confessou-nos que foi difícil sobreviver a um papel que o caracterizava pela indiferença perante um ser humano carente.
Recorreu a ajuda especializada e após o fim da terapia - como se constata pela imagem - inclina-se hoje, prestimosamente, para cada cidadão que o solicita.
Imbuído do verdadeiro espírito democrático, considera que o seu desempenho, na época, foi também marcado por padrões de comportamento mais avessos à comunicação com desconhecidos.
Declara-se hoje uma luminária sensível ao carinho popular e à solidariedade, disposta a ouvir memórias e e iluminar situações mais obscuras da vida.
E foi assim, cara audiência, que recuperámos das «brumas da memória» mais uma personagem do nosso imaginário e testemunhámos a sua mudança, tendo o orgulho de sermos os primeiros a divulgar esta «nova vida» do candeeiro original, que protagonizou a famosa cena do cinema português, contracenando com Vasco Santana.
Nota: mais uma vez chamamos a atenção para o tom, a ênfase e o olhar que devem marcar o desempenho do pivot da comunicação, aquando da sua ida para o ar, de forma a potenciar devidamente o valor da peça jornalística.
3 comentários:
Gos... Aliás, achei engraçadito. Vá continuando a presentear-nos.
Claro que não é que eu goste muito, mas sempre vai treinando...
(Estas pinças não foram muito cuidadosas, pois não?)
compreendi-te... não te dignas dar-me lume...
Obrigada caríssimos!
Nota adicional: Para fecho da reportagem televisiva podíamos afastar a câmara num plano cada vez mais geral, enquanto, em fundo, interpretado pelos outros candeeiros do parque, se ouvia o refrão da música de Pedro Abrunhosa:
«Enquanto não há amanhã,
ilumina-me, ilumina-me!»
Enviar um comentário