Será que as palavras ficam presas no tempo?
Terão as palavras alguma coisa a ver com a moda, efémera e volátil?
Evocações do passado também poderão ser palavras que, outrora, marcaram tanto o nosso quotidiano como o som do chiar do baloiço, o pregão da “língua da sogra” na praia ou o cheiro do cozido à portuguesa ao domingo?...
Procurar e (re)contextualizar palavras, embalarmo-nos nelas, divagar sobre elas, são alguns dos objectivos deste projecto.
Por puro prazer!
Mas que sei eu das folhas no outono ao vento vorazmente arremessadas quando eu passo pelas madrugadas tal como passaria qualquer dono?
Eu sei que é vão o vento e lento o sono e acabam coisas mal principiadas no ínvio precipício das geadas que pressinto no meu fundo abandono
Nenhum súbito súbdito lamenta a dor de assim passar que me atormenta e me ergue no ar como outra folha qualquer. Mas eu que sei destas manhãs? As coisas vêm vão e são tão vãs como este olhar que ignoro que me olha
Ruy Belo
(... nada disto acontecia!)
Durma bem, sonhando com sonhos realizados. Beijito.
1 comentário:
Mas que sei eu
Mas que sei eu das folhas no outono
ao vento vorazmente arremessadas
quando eu passo pelas madrugadas
tal como passaria qualquer dono?
Eu sei que é vão o vento e lento o sono
e acabam coisas mal principiadas
no ínvio precipício das geadas
que pressinto no meu fundo abandono
Nenhum súbito súbdito lamenta
a dor de assim passar que me atormenta
e me ergue no ar como outra folha qualquer.
Mas eu que sei destas manhãs?
As coisas vêm vão e são tão vãs
como este olhar que ignoro que me olha
Ruy Belo
(... nada disto acontecia!)
Durma bem, sonhando com sonhos realizados. Beijito.
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