Será que as palavras ficam presas no tempo?
Terão as palavras alguma coisa a ver com a moda, efémera e volátil?
Evocações do passado também poderão ser palavras que, outrora, marcaram tanto o nosso quotidiano como o som do chiar do baloiço, o pregão da “língua da sogra” na praia ou o cheiro do cozido à portuguesa ao domingo?...
Procurar e (re)contextualizar palavras, embalarmo-nos nelas, divagar sobre elas, são alguns dos objectivos deste projecto.
Por puro prazer!
Desistem facilmente. Nada do que começam tem continuidade e a sua mente tende a fechar-se à novidade. Nem sei de quem se dê com mais prazer à maldição de se render.
Crêem que, por obra e graça do destino marcado, tudo se há-de compor, pois tudo passa e eles têm o fado, com que exorcizam a desgraça.
Amo-os do mesmo passo que desamo para os tornar a amar mil vezes, preso ao amor com que nos chamo portugueses.
1 comentário:
Fuga em ré maior, andante ma non troppo...
Portugueses
Desistem facilmente.
Nada do que começam tem continuidade
e a sua mente
tende a fechar-se à novidade.
Nem sei de quem se dê com mais prazer
à maldição de se render.
Crêem que, por obra e graça
do destino marcado,
tudo se há-de compor, pois tudo passa
e eles têm o fado,
com que exorcizam a desgraça.
Amo-os do mesmo passo que desamo
para os tornar a amar mil vezes,
preso ao amor com que nos chamo
portugueses.
Torquato da Luz
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