segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Palavra puxa palavra

"História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar" é outro livro do qual só li o título. Este foi já leitura dos meus sobrinhos...quer dizer, sobrinhas, que os meninos da geração sobrinhática da minha família são alérgicos à leitura. Compensa a geração a dedicação das meninas.

5 comentários:

Ninguém.pt disse...

O quê, Miss, nunca leu este livro?
Que crime de lesa-ternura!

É um dos livros mais ternurentos de Luis Sepúlveda, escrito com base numa história que inventou para os filhos e tendo por principal personagem o gato da família.

É, além disso, um libelo contra a forma como tratamos os mares e os seus habitantes.

Não o dê sem o ler, Miss! Lê-se num instantinho e é um encanto — como são todos as ficções de Sepúlveda, um jornalista chileno que normalmente usa a escrita contra os que lhe mataram o sonho de um Chile livre e democrático, contra os que lhe mataram Allende.

Mas o guerreiro arruma as armas quando escreve sobre e para as crianças, sobre e para o povo e as suas palavras são de uma encantadora ternura, de um imenso amor pela humanidade, pelos desprotegidos!

Ninguém.pt disse...

Isto até pode parecer uma "cunha"... e é!

Um poema escrito para o Dia Internacional da Mulher de 1999. O poema é muito grande, pelo que deixo aqui só o final.

«[…]
Las mujeres de mi generación no gritan porque ellas derrotaron al silencio.
Si algo nos marca, son ellas.
La identidad del siglo son ellas.
Ellas: la fe devuelta, el valor oculto en un panfleto el beso clandestino, el retorno a todos los derechos
Un tango en la serena soledad de un aeropuerto
un poema de Gelman escrito en una servilleta
Benedetti compartido en el planeta de un paraguas
los nombres de los amigos guardados con ramitas de lavanda
Las cartas que hacen besar al cartero
Las manos que sostienen los retratos de mis muertos
Los elementos simples de los días que aterran al tirano
La compleja arquitectura de los sueños de tus nietos.
Lo son todo y todo lo sostienen
Porque todo viene con sus pasos y nos llega y nos sorprende.
No hay soledad donde ellas miren
Ni olvido mientras ellas canten.
Intelectuales del instinto, instinto de la razón
Prueba de fuerza para el fuerte, y amorosa vitamina del débil.
Así son ellas, las únicas, irrepetibles, imprescindibles
Sufridas, golpeadas, negadas pero invictas
Mujeres de mi generación.


Luis Sepulveda

Escrivaninha disse...

Boa!
Os meus parabéns! Sem me conhecer "ao vivo", já compreendeu que eu até não sou difícil de levar...
Se todos os que me rodeiam aprendessem assim!... (ou talvez não me dêem valor suficiente para se darem ao trabalho de tentar...)
Obrigada! Prometo que vou ler o livro.

Escrivaninha disse...

Então e "A Rua do Gato que Pesca"? Não merece mais que o silêncio? Ah...

Ninguém.pt disse...

Miss, infelizmente não li nem nunca vi esse livro obre a tal rua do tal gato — mas prometo que vou à pesca dele.

Depois conto-lhe, está bem?

Durma bem, sonhando com gaivotas, praia, Verão — afinal não tarda aí o de São Martinho, não é?

Beijito.