domingo, 13 de junho de 2010

Recortiçando

Quem sabe o que é um escanção? (em versão alentejana)

9 comentários:

Ninguém.pt disse...

Assim com ç? Se não é o conselheiro de vinhos, não faço a mínima ideia.

Ou será escansão? É que este é um termo da música e da métrica dos versos.

Mas estou roendo as unhas... Diga lá, Miss Escrivaninha!

josé luís disse...

será talvez o marido da escançoa?...

ou uma ex-melodia?

;)

Escrivaninha disse...

Como a piada não era escrita, seria talvez com s, para depois dar o resultado (com sotaque alentejano): «É um gajo que escansa muito»

Ninguém.pt disse...

Está certo, nada a opor.

'Tavam dois alentejanos "escansando" sentados no poial, ao fim da tarde, quando um diz para o outro:
— Compadri, 'tá vendo acolá aquela nota de 50 êros? Se a brisa continuar de feição, ainda me virá parar à mão...

Escrivaninha disse...

A bonomia alentejana!

'tavam três sentados debaixo de um chaparro e diz um para o que lhe estava em frente:
- Compadri! Aveja-me aí se ê tênho a braguilha aberta.
meia hora depois este responde:
- Nã, compadre, nã tem.
meia hora depois pronuncia-se o terceiro:
- Dêxe lá compadri: Mije amanhãe!

Ninguém.pt disse...

Vai linda a brincadêra!

Pra nã parari, aqui estou botando poesia roubada aí pela net...

Ê vi-te no tê jardim,
Andavas colhendo hortelã!
Ê cá gosto de ti,
E tu?? Hãããããã???

**********

Atirê um limão rolando...
À tua porta parô...
Depois fiquê pensando...
Será q'o cabrão se cansô??

**********

Perdi a minha caneta
Lá prós lados da várzea
Se lá fores e a vires...
Trázea!!!

**********

Subi a um êcaliptre
Com o tê retrato na mão
Desencaliptrê-me lá de cima
Malhê com os cornos no chão!!!

Escrivaninha disse...

Na mesma linha, mas mais perto de Lisboa, na terra dos fôfos:

«Fui a Belas, ver as belas
mas eu as belas não vi,
porque as belas que vi em Belas
não eram tão belas com'a ti»

Ninguém.pt disse...

Certo, certo, é que os tugas são uns poetas de estalo!...

E os alentejanos, mesmo "escansando" muito, nunca deixaram por fazer nada de essencial – excepto ganhar stress com'òs da cidade.

Mais um poema que revela o sentido prático daquele torrão de que tanto gosto:

Assubi acima duma árvori
para te veri
como nã te vi,
desci…

Escrivaninha disse...

Nem mais: Toda uma «démarche» vertida em poesia!