domingo, 27 de junho de 2010

Ensinar é muito diferente de vender frigoríficos e ventoínhas*

"Quando se concede priporidade à vocação moral e ética do ensino, torna-se imediatamente claro que a importação de métodos empresariais de pesquisa, prestação de contas e pagamento em função do desempenho é particularmente inadequada nesta actividade." (p.221)

"Para apreciar verdadeiramente estas mudanças e reformas, devemos ter em conta este sinal claro: foram os nossos professores mais criativos e voluntariosos quem mais se desencantou com as novas prescrições e orientações." (p. 146)

"Nas escolas, trata-se de um empreendimento inextricavelmente humano e pessoal. Nesta caso, o desespero e o desencanto conduzem directamente a um ensino sem inspiração e ao desperdício de oportunidades de vida dos nossos alunos." (p. 135)

Ivor Goodson, Conhecimento e Vida Profissional: EStudos sobre Educação e Mudança, Porto Editora, 2008

*sem qualquer desrespeito pelos profissionais de comércio de aparelhos de refrigeração.

5 comentários:

Ninguém.pt disse...

Uma das mais lindas canções de um trovador que sempre disse não...

http://www.youtube.com/watch?v=3uu8Y2_ITOg&feature=player

El Maestro

Con el alma en una nube
y el cuerpo como un lamento
viene el problema del pueblo
viene el maestro

el cura cree que es ateo
y el alcalde comunista
y el cabo jefe de puesto
piensa que es un anarquista

le deben 36 meses
del cacareado aumento
y el piensa que no es tan malo
enseñar toreando un sueldo

en el casino del pueblo
nunca le dieron asiento
por no andar politiqueando
ni ser portavoz del cuento

las buenas gente del pueblo
han escrito al menisterio
y dicen que no esta claro
como piensa este maestro

dicen que lee con los niños
lo que escribio un tal Machado
que anduvo por estos vagos
antes de ser exilado

les habla de lo inombrable
y de otras cosas peores
les lee libros de versos
y no les pone orejones

al explicar cualquier guerra
siempre se muestra remiso
por explicar claramente
quien vencio y fue vencido

nunca fue amigo de fiestas
ni asiste a las reuniones
de las damas postulantes
esposas de los patrones

por estas y otras razones
al fin triunfo el buen criterio
y al terminar el invierno
le relevaron del puesto

y ahora las buenas gentes
tienen tranquilo el sueño
porque han librado a sus hijos
del peligro de un maestro

con el alma en una nube
y el cuerpo como un lamento
se marcha,se marcha el problema del pueblo
se marcha el maestro.


Patxi Andión

Escrivaninha disse...

Bem...não conheço os símbolos desta nova escrita que simula emoções...por isso não posso pôr aqui um boneco a dizer que estou emocionada...Mas estou!

E, dado o meu preconceito assumido contra o espanhol, é muito difícil eu emocionar-me assim tanto com versos versos nessa língua. Mas, bolas, não há como não ficar emocionada!

Obrigada!

Ninguém.pt disse...

Que bom que a Escrivaninha gostou!

E, sabe?, o Patxi não é espanhol: nascido em Madrid, filho de um basco, é cidadão do mundo livre pelo qual toda a vida tem lutado cantando canções como esta, mesmo no tempo em que cantá-las era arriscar a vida.

Escrivaninha disse...

Não sabia até há umas horinhas atrás, mas depois fui ver à Wikipédia, ao Youtube e até vi uma parte do espectáculo que ele deu no Coliseu em 2008. E também li do espectáculo que deu em 1974, antes do 25 de Abril, com a sala com PIDEs.

E fiquei muito emocionada de o ver de cravo vermelho ao peito, em Lisboa, em 2008, à frente de um cartaz que referia os cantores de Abril.

Mas preferi publicar esta mensagem que me enviou, porque, apesar de saber que foi há muito tempo, ele era um garboso jovem, do tempo em que não havia aparelhos para os dentes e tinha uma fendazinha malandra entre os dentes da frente.Fascinante!

Mas continua a ter uma bela voz!

Ninguém.pt disse...

E esteve no S. Jorge, em Lisboa, no final do ano passado (e eu também!). A plateia estava cheia de Fanhas, Letrias, Fanhais, Faustos, etc., etc.

Com Paco Ibañez e Juan Manuel Serrat, forma o que para mim é o trio mais destacado dos cantores de antes quebrar que torcer — os que cantaram pela liberdade deles e se alegraram com a nossa.

Falo deste trio por serem os mais conhecidos, porque felizmente há muitos — lá como cá!