"«O rato roeu a rolha da garrafa do Rei da Rússia.» Todos conhecemos esta história, aquilo que talvez não saibamos é que, qualquer que fosse a garrafa do Rei da Rússia, a rolha que o rato roeu era, seguramente, portuguesa.
As rolhas portuguesas são as melhores do mundo."
(Coelho, Carlos, Portugal Genial, p. 148)
Em centenário da República e com o ecletismo que nos caracteriza, celebremos pois, a Monarquia da Cortiça. E salta a rolha, que é festa!
7 comentários:
Instantes!...
Se eu pudesse novamente viver a minha vida
na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais,
seria mais tolo do que tenho sido.
Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiénico
Correria mais riscos, viajaria mais,
contemplaria mais entardeceres,
subiria mais montanhas, nadaria mais rios. Iria a mais lugares onde nunca fui,
tomaria mais sorvetes e menos lentilha,
teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e profundamente
cada minuto de sua vida; claro que tive momentos de alegria.
Mas se eu pudesse voltar a viver
trataria somente de ter bons momentos.
Porque se não sabem, disso
é feita a vida, só de momentos;
não percam o agora.
Eu era um daqueles que nunca ia a parte alguma
sem um termómetro, uma bolsa de água quente,
um guarda-chuva e um pára-quedas e,
se voltasse a viver, viajaria mais leve.
Se eu pudesse voltar a viver, começaria a andar descalço
no começo da primavera e continuaria assim
até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua,
contemplaria mais amanheceres
e brincaria com mais crianças
se tivesse outra vez uma vida pela frente.
Mas, já viram, tenho 85 anos e estou morrendo"
Jorge Luis Borges
Se eu pudesse novamente viver a minha vida», certamente teria usado mais vezes o saca-rolhas...
Rolha, vinho, Agostinho/Agostinha:
http://www.youtube.com/watch?v=obRvgYfECXY
Palavras sábias de poeta ainda sóbrio:
Por mais raro que seja, ou mais antigo,
Só um vinho é deveras excelente.
Aquele que tu bebes, docemente,
Com teu mais velho e silencioso amigo.
Mário Quintana
Ai, Escrivaninha, vai um copinho?
Realeza
Uma bela manhã, num povo de gente adorável, um homem e uma
mulher soberbos gritavam na praça pública: «Amigos, quero que ela seja
rainha!» « Quero ser rainha!» Ela ria e tremia. Ele falava de revelação, de
prova terminada. Desfaleciam nos braços um do outro.
E efectivamente foram reis, por toda uma manhã, quando os véus
carminados se ergueram sobre as casas, e por toda uma tarde, para os
lados dos jardins de palmeiras.
yeap,
the cork ruuuuuuuuules!
;)
(em inglês, para todo o mundo perceber...)
Belas recordações estas da Ivone Silva e do Camilo de Oliveira.
Saudades da Ivone Silva, que teve a decência de morrer cedo e não arrastar o cadáver decrépito pela televisão em repetições de gags de séries que começam sempre com o título «Camilo».
Não sou grande apreciadora de vinhos, mas sou apreciadora de apreciadores de vinhos :-) Admiro aquele ritual em torno do vinho e o ar prazeroso com que certas pessoas se deleitam com alguns vinhos.
Recordo alguns vinhos, mas sobretudo pela situação ou companhia vivida em torno do vinho.
No tema da Cortiça aproveito para recomendar a Fábrica do Inglês/ Museu da Cortiça de Silves, espaço muito agradável de frequentar e com uma arqueologia industrial recuperada muito apreciável.
jl: o livro Portugal Genial também tem uma série de textos que ficariam muito bem no «Ser Português», se me permite a sugestão.
Saudações ao novo comentador(a), que se identifica como anónimo :-) Seja bem Vindo(a)!
Que mazinha, Menina Escrivaninha!
A Ivone teve a indecência de morrer quando estava no auge da popularidade! E com uma vitalidade e uma genica que faziam dela um caso único em cima de um palco.
Quanto ao Camilo, um género de humorista de que nunca fui muito apreciador, a culpa é da senilidade dos bosses da TV, que servem aos seus clientes humor fácil e já digerido para não criar hábitos errados – como pensar pela própria cabeça, por exemplo.
Eu adorava a Ivone Silva! Não queria ser má, mas, às vezes fico a pensar, se ela tivesse continuado viva e no seu estilo, se não nos teríamos cansado dela?...É sempre assim: a Marilyn não seria o ícone sexual intemporal se tivesse ficado velha!
E citando o Marcelo Rebelo de Sousa: Se a avó (dele, que a minha não era dada a estas brincadeiras) tivesse rodas era uma camioneta.
Confesso que a velhice - no sentido da cristalização, da decrepitude - me assusta um bocadinho. Resta-me o consolo que os velhos raramente admitem que estão velhos e muito menos decrépitos, por isso, pode ser que quando lá chegar não me aperceba de tal e portanto, a verdade para mim, é que estou sempre fresca. :-)
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