Será que as palavras ficam presas no tempo?
Terão as palavras alguma coisa a ver com a moda, efémera e volátil?
Evocações do passado também poderão ser palavras que, outrora, marcaram tanto o nosso quotidiano como o som do chiar do baloiço, o pregão da “língua da sogra” na praia ou o cheiro do cozido à portuguesa ao domingo?...
Procurar e (re)contextualizar palavras, embalarmo-nos nelas, divagar sobre elas, são alguns dos objectivos deste projecto.
Por puro prazer!
domingo, 13 de junho de 2010
Mensagem
"Você nasce sem pedir e morre sem querer. Aproveite o intervalo!"
(Recebida por email, de alguém que se preocupa comigo; difundida por blogue, para aqueles com quem me preocupo)
Vens a mim pequeno como um deus, frágil como a terra, morto como o amor, falso como a luz, e eu recebo-te para a invenção da minha grandeza, para rodeio da minha esperança e pálpebras de astros nus.
3 comentários:
Ou, como diz Gedeão, «esta fresta de nada aberta no vazio, deve ser um intervalo».
Raros serão os que dizem: o intervalo acabou!
Horário do fim
morre-se nada
quando chega a vez
é só um solavanco
na estrada por onde já não vamos
morre-se tudo
quando não é o justo momento
e não é nunca
esse momento
Mia Couto
(Gostaria bem de ter a lucidez de saber acabado o intervalo.)
Não sei se gostaria de saber...
Ainda não aprendi a lidar com a morte dos outros. Não sei se alguma vez saberei lidar com a minha.
Mas para o caso não interessa o que penso: quando chegar a hora, bem posso dizer que não estou preparada, tenho de ir na mesma!
Mas hoje está de sol! Porque estou eu a falar de morte?...
Façamos agulha para outra linha, já que a Miss não gosta de túneis...
Eternidade
Vens a mim
pequeno como um deus,
frágil como a terra,
morto como o amor,
falso como a luz,
e eu recebo-te
para a invenção da minha grandeza,
para rodeio da minha esperança
e pálpebras de astros nus.
Nasceste agora mesmo. Vem comigo.
Jorge de Sena
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