«Para que sejas uma boa contadora de histórias» é uma das minhas frases preferidas das que estão inscritas nas minhas fitas de licenciatura (também porque, na altura, nutria uma paixão, que me consumia inteirinha, pelo dono da mão que escreveu aquela frase).
Estou numa fase da minha vida em que preciso e quero que essa frase/desejo, seja mesmo verdade!
Por isso, onde quer que estejas, preciso que sejas o meu Fado Padrinho e me dês o condão, com que me brindaste em palavras, num outro momento muito importante da minha vida.
9 comentários:
O ofício
Escrevo para sentir nas veias
o voo da pedra.
Antecipação da paz
neste país de granadas
moldadas
no silêncio dos frutos.
Escrevo como quem escava
no bojo da sombra
um mar de claridade.
Pedras vivas de possibilidade
as palavras levantam
o crime, os pássaros do pântano
Escrevo
no grande espaço obscuro
que somos e nos inunda.
Casimiro de Brito
(Agora a sério, sem fitas: se precisar de ajuda, pode contar comigo. Sou capaz de rever e fixar razoavelmente um texto, o que pode aliviar o seu tempo para os criar.
Podemos fazer um ensaio e caso não lhe agrade ou não a ajude, ficamos amigos como nunca... Se o que lhe falta é inspiração, melhor será encomendar uma botija de oxigénio...)
Obrigada, Mestre, a sério, se precisar eu recorro.
Tudo faz parte de um processo, pelo qual eu estou a passar voluntaria e entusiasticamente. Um processo criativo que me traz muita alegria. A única diferença em relação a outros processos similares, é que agora, posso lançar apelos no ciberespaço e sentir-me acompanhada.
E não deixo de me fascinar com as possibilidades destas engenhocas, que me fazer crer que sou conhecida e lida regularmente por pessoas que sentem como eu. Como aquela professora - que se fez seguidora do blog - mas só «falou» uma vez, para me apresentar a solidariedade numa questão da escola. Deste então soube que ela estava lá.
Como diria alguém que eu conheço: Isto é só mimo!...
Só uma perguntinha: não é muito fã de gatos, pois não?
Espero que não seja pelo mesmo motivo que um ex-colega meu, que justificava sempre, porque é que era natural que as mulheres gostassem de gatos e os homens de cães: porque eles estavam habituados a ser obedecidos. Risquei-o dos meus amigos, figurando a sua memória na categoria «ex-colegas».
Curioso sou eu: porque duvida do meu gosto por felinos?
Claro que gosto de gatos! Como de cães, tartarugas, cágados, periquitos e todos os animais que três infantes decidiram um dia ter em casa...
Decidiram com juramentos de que iriam satisfazer todas as necessidades dos bichinhos — coisa que quase sempre acabei eu por assumir...
Tenho, aliás, uma singularidade: atraio sistematicamente todos os animais de casa e todos os bêbados da rua... uns para mimo outros para conversa.
Porque comenta quase todos os textos, mas passou pelo das minhas gatinhas sem opinar.
Fico muito mais descansada. Quem gosta de animais é sempre boa pessoa (quem conversa com os bêbados, tem muita pachorra: há lá coisa mais chata que um bêbado!).
Uma das minhas figuras preferidas do Cristianiso - que já sei que não professa - é S.Francisco de Assis, precisamente pelo seu amor incondicional a todos os elementos da Natureza. (E também pela ruptura que operou no seio da Igreja, alertando para os excessos materiais da dita!)
Não comentei porque não quis quebrar o encanto daquela espécie de "ménage à trois" inteiramente feminino...
Como diria o ditado: "Entre a Escrivaninha e as gatinhas, não metas palavrinhas."
:-) Adorei o ditado!
Já vi um erro no meu comentário anterior, mas devo dizer, em minha defesa, que não tenho corrector na escrita de comentários. Obviamente referia-me ao Cristianismo.
Não tem porque não quer!
Eu uso o Firefox que tem um corrector irritantemente incompleto mas que, mesmo assim, é irritantemente atento!
E muitas vezes dou por mim, òpraele, tão sublinhadinho!
Quanto aos erros, não costumo valorar as gralhas que são dadas num instrumento como um blogue — tanto nos textos bloguísticos eles mesmos quanto nos comentários. São coisas escritas ao correr do teclado.
Mas, por defeito profissional, sou mais "implacável" com coisas que deviam ter o rigor profissional de um cartaz, por exemplo. Até porque foi, certamente, feito por um par meu (ou, infelizmente, por alguém armado aos cágados...).
Pegar num livro e dar de caras com o esvoaçar de meia dúzia de gralhas é pior do que cuspir na sopa!
(Não olharei para as gralhas do blogue, mas quando for passado a livro, ah!, então...)
Os significados
Não sei como tudo começou: suponho
que havia uma figura que depois
se estilhaçou para formar um puzzle.
Mas se juntarem todas as peças
talvez não haja nenhuma figura, e então
de que origem intacta partiu tudo
o que depois se quebrou? É impossível
fazer estilhaços de estilhaços sem uma
coerência primeira, agora ausente.
Quando todas as peças se juntam
estaremos reduzidos ainda a uma peça
de uma figura maior, ou essa figura
é uma utopia pragmática, instrumental,
que permite algum sentido ?
Ó significados, para vós, na infância,
tinha um caderno.
Pedro Mexia
(Sono repousante, com sonhos empolgantes...)
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