Vai-me hoje um negrume na alma, que não consigo compreender.
Até porque, se fizer aquelas contas entre o que foi bom e mau no dia, o saldo é positivo, mas...pronto...vá-se lá tentar perceber a alma: hoje está de cortina preta, não há nada a fazer.
Não há...quer dizer...eu não sou de entregar os pontos assim. Eu vou fazendo tudo o que posso para não sucumbir a maus pensamentos. Eu sou daqueles que trabalham muito pelo sorriso, desde que me lembro.
E então, lá fui à procura de um antídoto, para as notícias colhidas na televisão sobre a nossa economia.
Na economia eu tenho uma grande vantagem: não percebo nada! Por isso é fácil decidir: entre um discurso optimista e um pessimista, ambos verdadeiramente inacessíveis para mim, escolho o melhorzinho (assim me fosse possível manter a esperança no campo da educação...)
Portanto, cá vai, esperando que o homem tenha razão:
"Portugal foi, a par da Irlanda, da Suécia e Reino Unido, um dos países pioneiros do mundo a criar, em 1996, uma agência de gestão da dívida pública, o Instituto de Gestão de Crédito Público (IGCP), dando um claro exemplo de ousadia face à mentalidade dominante na Administração Pública e de um pacto de regime, que colocou os interesses do Estado acima das questões partidárias.
(...)
Constituímos um «case study» internacional nesta matéria, somos realmente bons gestores da nossa dívida pública. Soubemos, rapidamente, recuperar do isolamento do passado, ajudámos a definir os «standards» internacionais e colocámos Portugal como um país sério e muito credível neste tão sensível e importante mercado."
(A Gestão da Dívida Pública, Janeiro de 2005)
Sim, sim, tem uns aninhos, o texto, mas continuamos a invocar textos pessimistas centenários, porque não podemos reler um texto optimista com uns aninhos? Há sempre duas perspectivas para as coisas. Esta não vende jornais, mas faz parte de um livro, que quem me conhece bem, me ofereceu, para que eu possa - com citações apropriadas - remar contra as depressões (as minhas e as dos outros que por aí andam, neste país - de novo - cinzentão).
O texto é do livro Portugal Genial - que já aqui referi - da autoria de Carlos Coelho, que faz a compilação das suas crónicas publicadas no Diário Económico, em 2004-2005. Tenhamos fé e espírito positivo!...
12 comentários:
Não será na concentração indicada para o veneno ingerido pelo nosso móvel mais querido, mas colher a colher talvez vá melhorando...
A força do optimismo
Temos que nos livrar dos ‘não faça’.
Temos que nos livrar dos ‘nuncas’.
Temos de nos livrar dos ‘não posso’.
Temos que nos livrar dos ‘não’ — que palavra mais negativa!
Temos que nos livrar dos ‘impossível.’ Não há nada impossível.
Temos que nos livrar dos ‘sem esperança.’ Não há nada sem esperança.
Estas são palavras para tolos, e não para gente inteligente. Apague-as do seu vocabulário. Nunca diga nunca!
Impossível? Claro que é possível.
Diga ‘sim’ à vida! ‘Sim’ ao assombro, à alegria, ao desespero. ‘Sim’ à dor, ‘sim’ ao que você não entende. Experimente o ‘sim’. Experimente ‘sempre’. Experimente ‘possível’. Experimente ‘esperançoso’. Experimente ‘farei’. E experimente ‘posso’.
Leo Buscaglia
Puxa! Já pensou em montar um consultório online? Eu posso fazer publicidade!
O Luky Luke era mais rápido que a própria sombra; já existe algum super-heroi cibernético, mais rápido que o próprio email? Está na hora de surgir...
Olha quem fala!
A Miss ainda disparou mais rápido!...
Aqui vai mais uma colher de remédio:
Remédio para o pessimismo
Queixas-te porque não encontras nada a teu gosto?
São então sempre os teus velhos caprichos
Ouço-te praguejar, gritar e escarrar...
Estou esgotado, o meu coração despedaça-se.
Ouve, meu caro, decide-te livremente.
A engolir um sapinho bem gordinho,
De uma só vez e sem olhar.
É remédio soberano para a dispepsia.
Friedrich Nietzsche
(Bem, aqui o remédio é sorrir, porque nada disto se lhe aplica, claro que não! Miss Escrivaninha tem bons modos...)
Beba devagar...
Numa empresa fabricante de sapatos, trabalhavam dois vendedores: um optimista, o outro pessimista.
Querendo testar a sua capacidade, a chefia decidiu enviá-los para diferentes cidades de um longínquo país africano para investigar a possibilidade de vendas naquele local. Contudo, não foi revelado a nenhum deles para onde iria o outro.
Após certo tempo, o pessimista enviou um telegrama à empresa, dizendo:
— Más notícias. Aqui ninguém usa sapatos!
Quase em simultâneo, o optimista enviou esta mensagem para a empresa:
— Boas notícias! Aqui ninguém usa sapatos!
(Roubado aí pela net.)
Tenho, sim, embora muitas vezes a contragosto. Uma das coisas mais aborrecidas de ser crescida e educada é não poder bater nas pessoas de que não gosto. Felizmente, quando era pequena, ainda consegui descarregar a raiva de uma forma irracional, mas muito catártica. É das poucas coisas para que, talvez, gostasse de voltar a ser criança...Mas agora seria num jogo de computador...talvez da Zon...e, não era a mesma coisa. :-)
Obviamente estávamos a escrever em simultâneo.
Agora é só para informar que o sorriso voltou. Merci (porque também falo francês...como qualquer escrivaninha educada).
Fala francês, toca piano e usa o leque para contar anedotas picantes sem dar nas vistas...
Mas, se calhar a raiz do problema são os seus bons modos.
Se "espingardar" com a pessoa certa e na certa altura, verá que melhora bastante, porque "desopilando" o fígado, todo o sistema começa a funcionar sobre esferas.
Comece por mim, para experimentar...
Pode até, na virtualidade da cibernética, espancar-me com um casse-tête...
(Os sacrifícios de que um amigo é capaz só para a tornar menos sorumbática!)
Muito agradecida.
Não me esquecerei, quando for preciso.
Agora, já passou.
Ufa, livrei-me!
contranarciso
em mim
eu vejo o outro
e outro
e outro
enfim dezenas
trens passando
vagões cheios de gente
centenas
o outro
que há em mim
é você
você
e você
assim como
eu estou em você
eu estou nele
em nós
e só quando
estamos em nós
estamos em paz
mesmo que estejamos a sós
Paulo Leminski
Só quando estamos em nós estamos em paz...
Isso da Paz também é discutível, mas...ok...gosto muito deste Leminsky.
Peço a paz
Peço a paz
e o silêncio
A paz dos frutos
e a música
de suas sementes
abertas ao vento
Peço a paz
e meus pulsos traçam na chuva
um rosto e um pão
Peço a paz
silenciosamente
a paz a madrugada em cada ovo aberto
aos passos leves da morte
A paz peço
a paz apenas
o repouso da luta no barro das mãos
uma língua sensível ao sabor do vinho
a paz clara
a paz quotidiana
dos actos que nos cobrem
de lama e sol
Peço a paz e o
silêncio
Casimiro de Brito
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