Hoje, na navio fantasma que é uma escola sem alunos, no frenesim burocrático de tudo quantificar, de tudo reduzir a justificações ao pilímetro (expressão criada hoje mesmo que significa as picuinhices explicitadas ao milímetro), na elaboração de impressos e estatísticas à mão, ignorando a era digital e as possibilidades da «tecnologização» recomendada pela política nacional... olhei para as fotografias dos alunos, a quem gosto muito de dar aulas, e tive necessidade de recordar Sebastião da Gama; o Mestre Sebastião da Gama, a quem por vezes roubo frases do Diário para colocar nas feridas da alma docente que trago em mim.
"O Sonho
Pelo sonho é que vamos,
Comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não frutos,
Pelo Sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
Que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
Com a mesma alegria, ao que é do dia-a-dia.
Chegamos? Não chegamos?
-Partimos. Vamos. Somos."
Sebastião da Gama, Pelo Sonho é que Vamos
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