quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Conversas de Café



Por terras de Cister, mas sem voto de silêncio.

3 comentários:

josé luís disse...

1ª chávena: mas o cinzeiro é meu!
2ª chávena: parva, já te disse que era meu.
1ª chávena: mas eu é que sou de tarouca...
2ª chávena: e a mim que me importa? disse primeiro que era meu!
1ª chávena: escusas de estar a puxá-lo para ti que eu tenho mais força...
2ª chávena: ai julgas que sim? já vais ver...
(ruídos aproximam-se)
1ª chávena: quem vem ali?
2ª chávena: olha, uma escrivaninha...
1ª chávena: e vem de máquina fotográfica.
2ª chávena: disfarça, disfarça...

[continua?]

Ninguém.pt disse...

Para além de tempo para beber um café...

Para um amigo tenho sempre

Para um amigo tenho sempre um relógio
esquecido em qualquer fundo de algibeira.
Mas esse relógio não marca o tempo inútil.
São restos de tabaco e de ternura rápida.
É um arco-íris de sombra, quente e trémulo.
É um copo de vinho com o meu sangue e o sol.


António Ramos Rosa

Ninguém.pt disse...


Quietude


Que poema de paz agora me apetece!
Sereno,
Transparente,
A sugerir somente
Um rio já cansado de correr,
Um doce entardecer,
Um fim de sementeira.
Versos como cordeiros a pastar,
Sem o meu nome, em baixo, a recordar
Os outros que cantei a vida inteira.


Miguel Torga