Em dia de comemoração da Restauração da Independência, face ao domínio espanhol - que não foi nunca uma perda de independência, pois manteve-se a separação dos reinos, conforme jurado por Filipe I - parece-me bem recordar uma frase de meu pai, que sempre só ouvi através da narração e minha mãe:
"Se um dia eu morrer, podes casar outra vez. Acho que não me importo...mas, por favor, por favor, não cases nem com um polícia nem com um espanhol."
(Informo que a minha mãe respeitou este pedido do meu pai).
E eu fui criada, ouvindo esta frase, que me acirrou um certo sentimento anti-espanhois, que vejo agora muito contestado pelos meus pares.
Posso rever a questão...um dia. Reconheço até que não é politicamente correcta, que vive de estereótipos e de mitos ultrapassados, mas...o blogue é meu, por aqui posso ir mantendo este sentimento, embora também as dúvidas que me vai suscitando...
Mas hoje pus-me a pensar nesta frase e na forma como ela revela um pensamento de alguém que viveu no Estado Novo: sentimento patriótico, alicerçado numa independência feita contra Espanha e a raiva contra a polícia, omnipresente e castradora.
Muitos contestam a lógica actual desta comemoração, mas poucos admitem a ideia de anular a existência de um feriado.
«Palavras para quê? São artistas portugueses»: Viva o Feriado, seja qual for o motivo!
2 comentários:
dia da restauração, sim senhor...
(provavelmente nem restaurámos grande coisa... mas é algo nosso, como nossas são a pequenez e a grandeza desta «ocidental praia lusitana»)
... e bom feriado!
Obrigada. Bom Feriado também!
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