Será que as palavras ficam presas no tempo?
Terão as palavras alguma coisa a ver com a moda, efémera e volátil?
Evocações do passado também poderão ser palavras que, outrora, marcaram tanto o nosso quotidiano como o som do chiar do baloiço, o pregão da “língua da sogra” na praia ou o cheiro do cozido à portuguesa ao domingo?...
Procurar e (re)contextualizar palavras, embalarmo-nos nelas, divagar sobre elas, são alguns dos objectivos deste projecto.
Por puro prazer!
sábado, 17 de julho de 2010
E a desilusão?
De que cor será? E o desespero?...Amarelo-torrado... Mas não consigo atribuir cor à desilusão... A desilusão é um piscar de olhos pestanudos, encharcados...mas não tem cor. Poderá a desilusão ser a ausência de cor?...
Com crisântemos entre as mãos, manuseio ideias fixas e pinto de vermelho todos os segredos que guardo pouco à vontade. Depois, ao comprido das horas, escolho um lugar estratégico para esperar a alegria e dou ao coração nomes contraditórios. A passagem do tempo traça em meus pés um futuro peregrino. Nenhum prodígio me está destinado. Só a brisa, entrando pelo avesso dos sonhos, infatigável e lenta, me deixa no olhar a cor da lua nova.
2 comentários:
A cor da lua nova
Com crisântemos entre as mãos,
manuseio ideias fixas
e pinto de vermelho todos os segredos
que guardo pouco à vontade.
Depois, ao comprido das horas,
escolho um lugar estratégico para esperar a alegria
e dou ao coração nomes contraditórios.
A passagem do tempo traça em meus pés
um futuro peregrino.
Nenhum prodígio me está destinado.
Só a brisa, entrando pelo avesso dos sonhos,
infatigável e lenta, me deixa no olhar
a cor da lua nova.
Graça Pires
'Tá perdoado...
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