Hoje fui cedo tomar o pequeno almoço no café. Este café já é nosso. Somos uma espécie de comunidade que frequenta o café, unidos pela simpatia da família que o explora.
Como sempre, procurei o Diário de Notícias que está à disposição dos clientes. Vi a cara de António Feio na capa. Não consegui sequer abrir o jornal. Perguntei para trás do balcão - Morreu o António Feio? - como se tivesse esperança que do lado de lá do balcão ele ainda continuasse vivo. A senhora acenou-me que sim, com os olhos a brilhar de água. A cliente que estava noutra mesa disse: Deve ter sido tarde, porque só ouvi a notícia no telejornal da uma da manhã.
Afastei o jornal para a outra mesa e engoli o pequeno almoço empurrando as lágrimas.
Engraçado como há pessoas que nos marcam! António Feio foi um marco, como actor, como homem e como cidadão empenhado, como já aqui se conversou noutras alturas.
Que comoções terá desencadeado, por aí, em sítios simples como o nosso café, em pessoas comuns como nós, o inventor de tantas personagens e piadas do nosso contentamento?...
Uma salva de palmas pela tua vida, António!
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