Tenho uma amiga que diz que a primeira coisa que vê num livro - sobretudo resultado de uma produção científica académica - é a dedicatória e os agradecimentos. Diz ela que, se o autor souber resolver estas coisas complicadas com elegância e sabedoria, tem ganha metade da sua admiração; o resto fica para o trabalho propriamente dito.
É bem verdade que a dedicatória de um livro nos dá uma «imagem emocional» da obra. Que pode ser ou não positiva. Eu fiquei muito chocada quando soube que o Saramago (que nem sequer sabemos se podemos dizer «Que Deus tem») mandou eliminar as dedicatórias dos seus primeiros livros em edições posteriores, pois entretanto tinha mudado de companheira e de amores...Eu, que idolatrava uma dedicatória dele: «A Pilar que tanto tardou a chegar» (ou qualquer coisa assim parecida).
Bem, isto tudo porque, estando eu encalorada e entediada, dedicada a tarefas formais relacionadas com o meu trabalho, gostei muito da dedicatória do livro de metodologia que aqui está aberto sobre a mesa.
«Ao Joãozinho, que chegou depois, mas se tornou o princípio de tudo»
Creio que transborda ternura de um pai para um filho. É o que eu imagino. E como, minutos antes, tinha estado a falar com uma recente mamã sobre o fascínio de acompanhar o crescimento de uma criança, cá arranjei ensejo para escrever isto, adiando mais um pouco a construção de tabelas e índices.
2 comentários:
Temos sempre a hipótese de o Joãozinho ser um marmanjo de dois metros e firmes abdominais, que faz a felicidade do autor do livro, desde que entrou em sua vida...:-))
[rabd]
(por acaso também me tinha ocorrido algo do género... embora a deliciosa imagem dos "firmes abdominais" me tivesse escapado...]
Enviar um comentário