Quem mia assim não é gato!
Há gente com muito sentido de humor! Será que Rossini calculava que, tantos anos depois, haveria gente a pagar para ver pessoas a miar em seu nome? Será que ele de facto calculou isto ou não terá tudo passado de uma brincadeira levada a sério?
E eu que não sabia que havia tantos artistas a dedicarem-se aos felinos...aos felindos, que eu também os adoro. Ele é Odes, ele é Duetos, eu sei lá o que mais descobrirei. Mas prometo que ponho cá (se for bom).
Cliquem no link abaixo (reparem na linguagem técnica) e desfrutem do concerto.
Divirtam-se! (que o tom deste blogue, em termos de música, estava a arriscar-se a virar para o Requiem. Ufa! Felizmente já passou!)
YouTube - PCCB - Le duo des chats
2 comentários:
Seria a eles que o O’Neill se referia?
Veneza aos gatos
Lisboa às moscas e Veneza aos gatos...
(os pombos da bondade só conspurcam
a praça de S. Marcos)
... ao gato perna alta que não vem quando o chamas,
ao contrário da patrícia mosca
que não era para aqui chamada,
mas logo te soprou os últimos zunzuns
mal chegaste a Lisboa
O gato de Veneza não te dá pretextos
para miares o que te vai na alma,
nem os sacros temores da miaulesca
esfinge rilkeana.
Não é um gato é um perfil de gato
Tapando a saída da calleta.
O gato veneziano é um gato sem regaços
e sem selvajaria.
De Veneza o gato é sempre muitos gatos
que vão à sua vida...
... como tu, afinal, não vais à tua.
(De Veneza a Lisboa, num zunido,
já trazias a mosca no ouvido...)
Alexandre O’Neill
"Conheço-me e não sou eu"...
Gato...
Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
Fernando Pessoa
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