sábado, 29 de agosto de 2009

Está um calor de ananases!

E agora? Como é que eu vou descascar o abacaxi do trabalho que tenho para fazer esta tarde?
A banda sonora escolhida é o ritmo cubano de CompaySegundo, mas...não-sei-não, estes ondulados são mais propícios a outras vontades que à de trabalhar...
Dançar...descalça...na sombra de uma árvore...

5 comentários:

Ninguém.pt disse...

Calor > praia > mar > Sophia:

Bebido o luar

Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgámos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.

Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhámos.

Porquê jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Porquê o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver?


Sophia de Mello Breyner Andresen

Escrivaninha disse...

"Nunca descansa o homem-fantasma
e a gente espanta-se
e a gente pasma"

(Sérgio Godinho)

Obrigada por se manter atento! (Mesmo com um calor de ananases...)

Ninguém.pt disse...

Mas...

A noite desce, o calor soçobra um pouco

A noite desce, o calor soçobra um pouco.
Estou lúcido como se nunca tivesse pensado
E tivesse raiz, ligação directa com a terra
Não esta espécie de ligação do sentido secundário chamado a vista,
A vista por onde me separo das coisas,
E m'aproximo das estrelas e de coisas distantes -
Erro: porque o distante não é o próximo,
E aproximá-lo é enganar-se.


Alberto Caeiro

Escrivaninha disse...

Quem nos faz companhia durante o trabalho e nos lembra que ao sufocante calor do dia sucederá o fresco da noite, merece uma «pérola» que eu guardo na memória: palavras sobre os Amigos, cantadas lá prós lados do 25 de Abril...

Do disco «Os operários do Natal»

"O dinheiro pouco importa
O que importa é a verdade
E a prenda mais valiosa
É a prenda da amizade

Quem faz das tristezas forças
E das forças alegrias
Constrói à força de Amor
Um Natal todos os dias."

Boa noite!

Ninguém.pt disse...

Sono com sonhos?

Durmo. Se sonho...

Durmo. Se sonho, ao despertar não sei
Que coisas eu sonhei.
Durmo. Se durmo sem sonhar, desperto
Para um espaço aberto
Que não conheço, pois que despertei
Para o que inda não sei.
Melhor é nem sonhar nem não sonhar
E nunca despertar.


Fernando Pessoa