os que por aqui passam (que sempre vou sabendo que são mais do que os que aparecem), os Pais Natais, as Mães Natais, os Irmãos Natais, os Sobrinhos Natais e a todos os Filhos do Pai e da Mãe, desejo um Muito Feliz Natal!
Beijinhos!
Será que as palavras ficam presas no tempo? Terão as palavras alguma coisa a ver com a moda, efémera e volátil? Evocações do passado também poderão ser palavras que, outrora, marcaram tanto o nosso quotidiano como o som do chiar do baloiço, o pregão da “língua da sogra” na praia ou o cheiro do cozido à portuguesa ao domingo?... Procurar e (re)contextualizar palavras, embalarmo-nos nelas, divagar sobre elas, são alguns dos objectivos deste projecto. Por puro prazer!
2 comentários:
Miss, muito boas festas, doces, afectivamente quentes e ternamente sorridentes.
Mais um poema natalício, desta vez do vulcão açoriano:
Falavam-me de amor
Quando um ramo de doze badaladas
se espalhava nos móveis e tu vinhas
solstício de mel pelas escadas
de um sentimento com nozes e com pinhas,
menino eras de lenha e crepitavas
porque do fogo o nome antigo tinhas
e em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.
Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.
O fel que por nós bebes te liberta
e no manso natal que te conserta
só tu ficaste a ti acostumado.
Natália Correia
Beijito.
Então, Miss, ainda digerindo todas aquelas maravilhas da consoada?
Vim deixar-lhe um sorriso escrito pelo Fernando Pessoa. Pode ser usado todo o ano, embora o tema seja o Natal, mas quem terá a perspicácia suficiente para saber que a Miss anda com o sorriso natalício quando a Primavera chegar? E que notem, copiar é o melhor remédio...
Chove. É dia de Natal
Chove. É dia de Natal.
Lá para o Norte é melhor:
Há a neve que faz mal.
E o frio que ainda é pior.
E toda a gente é contente
Porque é dia de o ficar.
Chove no Natal presente.
Antes isso que nevar.
Pois apesar de ser esse
O Natal da convenção,
Quando o corpo me arrefece
Tenho o frio e Natal não.
Deixo sentir a quem quadra
E o Natal a quem o fez,
Pois se escrevo ainda outra quadra
Fico gelado dos pés.
(Fernando Pessoa)
Beijito.
Enviar um comentário