Será que as palavras ficam presas no tempo? Terão as palavras alguma coisa a ver com a moda, efémera e volátil? Evocações do passado também poderão ser palavras que, outrora, marcaram tanto o nosso quotidiano como o som do chiar do baloiço, o pregão da “língua da sogra” na praia ou o cheiro do cozido à portuguesa ao domingo?... Procurar e (re)contextualizar palavras, embalarmo-nos nelas, divagar sobre elas, são alguns dos objectivos deste projecto. Por puro prazer!
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
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5 comentários:
Ó Miss, só falta legislar, porque esta malta mais nova há muito que inventou o casamento com separação.
Claro que de quando em vez se reúnem, mas nunca de forma permanente...
Casamento
Há mulheres que dizem:
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ele fala coisas como "este foi difícil",
"prateou no ar dando rabanadas"
e faz o gesto com a mão.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa,
vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.
Adélia Prado
(Será preciso reinventar algo? Não, basta aplicar os ensinamentos do coração.)
Ah, o coração...às vezes é tão tonto que não parece possuir ensinamentos...
E são competências nunca consolidadas. Dá sempre uma insegurança nas matérias a testar!
Quando se ama, nunca se sabe nada: Ama-se...e, no mesmo instante se sabe tudo sem se saber nada...
Acho que isso não é assim tão dramático... Nas situações de grande paixão parece que nunca sabemos nada porque qualquer decisão pode ter um peso enorme no desfecho que pretendemos.
Acontece nos amores entre parceiros, acontece nos amores com os filhos. Mesmo que tenhamos muitos filhos nunca sabemos se a decisão que precisamos de tomar é a melhor, a nossa indecisão leva-nos a desejar que cada filho tivesse o seu próprio manual de instruções!
Mas, tanto num caso como no outro, a maior parte das vezes o coração acaba por decidir da forma mais correcta, da forma que preserve os afectos. Depois as circunstâncias podem torpedear a nossa decisão.
Mas, no essencial, o coração é sábio — siga-o e, descontando umas molhadelas que apanha todo o que anda à chuva, chegará a bom porto.
Durma bem. Sonhos animados.
Beijito.
Já agora, depois de ter ganho fama de desmancha-anedotas, esta escapou-me:
No Brasil não sei como é, mas em Portugal o regime geral e último a ser legislado é o de comunhão de adquiridos, não o de separação de bens. Portanto de bens e de males adquiridos.
Beijito.
Pois nem sei bem o que essas coisas são,
Eu vivo em solitude (embora não em solidão).
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