Será que as palavras ficam presas no tempo?
Terão as palavras alguma coisa a ver com a moda, efémera e volátil?
Evocações do passado também poderão ser palavras que, outrora, marcaram tanto o nosso quotidiano como o som do chiar do baloiço, o pregão da “língua da sogra” na praia ou o cheiro do cozido à portuguesa ao domingo?...
Procurar e (re)contextualizar palavras, embalarmo-nos nelas, divagar sobre elas, são alguns dos objectivos deste projecto.
Por puro prazer!
E soube tão bem esta pausa na preparação da aula de História, que também procura mostrar toda a gente que deu origem à gente, que somos nós: toda a gente.
Dos Lloyd Georges da Babilónia Não reza a história nada. Dos Briands da Assíria ou do Egipto, Dos Trotskys de qualquer colónia Grega ou romana já passada, O nome é morto, inda que escrito.
Só o parvo dum poeta, ou um louco Que fazia filosofia, Ou um geómetra maduro, Sobrevive a esse tanto pouco Que está lá para trás no escuro E nem a história já historia.
Ó grandes homens do Momento! Ó grandes glórias a ferver De quem a obscuridade foge! Aproveitem sem pensamento! Tratem da fama e do comer, Que amanhã é dos loucos de hoje!
3 comentários:
Peço compreensão e perdão antecipado pelo 6.º verso...
Claro que é apenas a opinião da poetisa.
Esta gente / Essa gente
O que é preciso é gente
gente com dente
gente que tenha dente
que mostre o dente
Gente que não seja decente
nem docente
nem docemente
nem delicodocemente
Gente com mente
com sã mente
que sinta que não mente
que sinta o dente são e a mente
Gente que enterre o dente
que fira de unha e dente
e mostre o dente potente
ao prepotente
O que é preciso é gente
que atire fora com essa gente
Essa gente dominada por essa gente
não sente como a gente
não quer
ser dominada por gente
NENHUMA!
A gente
só é dominada por essa gente
quando não sabe que é gente
Ana Hatherly
Gosto muito deste poema. Tem gente dentro...
É lindo!
E soube tão bem esta pausa na preparação da aula de História, que também procura mostrar toda a gente que deu origem à gente, que somos nós: toda a gente.
Boa sorte, Miss!
Não se gaste toda nessa tarefa, olhe que há mais mundo para além das aulas de História... (onde é que eu já ouvi algo assim?).
Gazetilha
Dos Lloyd Georges da Babilónia
Não reza a história nada.
Dos Briands da Assíria ou do Egipto,
Dos Trotskys de qualquer colónia
Grega ou romana já passada,
O nome é morto, inda que escrito.
Só o parvo dum poeta, ou um louco
Que fazia filosofia,
Ou um geómetra maduro,
Sobrevive a esse tanto pouco
Que está lá para trás no escuro
E nem a história já historia.
Ó grandes homens do Momento!
Ó grandes glórias a ferver
De quem a obscuridade foge!
Aproveitem sem pensamento!
Tratem da fama e do comer,
Que amanhã é dos loucos de hoje!
Álvaro de Campos
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