Será que as palavras ficam presas no tempo?
Terão as palavras alguma coisa a ver com a moda, efémera e volátil?
Evocações do passado também poderão ser palavras que, outrora, marcaram tanto o nosso quotidiano como o som do chiar do baloiço, o pregão da “língua da sogra” na praia ou o cheiro do cozido à portuguesa ao domingo?...
Procurar e (re)contextualizar palavras, embalarmo-nos nelas, divagar sobre elas, são alguns dos objectivos deste projecto.
Por puro prazer!
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Miradouro
Vista daqui, a vida parece suspensa na carícia do sol.
1 comentário:
Morena
A carícia do sol te fez morena
para dar-te mais gala à formosura,
porque na seda da tua pele escura
se advinha de Deus a graça plena.
O refulgir da casta nazarena
lampeja dos teus olhos na negrura
e tua boca de sonho se púrpura
com cravos de sangue de sarracena.
Não és a Hurí que o Paraíso habita
nem o génio dos povos transatlânticos,
nem orgulho da raça morabita;
mas és glória dos meus lares românticos
porque pareces ser a Sulamita,
a que inspirou o Cântico dos Cânticos.
Santiago Anguizola
(Cuidado, Miss, a "carícia" do sol é como o feitiço das serpentes...)
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