Será que as palavras ficam presas no tempo?
Terão as palavras alguma coisa a ver com a moda, efémera e volátil?
Evocações do passado também poderão ser palavras que, outrora, marcaram tanto o nosso quotidiano como o som do chiar do baloiço, o pregão da “língua da sogra” na praia ou o cheiro do cozido à portuguesa ao domingo?...
Procurar e (re)contextualizar palavras, embalarmo-nos nelas, divagar sobre elas, são alguns dos objectivos deste projecto.
Por puro prazer!
Regresso às fragas de onde me roubaram. Ah! minha serra, minha dura infância! Como os rijos carvalhos me acenaram, Mal eu surgi, cansado, da distância!
Cantava cada fonte à sua porta: O poeta voltou! Atrás ia ficando a terra morta Dos versos que o desterro esfarelou.
Depois o céu abriu-se num sorriso, E eu deitei-me no colo dos penedos A contar aventuras e segredos Aos deuses do meu velho paraíso.
Miguel Torga
Que o seu velho paraíso a receba, também, de braços abertos.
1 comentário:
Regresso às origens, sempre prazeroso (como dizem nossos irmãos...).
Quem mais vais gostar serão os alunos, que já devem estar esfregando as mãos de contentes.
Escusa, portanto, de mandar vir mais que ninguém a vai servir nesse canto que escolheu.
Regresso
Regresso às fragas de onde me roubaram.
Ah! minha serra, minha dura infância!
Como os rijos carvalhos me acenaram,
Mal eu surgi, cansado, da distância!
Cantava cada fonte à sua porta:
O poeta voltou!
Atrás ia ficando a terra morta
Dos versos que o desterro esfarelou.
Depois o céu abriu-se num sorriso,
E eu deitei-me no colo dos penedos
A contar aventuras e segredos
Aos deuses do meu velho paraíso.
Miguel Torga
Que o seu velho paraíso a receba, também, de braços abertos.
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