"Cada um traz dentro de si um desejo de tocar o limite do mundo. Um desejo de ser, uma vez na vida, um ponto solitário num espaço infinito. Cada um tem dentro de si uma Patagónia por concretizar. (...)
A vertigem do vazio habita dentro de nós. Pode passar despercebida na vida de todos os dias, no jantar com os amigos, no trânsito engarrafado da hora de ponta, no centro comercial em época natalícia, na praia no Verão. Mas chega o momento em que compreendemos que há gente a mais, ruído a mais, consumo a mais. Faltam tempo e espaço." Gonçalo Cadilhe, A Lua Pode Esperar
2 comentários:
Por acaso, a minha Patagónia é mais uma Grande Muralha da China, um Taj Mahal ou mais simplesmente as montanhas da Áustria.
Os sonhos de isolamento do autor da citação revelam falta de capacidade de... isolamento.
Eu dou a minha versão: se nos soubermos isolar, em qualquer lado estaremos isolados, no sentido de não vermos nem ouvirmos sons humanos que perturbem a paz que procuramos.
Entram pela janela os ruídos da rua:
uma outra vida, para quem quiser vê-la.
[...]
Mas quando se fecha a janela,
evitando esse contacto, e se sente ok alívio que, em certos instantes, a solidão
nos confere, poderá respirar-se o ar
sem limites do Espírito, e uma sensação
de liberdade emprestará, a esse estranho
isolamento, o gosto amargo do divino, que se
confunde com o egoísmo infinito do ser.
Nuno Júdice
(Cuidado com os pinguins da Patagónia, proteja-os!)
Ele também fala dos pinguins e da mobilização geral da população que conseguiu impedir o estabelecimento de uma multinacional que pretendia viver da pele dos pinguins.
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