Andava eu a procurar coisas sobre a Língua Portuguesa, por causa de um projecto de escola, quando me encontro no Wikisource, que só tinha consultado uma vez.
Ponho-me a ver os textos disponibilizados em português e vejo «Marião».
Como um vento inopinado recuperei mil memórias, dos meus tempos de adolescência, das tertúlias tontas até às tantas e de um colega muito disparatado que assumia um ar divinal, para mim, quando cantava cheio de sentimento «Marião».
Marião...Não sei a origem, nem o trajecto desta música, mas ela trouxe-me de volta muitas recordações gratas.
Depois a procura do vídeo e o reencontro - sempre tão grato - com a Brigada Victor Jara.
Desfrutem:
"Adeus oh Vale de Gouvinhas, Marião
Não és vila nem cidade, Marião
Sim, sim Marião
Não,Não Marião
És um povo pequenino, Marião
Feito à minha vontade, Marião
Sim, sim Marião
Não,Não Marião
Hei-de cercar Vale Gouvinhas, Marião
Com trinta metros de fita, Marião
Sim, sim Marião
Não,Não Marião
À porta do meu amor, Marião
Hei-de pôr a mais bonita, Marião
Sim, sim Marião
Não,Não Marião
Os meus olhos não são olhos, Marião
Sem estarem os teus de fronte, Marião
Sim, sim Marião
Não,Não Marião
Parecem dois rios de água, Marião
Quando vão de monte em monte, Marião
Sim, sim Marião
Não,Não Marião
Já corri os mares em volta, Marião
Com uma vela branca acesa, Marião
Sim, sim Marião
Não,Não Marião
Em todo o mar achei água, Marião
Só em ti perco a firmeza, Marião
Sim, sim Marião
Não,Não Marião"
(Letra e música popular)
colhido em Wikisource
Brigada...hoje pensarão que era uma forma mais rápida de agradecer ao Victor Jara ou uma variante do bolo brigadeiro, do Brasil...
2 comentários:
Canção de amor com canção de amor se paga...
Achei este vídeo-memória-relíquia, com as vozes do autor, de Carlos Mendes e de Carlos do Carmo:
http://videos.sapo.pt/OuJfVBu31vdN57QMgqoD
Cantiga de Maio
Trago dentro da garganta
As letras do teu nome
Quando um homem se levanta
Grita fúria em vez de fome
Só a força das palavras
Fez do medo esta verdade
Quando é teu o chão que lavras
O arado é liberdade
Meu país vontade corcel de saudade vencida
Meu povo em viagem ganhando a coragem perdida
Meu trigo meu canto meu maio de espanto doendo
Meu abril tão cedo tão tarde meu medo morrendo
Meu amor ausente meu beijo por dentro queimado
Num tempo tão lento tardamos no vento até quando
Até quando?
Trago as palavras desertas
Na canção que eu inventei
E nas duas mãos abertas
Estas veias que rasguei
Por isso o meu sangue corre
Na seiva da primavera
Sou um homem que não morre
Sou um povo que não espera
Meu país vontade corcel de saudade vencida
Meu povo em viagem ganhando a coragem perdida
Meu trigo meu canto meu maio de espanto doendo
Meu abril tão cedo tão tarde meu medo morrendo
Meu amor ausente meu beijo por dentro queimado
Num tempo tão lento tardamos no vento até quando
Até quando?
Joaquim Pessoa
Xiii! Eu devo tê-los conhecido assim...mas não me lembro: eu sabia lá que o Carlos do Carmo se conseguia mexer tanto...e o Carlos Mendes tinha tanto cabelo...
O Joaquim Pessoa não conhecia.
Éramos um país tão barbudo! :-)
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