quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Maravilhamento do Reencontro

Andava eu a procurar coisas sobre a Língua Portuguesa, por causa de um projecto de escola, quando me encontro no Wikisource, que só tinha consultado uma vez.
Ponho-me a ver os textos disponibilizados em português e vejo «Marião».
Como um vento inopinado recuperei mil memórias, dos meus tempos de adolescência, das tertúlias tontas até às tantas e de um colega muito disparatado que assumia um ar divinal, para mim, quando cantava cheio de sentimento «Marião».

Marião...Não sei a origem, nem o trajecto desta música, mas ela trouxe-me de volta muitas recordações gratas.

Depois a procura do vídeo e o reencontro - sempre tão grato - com a Brigada Victor Jara.
Desfrutem:




"Adeus oh Vale de Gouvinhas, Marião
Não és vila nem cidade, Marião
Sim, sim Marião
Não,Não Marião

És um povo pequenino, Marião
Feito à minha vontade, Marião
Sim, sim Marião
Não,Não Marião

Hei-de cercar Vale Gouvinhas, Marião
Com trinta metros de fita, Marião
Sim, sim Marião
Não,Não Marião

À porta do meu amor, Marião
Hei-de pôr a mais bonita, Marião
Sim, sim Marião
Não,Não Marião

Os meus olhos não são olhos, Marião
Sem estarem os teus de fronte, Marião
Sim, sim Marião
Não,Não Marião

Parecem dois rios de água, Marião
Quando vão de monte em monte, Marião
Sim, sim Marião
Não,Não Marião

Já corri os mares em volta, Marião
Com uma vela branca acesa, Marião
Sim, sim Marião
Não,Não Marião

Em todo o mar achei água, Marião
Só em ti perco a firmeza, Marião
Sim, sim Marião
Não,Não Marião"


(Letra e música popular)
colhido em Wikisource

Brigada...hoje pensarão que era uma forma mais rápida de agradecer ao Victor Jara ou uma variante do bolo brigadeiro, do Brasil...

2 comentários:

Ninguém.pt disse...

Canção de amor com canção de amor se paga...

Achei este vídeo-memória-relíquia, com as vozes do autor, de Carlos Mendes e de Carlos do Carmo:

http://videos.sapo.pt/OuJfVBu31vdN57QMgqoD

Cantiga de Maio

Trago dentro da garganta

As letras do teu nome

Quando um homem se levanta

Grita fúria em vez de fome


Só a força das palavras

Fez do medo esta verdade

Quando é teu o chão que lavras

O arado é liberdade


Meu país vontade corcel de saudade vencida

Meu povo em viagem ganhando a coragem perdida

Meu trigo meu canto meu maio de espanto doendo

Meu abril tão cedo tão tarde meu medo morrendo

Meu amor ausente meu beijo por dentro queimado

Num tempo tão lento tardamos no vento até quando

Até quando?


Trago as palavras desertas
Na canção que eu inventei

E nas duas mãos abertas

Estas veias que rasguei

Por isso o meu sangue corre

Na seiva da primavera

Sou um homem que não morre

Sou um povo que não espera


Meu país vontade corcel de saudade vencida

Meu povo em viagem ganhando a coragem perdida

Meu trigo meu canto meu maio de espanto doendo

Meu abril tão cedo tão tarde meu medo morrendo

Meu amor ausente meu beijo por dentro queimado

Num tempo tão lento tardamos no vento até quando

Até quando?


Joaquim Pessoa

Escrivaninha disse...

Xiii! Eu devo tê-los conhecido assim...mas não me lembro: eu sabia lá que o Carlos do Carmo se conseguia mexer tanto...e o Carlos Mendes tinha tanto cabelo...

O Joaquim Pessoa não conhecia.

Éramos um país tão barbudo! :-)