Será que as palavras ficam presas no tempo? Terão as palavras alguma coisa a ver com a moda, efémera e volátil? Evocações do passado também poderão ser palavras que, outrora, marcaram tanto o nosso quotidiano como o som do chiar do baloiço, o pregão da “língua da sogra” na praia ou o cheiro do cozido à portuguesa ao domingo?... Procurar e (re)contextualizar palavras, embalarmo-nos nelas, divagar sobre elas, são alguns dos objectivos deste projecto. Por puro prazer!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
5 comentários:
A publicidade tem muita força, não acha, Miss?
Rotina
A ideia é a rotina do papel.
O céu é a rotina do edifício.
O inicio é a rotina do final.
A escolha é a rotina do gosto.
A rotina do espelho é o oposto.
A rotina do perfume é a lembrança.
O pé é a rotina da dança.
A rotina da garganta é o rock.
A rotina da mão é o toque.
Julieta é a rotina do queijo.
A rotina da boca é o desejo.
O vento é a rotina do assobio.
A rotina da pele é o arrepio.
A rotina do caminho é a direcção.
A rotina do destino é a certeza.
Toda rotina tem sua beleza.
(Não sei quem é o autor, faz parte da publicidade da Natura, que a Miss, atenta à TV, já deve ter visto mais vezes do que eu...)
Falta acrescentar, no poema
«A rotina da Escrivaninha
é ir prá escola contentinha»...
Que seja um bom ano, profissionalmente falando. Que seja tão bom que quando o contar aos seus netos (sim, teimoso!) o faça a sorrir.
Ah, faltou referir um "pormenor": o aspecto novo do blogue...
Não me meto a discutir estéticas, subjectividades demasiado subjectivas para aguentarem uma objectividade...
Mas este fundo deixou ali uma caixa branca à volta da foto do móvel.
Gosta disso ou quer tentar saber o nome daquela cor de fundo e dar-mo para eu substituir aquele branco por essa cor? Poderia verificar, aplicando a nova imagem, de qual gostava mais.
Se conseguir o nome (deve ser uma referência...) me diga, combinado?
Obrigada pelos desejos para o novo ano. Bem preciso, para resistir até chegar a ser avó (se não os consegues vencer junta-te a eles, certo?)
Quanto às questões do blogue, já percebi que não gostou muito...amanhã penso melhor na questão e no que me sugere.
Beijito de boa noite!
Miss, tínhamos combinado (ou melhor, eu tinha decidido...), aqui há uns séculos, que eu diria apenas o que penso, sem reservas.
E que, em contrapartida, a Miss não poria na minha boca palavras que eu não dissera.
E eu não disse que não gostava!
Deformação profissional, eu sei!, mas habituei-me a dar a minha sugestão para ir ao encontro do pensamento de quem tem de facto o poder de decidir — neste caso a Miss, dona e senhora do domínio.
Porque para o caso que iria tratar de nada adiantaria o meu gosto, brinquei com a subjectividade. Mas posso afirmar-lhe, cara a cara, que até gosto — mas choca-me aquele "pormenor".
Manias de gráfico, o que quer?
Tem que dar o desconto, sabe bem!
Durma bem, sonhando com dosséis de veludo vermelhão e cortinas vaporosas, talvez brancas para o contraste ser maior...
Tejo
Quando a sede de mar me turva os olhos,
é no Tejo que a sacio, embora saiba
que me iludo como quem
cede à miragem do oásis.
Impresso há muito na retina,
é ante o rio-mar, cada manhã,
que deito contas à vida.
Meu antidepressivo, às vezes verde
e outras azul se bem lhe calha,
o Tejo mata-me a sede
e devolve-me a alma.
Torquato da Luz
Enviar um comentário