"Foi bonita a festa, pá,
fiquei contente
ainda guardo, renitente,
um velho cravo para mim
Já murcharam tua festa, pá,
mas, certamente,
esquecerem uma semente
nalgum canto de jardim" ( Chico Buarque, Tanto Mar, 1974)
Será que esqueceram? Se calhar não se lembram...
Amanhã, logo se vê!...
2 comentários:
Reflectir, sim. Mas nunca calado! «Antes viver do que morrer no pasmo»...
Soneto
Fecham-se os dedos donde corre a esperança,
Toldam-se os olhos donde corre a vida.
Porquê esperar, porquê, se não se alcança
Mais do que a angústia que nos é devida?
Antes aproveitar a nossa herança
De intenções e palavras proibidas.
Antes rirmos do anjo, cuja lança
Nos expulsa da terra prometida.
Antes sofrer a raiva e o sarcasmo,
Antes o olhar que peca, a mão que rouba,
O gesto que estrangula, a voz que grita.
Antes viver do que morrer no pasmo
Do nada que nos surge e nos devora,
Do monstro que inventámos e nos fita.
José Carlos Ary dos Santos
Cuidado com o charlatão:
http://www.youtube.com/watch?v=HY9Epn5Z_HY
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