Olhar o Tejo, lambendo um gelado.
Subir as escadinhas para o Museu de Arte Antiga. Portugal no Mundo? Claro! Que bela exposição. Algumas das joias eu já conhecia «ao vivo», outras dos livros de História. E que emoção ver (ali, ao pé de mim!) o planisfério desenhado segundo os dados de Ptolomeu, que tantas vezes me serve de pretexto para falar da «Aventura da Expansão Portuguesa» (e espanhola também, vá...)
A emoção do contacto com as peças autênticas! Fez-me lembrar a «XVII Exposição de Arte Ciência e Cultura» - outra aventura em Lisboa: visitei pela primeira vez a Casa dos Bicos, aprendi o que era um holograma, vi pinturas, ourivesaria, marfins...mas o que mais me encantou foram as cartas náuticas, os mapas "ilustrados" que estão quase todos em museus estrangeiros. Grande exposição essa. Grande mergulho na História. Grande injecção de orgulho pátrio...ou não...muitas dúvidas e muito maravilhamento. Já foi há tanto tempo!...Ainda nem tinha entrado para a Faculdade!
Até disso hoje falámos, neste dia «tagarelento» sem assunto nem tempo definido para a conversa. Quando entrámos para a Universidade!...Para mim foi um momento muito, muito especial!
Subir o elevador de Santa Justa, pela tarde...Tantos anos em Lisboa e só hoje o consegui fazer! "E os arcobotantes do Carmo aqui tão perto"..."Olha a rua do Carmo!"
"Há quanto tempo já ardeu o Chiado?..."
"O Castelo...as cores...os telhados...A LUZ DE LISBOA!"
O deslumbramento era total.
A única diferença entre nós e os verdadeiros turistas era a máquina fotográfica. Que todos nos esquecemos de levar. Afinal íamos só a Lisboa...
"No castelo, ponho um cotovelo
Em Alfama, descanso o olhar
E assim desfaz-se o novelo
De azul e mar
À ribeira, encosto a cabeça
A almofada, na cama do Tejo
Com lençóis bordados à pressa
Na cambraia de um beijo"
Lisboa Menina e Moça, composição de Ary dos Santos e Paulo de Carvalho para a voz de Carlos do Carmo
ou de todos os que lhes apeteça cantar...sempre com a emoção que Lisboa merece.
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