"A televisão consegue mesmo transformar em vedetas nacionais pessoas que nem no seu bairro era conhecidas. Entretanto, de cada vez que um velho morre numa aldeia de província é como se ardesse um biblioteca, pois leva com ele centenas de histórias ou mesmo de versos que ninguém passou ao papel, muito menos ele, por ser analfabeto."
José Jorge Letria, A Globalização Explicada aos Jovens...e aos Outros, p. 51
2 comentários:
Poema da gare de Astapovo
O velho Leon Tolstoi fugiu de casa aos oitenta anos
E foi morrer na gare de Astapovo!
Com certeza sentou-se a um velho banco,
Um desses velhos bancos lustrosos pelo uso
Que existem em todas as estaçõezinhas pobres do mundo
Contra uma parede nua...
Sentou-se... e sorriu amargamente
Pensando que
Em toda a sua vida
Apenas restava de seu a Glória,
Esse irrisório chocalho cheio de guizos e fitinhas
Coloridas
Nas mãos esclerosadas de um caduco!
E entao a Morte,
Ao vê-lo tão sozinho àquela hora
Na estação deserta,
Julgou que ele estivesse ali à sua espera,
Quando apenas sentara para descansar um pouco!
A morte chegou na sua antiga locomotiva
(Ela sempre chega pontualmente na hora incerta...)
Mas talvez não pensou em nada disso, o grande Velho,
E quem sabe se até não morreu feliz: ele fugiu...
Ele fugiu de casa...
Ele fugiu de casa aos oitenta anos de idade...
Não são todos que realizam os velhos sonhos da infância!
Mário Quintana
O Bom Professor é aquele que cria no aluno a necessidade de aprender!
E lá fui eu, mesmo com pouco tempo, servindo-me dos apetrechos de "fast-learning" da Internet, apressar-me a aprender um pouquinho sobre Mário Quintana (para mais tarde recordar e ampliar).
Para provar a veracidade da minha afirmação apresento dois "trabalhos de casa": um aqui e outro no próximo 'post'.
"Quantas vezes a gente em busca da ventura
Procede tal qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda a parte os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!"
Mário Quintana
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