Será que as palavras ficam presas no tempo?
Terão as palavras alguma coisa a ver com a moda, efémera e volátil?
Evocações do passado também poderão ser palavras que, outrora, marcaram tanto o nosso quotidiano como o som do chiar do baloiço, o pregão da “língua da sogra” na praia ou o cheiro do cozido à portuguesa ao domingo?...
Procurar e (re)contextualizar palavras, embalarmo-nos nelas, divagar sobre elas, são alguns dos objectivos deste projecto.
Por puro prazer!
domingo, 19 de julho de 2009
Domingo de Praia
"Raça de marinheiros que outra coisa vos chamar senhoras que com tanta dignidade à hora que o calor mais apertar coroadas de graça e majestade entrais pela água dentro e fazeis chichi no mar?"
Espreguiçados, os ramos das palmeiras filtram a luz que sobra do dia. É já noite nas folhas. O branco das paredes recolhe o sangue e o vinho de buganvílias e hibiscos. Bebe-os de um trago: saberás que, mais do que cegueira, a noite é uma embriaguez perfeita.
1 comentário:
Mar
De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua,
Onde me uni ao mar, ao vento à lua.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Entardecer na Praia da Luz
Espreguiçados, os ramos
das palmeiras filtram
a luz que sobra
do dia. É já noite
nas folhas. O branco
das paredes recolhe
o sangue e o vinho
de buganvílias
e hibiscos. Bebe-os
de um trago: saberás
que, mais do que cegueira, a noite
é uma embriaguez perfeita.
Albano Martins
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