domingo, 19 de julho de 2009

Insistindo no tema asinino

que me parece adequado à "silly season", sobretudo quando esta se conjuga com uma ténue campanha eleitoral, que certamente irá prejudicar as férias de muitos praças da nossa política, - ai, perdão, - de muitos políticos da nossa praça.

Estando pois a pensar no tema - desta vez não na morte da bezerra, mas na vivacidade do jumento - recuperei da minha memória a história do Burro Adalberto, cantada pelo Carlos Mendes.
Tentativa de investigação rápida na net, algumas menções, mas nada da letra.
Eis senão quando (expressão que sempre me sabe a desfechos gloriosos de histórias contadas pela minha mãe) me lembro que eu tenho um CD com o Burro Adalberto.

E que maravilha, voltar a ouvir, repetidamente, o Só Nós Três, gravado ao vivo, com excelentes interpretações de Carlos Mendes, Paulo de Carvalho e Fernando Tordo. Dos Sheiks, às músicas do Max, do Fado Falado a Alcácer Quibir...tantas, tantas recordações.

E o Burro Adalberto, que aqui fica, copiado de ouvido e sem saber o autor.
Alguém sabe? É o próprio Carlos Mendes? Agradece-se um esclarecimento.

O Burro Adalberto

"Era um burro nada burro
E senhor do seu nariz
Cantava no Coliseu
Cantava no Coliseu
E também no São Luiz

Sempre que ia cantar
Tinha grandes ovações
Porque ele em vez de zurrar
Porque ele em vez de zurrar
Cantava lindas canções

Refrão:
Eu não zurro, eu não zurro
I-ó, I-ó
Porque isso é próprio do burro
Eu não zurro, eu não zurro
Lá, lá, lá,lá lá
Porque isso é próprio do burro


Começava a cantoria
Deste bicho inteligente
E um dia na galeria
E um dia na galeria
Esteve o Senhor Presidente

E disse: “Senhor Ministro,
Este burro é o maior.
Não dá coices a ninguém
Não dá coices a ninguém
Só canta canções de amor”

Refrão

Quando acabou o concerto
O burro estava cansado
Mas já sabia decerto
Mas já sabia decerto
Que ia ser condecorado

E o Ministro da Parvónia
Atribuiu-lhe a medalha
No final da cerimónia
No final da cerimónia
Lá, lá,lá, lá, lá
Deu-lhe dois fardos de palha!
Dois fardos de palha!"


E a voz do Senhor Presidente?...Nem é preciso comentar...Ou talvez seja caso para dizer "Para bom entendedor, meio-burro basta!"

2 comentários:

Ninguém.pt disse...

Já não me recordava do "Jardim Jaleco" e do seu burro. Não sei quem eram os autores...

Mas esta canção lembrou-me estoutra:

A Carroça dos Poetas

Arre burro para Loulé
carregado de café
arre burro para Melgaço
carregado de bagaço
arre burro para Viana
carregado de banana
arre burro para Lisboa
carregado com os restos mortais
do Fernando Pessoa
e mais os seus trinta heterónimos
nem vão caber nos Jerónimos

Na carroça dos poetas
segue à solta a poesia
e eu vou dentro a recitar
um poema da minha autoria:

"Meu amor eu gosto tanto
da forma como tu gostas
mas por favor anda buscar
as tuas unhas às minhas costas".


Sérgio Godinho

Escrivaninha disse...

O bom e velho Sérgio!
Esta não conhecia, mas fez-me soltar uma gargalhada!
Já tive o gosto de ver o Sérgio Godinho várias vezes ao vivo e é sempre muito bom. A última vez foi no Verão passado, na praia de S. Martinho do Porto. O espectáculo foi quase o conteúdo do CD Nove e Meia no Maria Matos, onde está esta canção, (era o genérico de uma série juvenil) e que dedico a este nosso diálogo, aqui no espaço virtual.

"É tão bom
uma amizade assim
Faz tão bem
saber com quem contar
Eu quero ir
ver quem me quer assim
É bom pra mim
é bom pra quem também me quer"