domingo, 8 de novembro de 2009

Um Dia de Domingo

"(...)Já não dá mais prá viver
Um sentimento sem sentido
Eu preciso descobrir
A emoção de estar contigo...

Ver o sol amanhecer
E ver a vida acontecer
Como um dia de domingo...(...)"


Gal Costa

6 comentários:

Ninguém.pt disse...


Pequena elegia chamada domingo


O domingo era uma coisa pequena.
Uma coisa tão pequena
que cabia inteirinha nos teus olhos.
Nas tuas mãos
estavam os montes e os rios
e as nuvens.
Mas as rosas,
as rosas estavam na tua boca.

Hoje os montes e os rios
e as nuvens
não vêm nas tuas mãos.
(Se ao menos elas viessem
sem montes e sem nuvens
e sem rios...)
O domingo está apenas nos meus olhos
e é grande.
Os montes estão distantes e ocultam
os rios e as nuvens
e as rosas.


Eugénio de Andrade

Ninguém.pt disse...


Canção de domingo


Que dança que não se dança?
Que trança não se destrança?
O grito que voou mais alto
Foi um grito de criança.

Que canto que não se canta?
Que reza que não se diz?
Quem ganhou maior esmola
Foi o Mendigo Aprendiz.

O céu estava na rua?
A rua estava no céu?
Mas o olhar mais azul
Foi só ela quem me deu!


Mário Quintana

josé luís disse...

...e num dia de domingo olhei para as etiquetas de seu blog e
(consternação! horror!)
não é que reparo que só há mais 6 partículas de felicidade do que palavras doridas???

Ninguém.pt disse...


Esplêndido fim-de-semana


O inveterado conquistador levou uma rapariga a uma importante loja, na sexta-feira à tarde, para a presentear com um casaco de peles. Pediu o melhor. Recusou um casaco de pele de raposa, de mil euros, por não achá-lo bastante bom. Outros casacos foram exibidos e os preços iam subindo, subindo, até chegar a um casaco de vison de vinte mil euros, que lhe agradou. A jovem quase desmaiou e, naturalmente, tornou-se muito amorosa.
Ele, então, virou-se para o vendedor que os atendia e disse:
— Sem dúvida, o senhor há-de querer verificar se o meu cheque tem cobertura. Como já é tarde, sugiro que verifique com o meu banco na segunda-feira de manhã. Passarei depois para levar o casaco.
Na segunda-feira, a loja fez a verificação com o banco e constatou que o crédito do cavalheiro não podia ser pior. Logo depois, entrou o homem. Quando o vendedor começou a explicar-lhe que não tinha crédito no banco, ele sorriu e disse:
— Disso eu sabia. Eu vim apenas agradecer-lhe o esplêndido fim-de-semana que passei.


Pois é, segunda-feira pomos mesmo os pés no chão...

Escrivaninha disse...

josé luis: sempre foi um pouco assim, desde que comecei a «etiquetar» a minha vida. Mas, apesar da margem ser pequena, o saldo continua a ser positivo (com algum esforço e teimosia, reconheço).
No entanto, as contagens nem sempre são exactas e esta é errónea por duas razões:
a) é mais fácil escrever um lamento em busca de consolo do que «anunciar» a felicidade (sobretudo se estivermos ocupados a vivê-la)
b) a contagem não inclui as «partículas de felicidade» vividas em consequência dos comentários às «palavras doridas».
Obrigada pela preocupação, num dia de domingo!

Escrivaninha disse...

Mendes
Essa agora...
Espero que a história seja apenas (re)contada...
Isto só porque me custaria aceitar amigos que encaram o uso de peles de animais, claro :-)