domingo, 22 de novembro de 2009

«Professor», definido por Jô Soares

"O material escolar mais barato que existe na praça é o professor!

É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um pobre coitado.
Tem automóvel, chora de "barriga cheia".
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta ao colégio, é um "Adesivo".
Precisa faltar, é um "turista".
Conversa com os outros professores, está "malhando" nos alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó do aluno.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama a atenção, é um grosso.
Não chama a atenção, não se sabe impor.
A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as hipóteses do aluno.
Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala correctamente, ninguém entende.
Fala a "língua" do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.
O aluno é retido, é perseguição.
O aluno é aprovado, deitou "água-benta".

É! O professor está sempre errado, mas, se conseguiu ler até aqui,
agradeça a ele."

(Recebido por e-mail. Obrigada SG - quase apetece dizer Gigante...)

2 comentários:

josé luís disse...

como já está tudo dito sobre o que é ser professor (grande, enorme definição!), a meu ver talvez a mais nobre profissão que existe, por todo o potencial inerente e tudo o mais, aqui vai uma pequena provocação (hoje estou muito wildiano):

«Education is an admirable thing. But it is well to remember from time to time that nothing that is worth knowing can be taught»

Escrivaninha disse...

"And yet it's true!"
Eu não considero que ensine, no sentido clássico (ou popular?) do termo: só ajudo a abrir caminhos... a descobrir...A descoberta, essa, é sempre pessoal. E espero, que se torne um hábito e um gosto: Um «hábito gostoso»!