Será que as palavras ficam presas no tempo?
Terão as palavras alguma coisa a ver com a moda, efémera e volátil?
Evocações do passado também poderão ser palavras que, outrora, marcaram tanto o nosso quotidiano como o som do chiar do baloiço, o pregão da “língua da sogra” na praia ou o cheiro do cozido à portuguesa ao domingo?...
Procurar e (re)contextualizar palavras, embalarmo-nos nelas, divagar sobre elas, são alguns dos objectivos deste projecto.
Por puro prazer!
domingo, 29 de novembro de 2009
"Escrevo em branco pelas linhas de uma folha de água a cores..."
Teci durante a noite a teia astuciosa Dum poema. Armei o laço ao sol que há-de nascer. Rede frágil de versos, É nela que o meu sono se futura Eterno e natural, Embalado na própria sepultura, Vens ou não vens agora, astro real, Doirar os fios desta baba impura?
1 comentário:
Talvez possamos dizer: "não há escrita, companheiro; a escrita se faz escrevendo..."
Teia de aranha
Teci durante a noite a teia astuciosa
Dum poema.
Armei o laço ao sol que há-de nascer.
Rede frágil de versos,
É nela que o meu sono se futura
Eterno e natural,
Embalado na própria sepultura,
Vens ou não vens agora, astro real,
Doirar os fios desta baba impura?
Miguel Torga
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