Será que as palavras ficam presas no tempo?
Terão as palavras alguma coisa a ver com a moda, efémera e volátil?
Evocações do passado também poderão ser palavras que, outrora, marcaram tanto o nosso quotidiano como o som do chiar do baloiço, o pregão da “língua da sogra” na praia ou o cheiro do cozido à portuguesa ao domingo?...
Procurar e (re)contextualizar palavras, embalarmo-nos nelas, divagar sobre elas, são alguns dos objectivos deste projecto.
Por puro prazer!
sábado, 24 de outubro de 2009
Quadros de um Rio que se crê Pintor Impressionista
a primeira vez que tive vinte anos esperavas por mim naquele café com nome de porto grego que faz a Grécia no meio do bairro alto dizias muitas vezes mexendo o café que sempre bebias sem açúcar
depois descemos até ao rio e prometeste um barco por cada dia em que os meus vinte anos voltassem às tuas mãos naquele lugar
nessa altura envelheci muito depressa ao ritmo das cartas em que prometia odiar quem junto de mim dissesse – como era moda – que os vinte anos tinham sido o melhor tempo das nossas vidas
e o meu coração era então tão grande que todos os que passavam se serviam dele
Amigo Mendes: E eu que já estava a ficar preocupada...mas o regresso reveste-se - como sempre - de «Partículas de Felicidade»: "A primeira vez que tive vinte anos..." E as outras todas...E os vinte anos que ainda esperamos ter...sempre.
Amigo José Luis: Eu deveria ter retido o nome do rio, mas...só retive as imagens. É para os lados das Termas do Carvalhal, Viseu. Foi tudo no mesmo passeio. Desculpe a imprecisão da informação, mas está de acordo com a pintura: impressionista e não preciosista. :-)
4 comentários:
Vinte anos...
a primeira vez que tive vinte anos
esperavas por mim naquele café com nome
de porto grego que faz a Grécia
no meio do bairro alto dizias muitas vezes
mexendo o café que sempre bebias sem açúcar
depois descemos até ao rio e prometeste
um barco por cada dia em que
os meus vinte anos voltassem
às tuas mãos naquele lugar
nessa altura envelheci muito depressa
ao ritmo das cartas em que prometia odiar quem
junto de mim dissesse
– como era moda –
que os vinte anos tinham sido o melhor tempo
das nossas vidas
e o meu coração era então tão grande
que todos os que passavam
se serviam dele
Alice Vieira
... e que rio é este, habitado por águas de lago?
Amigo Mendes:
E eu que já estava a ficar preocupada...mas o regresso reveste-se - como sempre - de «Partículas de Felicidade»: "A primeira vez que tive vinte anos..." E as outras todas...E os vinte anos que ainda esperamos ter...sempre.
Amigo José Luis:
Eu deveria ter retido o nome do rio, mas...só retive as imagens. É para os lados das Termas do Carvalhal, Viseu. Foi tudo no mesmo passeio. Desculpe a imprecisão da informação, mas está de acordo com a pintura: impressionista e não preciosista.
:-)
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