Será que as palavras ficam presas no tempo? Terão as palavras alguma coisa a ver com a moda, efémera e volátil? Evocações do passado também poderão ser palavras que, outrora, marcaram tanto o nosso quotidiano como o som do chiar do baloiço, o pregão da “língua da sogra” na praia ou o cheiro do cozido à portuguesa ao domingo?... Procurar e (re)contextualizar palavras, embalarmo-nos nelas, divagar sobre elas, são alguns dos objectivos deste projecto. Por puro prazer!
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4 comentários:
LOLOLOLOLOLOLOLOLOLOLOL!
(um escudinho é um escudinho, e um zurrinho é um zurrinho...)
Como o homem se chama Zorrinho (= raposinho), lembrou-me La Fontaine. E diga lá: as manhas da raposa não fazem lembrar muitos políticos?
O corvo e a raposa
É fama que estava o corvo
Sobre uma árvore pousado
E que no sôfrego bico
Tinha um queijo atravessado.
Pelo faro, àquele sítio
Veio a raposa matreira,
A qual, pouco mais ou menos,
Lhe falou desta maneira:
– Bons dias, meu lindo corvo;
És glória desta espessura;
És outra fénix, se acaso
Tens a voz como a figura.
A tais palavras, o corvo,
Com louca, estranha afouteza,
Por mostrar que é bom solista
Abre o bico e solta a presa.
Lança-lhe a mestra o gadanho
E diz: – Meu amigo, aprende
Como vive o lisonjeiro
À custa de quem o atende.
Esta lição vale um queijo;
Tem destas para teu uso.
Rosna então consigo o corvo
Envergonhado e confuso:
– Velhaca, deixou-me em branco;
Fui tolo em fiar-me dela;
Mas este logro me livra
De cair noutra esparrela.
La Fontaine
(tradução de Manuel Maria Barbosa Du Bocage)
Olá Mendes!
Eu sabia que era Zorrinho, mas gostei de brincar com o som e os significados das palavras, que, como se sabe, é um dos meus passatempos preferidos.
Adorava brincar com o facto de os espanhois terem um ministro Aznar -porque nenhum dos nossos ministros (da época) declarara, de forma tão inequívoca, que iria asnar para o Governo.
Obrigada pela Fábula, género literário tão comum nas minhas leituras de infância e que nos lembra sempre que devemos aprender uma lição (a famosa «moral da história») para não cairmos duas vezes na mesma artimanha...
Penso que se deveriam contar mais fábulas para estarmos mais atentos ao que nos rodeia e às lisonjas com que nos vão encantando.
Eu sabia que você sabia, mas pensei que você sabia que eu sabia que você sabia... isso de ser com "o" em vez de "u".
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