Será que as palavras ficam presas no tempo?
Terão as palavras alguma coisa a ver com a moda, efémera e volátil?
Evocações do passado também poderão ser palavras que, outrora, marcaram tanto o nosso quotidiano como o som do chiar do baloiço, o pregão da “língua da sogra” na praia ou o cheiro do cozido à portuguesa ao domingo?...
Procurar e (re)contextualizar palavras, embalarmo-nos nelas, divagar sobre elas, são alguns dos objectivos deste projecto.
Por puro prazer!
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
"Tem que aprender História, se não aprender História não é capaz de juntar..."
para quem gosta de história e de gedeão (se bem me lembro - creio ser o seu caso...)
UMA CONSTANTE DA VIDA
Errámos junto à História: devíamos pegar em foices e enxadas e destruir mil campos de pensar: computadores, ogivas nucleares, assentos petrolíferos e mais: centrais de mil cisões (e, já agora, aquele pequeníssimo sonar)
Errámos pela História: enquanto tempo, devíamos pegar nas foices, nas enxadas. E nos anéis das fadas plantar outras sementes: bombas despoletadas, ferrugentas, que dessem trigo e paz
Errámos nas Histórias de encantar: um lobo freudiano, um capuchinho, um osso pela grade da prisão. Voltaram as sereias sentadas no olhar em devoção (sem nunca terem nem sequer partido)
(E seduz-nos ainda esse cantar.) Errámos sem saber que o seu vagar é tal que o sonho, cedo ou tarde, se fará. Que ao lado da cisão: a catedral e ao lado do vitral: irracional razão
A história junto à História, a enxada quebrada pelo chão
2 comentários:
para quem gosta de história e de gedeão (se bem me lembro - creio ser o seu caso...)
UMA CONSTANTE DA VIDA
Errámos junto
à História: devíamos
pegar em foices e enxadas
e destruir mil campos
de pensar:
computadores, ogivas nucleares,
assentos petrolíferos e mais:
centrais de mil cisões
(e, já agora, aquele pequeníssimo
sonar)
Errámos pela
História: enquanto tempo,
devíamos pegar nas foices,
nas enxadas.
E nos anéis das fadas
plantar outras sementes: bombas
despoletadas, ferrugentas,
que dessem trigo e paz
Errámos nas Histórias
de encantar:
um lobo freudiano, um capuchinho,
um osso pela grade
da prisão.
Voltaram as sereias
sentadas no olhar em devoção
(sem nunca terem nem sequer
partido)
(E seduz-nos ainda
esse cantar.)
Errámos sem saber
que o seu vagar é tal
que o sonho, cedo ou tarde,
se fará.
Que ao lado da cisão: a catedral
e ao lado do vitral: irracional
razão
A história junto
à História,
a enxada quebrada
pelo chão
Ana Luísa Amaral
Muito belo...e certeiro.
Obrigada!
Bom Fim de Semana!
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